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Edição 14 | Ano 8 | No.1 | 2010.1 REVISTA - Contemporânea - UERJ

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Ed.<strong>14</strong> | Vol.8 | N1 | 2010dessa população (como o direito à união civil e/ou casamento, adoção, participaçãoem espólio, pensão ao cônjuge etc.) não são garantidos em lei e dependemde jurisprudências e da boa vontade de promotores e juízes.A propósito dessas ansiedades e perspectivas, o pesquisador SimonHutta 4 veio ao Brasil, entre 2007 e 2008, para realizar uma pesquisa intitulada“Geografias de Violência e Geborgenheit: Lutas Queer pela Segurança noBrasil”, na qual ele fez oficinas e exercícios práticos com grupos focais, registrosem vídeo de paradas e também de uma ampla gama de atividades relacionadasà população LGBT, coletas de informações primárias (diretamente com ossujeitos) e secundárias (com os sujeitos coletando informações com terceiros)e entrevistas. O presente artigo apresenta os resultados de uma pesquisa paralelaa uma de suas iniciativas, da qual tivemos a oportunidade de participar,primeiro como sujeito em um grupo focal e, mais tarde, como co-pesquisador,na coleta e consolidação dos dados. Gostaríamos de agradecer ao pesquisadorpelo seu incentivo e apoio na realização desta pesquisa.Ge o g r a f i a, Se x u a l i d a d e e Gê n e ro66A geografia tem percebido um aumento considerável de proposições eteorias em torno do espaço, já não mais no contexto puramente físico, masprincipalmente no sentido das relações sociais e da cultura. As relações entrecorpo e cidade, entre arquitetura e estruturas de controle e entre o avançotecnológico da comunicação e o processo de “desterritorialização” da geografiaclássica constituem um campo de pesquisa bastante frutífero.Os últimos anos do século XX e os primeiros deste século estão marcadospor um efeito de ambivalência nas relações sociais. Graças à tecnologia, oplaneta se tornou uma grande “teia”. A comunicação acelerou processos e criounovas formas de relacionamento. Agrupamentos sociais de diferentes naturezasse formam e se espalham, sem o confinamento geográfico de antes. Usos e costumes,produtos e possibilidades que eram disponíveis apenas a determinadacultura, agora podem ser vistos, sentidos e usados por qualquer um que tenhaacesso à comunicação global. Novas experiências digitais modificam valorestradicionais e as formas de lidarmos com eles, nas ordens tanto do públicoquanto do privado.Por outro lado, vemos movimentos de resistência localizados, em queo sistema comunitário local não se rende aos processos de “pasteurização” incentivadospela globalização. As comunidades se adaptam à tecnologia e aosnovos valores sociais e culturais, aproveitando-os para se lançarem tambémao mundo, sem perderem de vista suas raízes. Os fatos cotidianos e banais dodia-a-dia valorizam e fortalecem as relações comunitárias locais. Os homens“comuns” ganham importância dentro do espaço compartilhado e se tornamatores sociais. A cultura do cotidiano adquire força como noção privilegiadapara interpretar as múltiplas sociabilidades que se estabelecem nas cidades.O Pegação, Cidadania e Violência: as Territorialidades do Imaginário da População LGBT do Rio de Janeiro

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