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Edição 14 | Ano 8 | No.1 | 2010.1 REVISTA - Contemporânea - UERJ

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Ed.<strong>14</strong> | Vol.8 | N1 | 2010108É necessário esclarecer que se entende a comunicação, no contextodas sociedades urbanas contemporâneas, como um fenômeno e este comoum processo, que se desenvolve em várias dimensões individuais e coletivas.O nosso foco na cidade é a favela que nos remete aos moradores quetransitam em universos simbólicos de maior amplitude, “antenados” ou“conectados” em experiências que conformam ou formatam esse espaço apartir de suas “práticas cotidianas”.A nossa pesquisa revela uma parte da cidade pouco visitada. Convidamosao leitor a uma reflexão inusitada sobre a favela, pois o recorte que fazemosé no campo da cultura. Usamos a “virada cultural” como sustentação paraapresentar o cotidiano da nossa cidade. Entraremos pelos becos, pelas vielas,pelas casas, pelas avenidas e subiremos o grande viaduto rosa que existe naCandelária, Mangueira, para falar com o morador do morro que irá nos revelaro significado da sociabilidade comunitária. Vamos a campo com o intuitode compreender o ato de compartilhar o espaço da cidade. Inspirados peloimaginário de seus moradores, buscamos identificar em sua experiência docotidiano, os possíveis fluxos modeladores de seu traçado urbano que imprimemuma particular cartografia do acaso, do imaginário de lugar da favela.Essa imersão não é nova, pois esse trabalho está inserido numa pesquisa maior.Participamos do grupo de pesquisa Comunicação, Arte e Cidade (CAC) doPPGCOM da <strong>UERJ</strong>/CNPq que desenvolve um trabalho de pesquisa na comunidadeda Candelária desde 2004 .u m l u g a r d e c o n t r a d i ç õ e sEntulhos, cacos de vidros, pedaços de madeiras, vergalhões, latões detinta. O lugar está sempre em obras. As ações dos homens da favela e os objetosque circulam pelos becos reproduzem um complexo de variáveis feito de espaçosdentro de espaços, sentidos dentro de sentidos, cidades dentro de cidadese becos dentro de vielas. As casas se reproduzem de maneira inesperada. Asruelas estão sempre anunciando uma obra. Espaço de obras em permanentemudança. Ao mesmo tempo em que assistimos a ancoragem em forma dehistórias de moradores antigos e de escola de samba que se traduz em tradição,por outro lado, assistimos as mudanças espaciais acontecerem de maneira acelerada.O lugar é de contradições mesmo, repleto de becos de esperanças nofuturo de uma obra bem sucedida, com algumas avenidas que servem de palcopara festas de luzes e de sons.Na nossa vivência com o cotidiano da favela, além de observar marcosde época, de um determinado momento que ficou gravado de diversas formasem sua relação com a cidade, buscamos trazer à tona as formas de sociabilidadee os registros de espacialização que acontecem na Candelária. Nossosesforços se farão no sentido de compreender as interações entre os homens quecirculam pelo morro, os processos de sociabilidade e as diversidades culturais.Cartografia do acaso: percursos à deriva no imaginário da Candelária,favela da Mangueira, RJ

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