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Edição 14 | Ano 8 | No.1 | 2010.1 REVISTA - Contemporânea - UERJ

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Ed.<strong>14</strong> | Vol.8 | N1 | 201047Ao andar pelas ruas de uma cidade o homem se depara com um vastoacervo de formas urbanas que compõe a paisagem cultural da sociedade. Asobras arquitetônicas, os elementos urbanísticos, os meios de transporte e omovimento do homem no espaço urbano desenham uma paisagem cuja fisionomiaapresenta um campo de conhecimento que delineia o percurso históricoda cidade. Os diversos tempos deste percurso constituem o material da narrativado lugar e a forma com que o homem inventa o cotidiano, transforma oambiente social produzindo histórias que o revelam enquanto agente de criaçãodo imaginário social.As experiências ao longo do tempo organizam um discurso histórico produzidonos lugares de subjetivação da prática do sujeito – o cotidiano das realizaçõesefetivas originárias do imaginário social. Os locais públicos e os espaçosprivados da vida do homem urbano representam o cenário no qual são criadosos relatos de demarcação dos processos de individualidade e de alteridade. Oconfronto com o outro delimita a fronteira entre as diversas espacialidades eseus respectivos modos de expressão. O sentido do discurso histórico institui anoção de identidade social em seu processo dinâmico de produção simbólica,as marcas identitárias de uma cidade resultam de um modo de interpretar omundo, da forma com que o homem simboliza os conteúdos formadores douniverso do imaginário. Interpretar uma realidade significa escrever (demarcar)no tecido urbano as impressões captadas do imaginário e imprescindíveisà organização da vida na cidade, do universo imagético que a caracteriza.O cinema apresenta o ponto de vista de personagens (narradores) de umuniverso urbano retratado que configura um determinado discurso da ordemsocial e cultural. O imaginário do filme é o imaginário de seus personagens emconfronto com o imaginário da cidade que detém um acervo de experiências,desejos e pensamentos constituídos ao longo do tempo. A construção narrativado filme mostra a marca da identidade dos narradores da história e do espaçono qual ela se desenrola.Michel de Certeau, em sua obra A Cultura no Plura” (1995), nos fala queo imaginário urbano tem uma predominância do “ver”, no qual o homem é levadoa captar o sentido das impressões visuais, constituindo o valor da imagemem um elemento representativo do imaginário social. No contexto do universourbano temos, então, uma exaltação da “pulsão escópica” (visual), conceitodenominado por Christian Metz (1983), que leva o homem a sistematizar umaprodução acelerada de conhecimento. A velocidade da informação visual configurauma forma de pensamento na qual a imagem aparece como um signoque traz significados para a interpretação do mundo. A cidade instituída é umacervo e uma fonte permanente de escrita, de produção de novas imagens:A cidade contemporânea torna-se um labirinto de imagens. Ela se dáuma grafia própria, diurna e noturna, que dispõe um vocabulário deimagens sobre um novo espaço de escritura. Uma paisagem de cartazesorganiza nossa realidade. É uma linguagem mural com o repertórioDa janela olho e me envolvo com o mundo

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