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Edição 14 | Ano 8 | No.1 | 2010.1 REVISTA - Contemporânea - UERJ

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Ed.<strong>14</strong> | Vol.8 | N1 | 201070aos conflitos sangrentos do Afeganistão), formado por moradores das redondezas,iniciou um movimento violento e repressivo para expulsar a populaçãoLGBT da área, sem sucesso. A Farme resiste bravamente às ondas de homofobiaque vêm se chocar contra suas mesas e balcões.Desde o final dos anos 1990, a Rua Almerinda Freitas, em Madureira,começou a testemunhar por um fenômeno gregário semelhante. Rua comercialdurante o dia, nas noites de quarta-feira ela passou a reunir gays, lésbicas,bissexuais e ‘simpatizantes’. A boate “Papa G” atraía grande público e, mesmoquando ela fechou as portas, os encontros permaneceram, com a presença deum notável contingente de menores de idade, que não poderiam ainda frequentarbares e boates. O fato de a rua ter pouco movimento à noite e estar localizadano centro de Madureira, perto de várias vias de acesso para trens, ônibus evans, ajudou a promover sua fama como “point” da noite LGBT suburbana. Aboate reabriu e fechou para reformas várias vezes, mas o movimento permanecee o espaço da rua (que em outras noites é um “não-lugar” antropológico 7 ), édominado e transformado em espaço festivo, quase “dionisíaco”. Drags andam“montadas” (maquiadas e em trajes femininos) e casais se beijam sem medo.O genius loci (espírito do lugar) que se apossou daquele espaço parece ser, semdúvida, um “espírito do arco-íris” 8 .Pr o p o s t a, Me t o d o l o g i a e Re s u l t a d o s Pr e l i m i n a r e sA pesquisa principal, ainda em andamento e que faz parte do projeto dedoutorado do pesquisador Simon Hutta, se compõe de diferentes metodologiasde coleta de dados acerca da subjetividade da população LGBT brasileira, noque se refere às questões de segurança, aconchego e aceitação, nos diferentesespaços urbanos.Tivemos a oportunidade de participar de um grupo focal da populaçãoLGBT como sujeito e, mais adiante, como co-pesquisador, na coleta, transcriçãoe análise preliminar de informações obtidas no próprio grupo e, também,de outras pessoas LGBT por meio de entrevistas. Os resultados a serem aquiapresentados representam uma fração do que ainda está sendo consolidadopara uma análise mais profunda. Chamou nossa atenção, todavia, que mesmoem um estágio inicial, algumas respostas se repetem com notável frequênciae parecem transmitir um sentido comum a algumas ansiedades e perspectivasdas minorias sexuais nos centros urbanos.A participação foi voluntária; foram assinadas permissões de registroanônimo dos depoimentos (os sujeitos serão identificados por iniciais e idades),concentrando-se nos hábitos afetivos de cada sujeito. Por “hábitos afetivos”,entendemos suas atividades cotidianas no que se refere à expressão de sua afetividadee sexualidade: frequentar ambientes voltados para o público LGBT,namorar, manter relações sexuais etc. O grupo acolheu heterossexuais que frequentamambientes LGBT e/ou que têm amizade e respeito por essa populaçãoO Pegação, Cidadania e Violência: as Territorialidades do Imaginário da População LGBT do Rio de Janeiro

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