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Edição 14 | Ano 8 | No.1 | 2010.1 REVISTA - Contemporânea - UERJ

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Ed.<strong>14</strong> | Vol.8 | N1 | 2010189Em curto período de tempo, Nunes conseguiu realizar uma obra audaciosa,numericamente significativa e que levava em conta as condições climáticasda região. Suas construções teriam sido o início de uma “linguagembrasileira”, ambicionada pelos paulistas da Semana de Arte Moderna de 1922:uma síntese entre o caráter universal dos princípios modernistas e a expressãoregional. Sua curta vida limitou sua atuação profissional. Não podemos,portanto, estabelecer uma projeção de seu significado em relação a um possívelnovo direcionamento da produção arquitetônica brasileira – que poderiater se libertado da ditadura dogmática do “Estilo Internacional” enveredandopor uma ótica menos colonizada. Quem sabe ela poderia ter contribuído maisexpressivamente para um redimensionamento da nossa condição de importadoresde conceitos que nunca levam em conta nossa realidade? Uma herançacolonial que Ana Mae Barbosa explicita: “os anos anteriores de dominaçãotinham sido muito degradadores, como em geral o foi a colonização europeia.Proibidos de termos imprensa, escolas superiores e mesmo um ensino primárioe secundário organizados, fomos domados pelos jesuítas [...]” (1998, p. 30).Continuamos, em pleno século XXI, ainda nesse processo de importaçãode valores e domados por outros jesuítas. Tudo como na Colônia. Entretanto,se o tempo possibilitou que o imaginário barroco importado por aquela ordemdiretamente de Portugal se transformasse no “Barroco Tropicalista” subsequenteque teve em Aleijadinho seu maior expoente, e se sobrevivemos à suasubstituição pela linguagem neoclássica oficial trazida pela Missão Artísticade 1816, podemos ter esperanças quando analisamos algumas tentativas queaconteceram (e acontecem) gerando uma visão menos colonizada na arquiteturacontemporânea brasileira. É essa visão e ação que abordamos nesse artigotomando por base o trabalho de um arquiteto pernambucano: Armando deHolanda. Sua obra e sua influência posterior através de seu processo didáticoe de um pequeno livro publicado pela Universidade Federal de Pernambuco,Roteiro para se construir no Nordeste, parecem ter sido fundamentais para atransmissão (e resultados práticos) de um conceito de “construir frondoso” baseadonos trópicos, suas árvores, seus ventos, sua cultura, sua realidade enfim.Um a “Es c o l a Pe r n a m b u c a n a d e Ar q u i t e t u r a” o u a p e n a s vo z e s?...“Através de uma penosa experiência,aprendemos que o pensamento racional não é suficiente para resolvermos osproblemas de nossa vida social”Albert EinsteinNo fim do século passado, a humanidade inicia a longa jornada derepensar mais intensamente sua postura em relação ao seu habitat natural.A sobrevivência do planeta passa a ser discutida de forma mais democráticaabandonando os espaços acadêmicos e investindo, inclusive, na própria comunicaçãode massas mesmo que esse diálogo se restrinja a uma determinadaA arte de construir no Nordeste: um resgate

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