12.07.2015 Views

Edição 14 | Ano 8 | No.1 | 2010.1 REVISTA - Contemporânea - UERJ

Edição 14 | Ano 8 | No.1 | 2010.1 REVISTA - Contemporânea - UERJ

Edição 14 | Ano 8 | No.1 | 2010.1 REVISTA - Contemporânea - UERJ

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ed.<strong>14</strong> | Vol.8 | N1 | 2010In t r o d u ç ã o197A escolha dos parques em estudo motiva-se pela semelhança não só emseus processos de institucionalização, como também de ocupação e valorizaçãoimobiliária. Para se ter uma ideia dessa valorização, segundo informaçõesdo Sinduscon (Sindicato da Construção Civil), o metro quadrado em tornodo parque Flamboyant, em cinco anos, sofreu um aumento de 6.666% (seismil seiscentos e sessenta e seis por cento). Há pessoas que dizem que coma institucionalização dos parques, o mercado imobiliário tem percebido nosmesmos um acréscimo, na forma de valor agregado, aos seus empreendimentos.Pela velocidade de verticalização em seus entornos, pode-se dizer que estãoreproduzindo esses espaços em série por todas as áreas nobres da cidade comnascentes, tendo como hipótese a instituição desse modelo de ocupação dessesespaços como uma tendência em Goiânia, pois anteriormente temos o Bosquesdos Buritis e o Parque Zoológico e posteriormente temos a transformação doParque Areião, já com vários projetos de verticalização em andamento. Ouseja, o mercado imobiliário tem se utilizado dessa tendência de valorizaçãopara promover a densidade demográfica em torno destes espaços.Seria um novo modelo de urbanização em pequenas escalas, que podemoschamar de icônica ou é a ecologização social, associada às ideias de lazere esportes, ou é o sentimento de apropriação desses espaços públicos como extensãodos arranha-céus em seus entornos, ou ainda têm nesses espaços comopaisagens a serem contempladas? É o que tentaremos responder em seguida.Entende-se que o nosso trabalho está associado concomitantemente àcriação de imaginários que determinam interesses sobre uma ideologia, comoforma de apropriar e reapropriar a natureza no que tem representado os parquesora em estudo. Ainda através do trajeto antropológico de Durant na compreensãodas dinâmicas de construção de espaços urbanos, e tendo como panode fundo a modificação da paisagem, e buscando perceber com isso que osvalores, o discurso narrativo, as representações e as imagens vinculadas ao imagináriopodem constituir verdades nem sempre fundamentadas no real físico ehistórico, esse modelo aparece como legitimadoras de determinados interessesideológicos. O desenvolvimento do modo de produção capitalista e os fetichessão incorporados com o intuito de agregar valor ao produto, sendo que os parquesVaca Brava e Flamboyant constituem bons exemplos, uma vez que a ideiaincorporada de natureza faz parte do imaginário. A natureza é reproduzidaaonde o capital instala-se, nesse caso nos parques citados.Essa forma de apropriar-se da natureza como valor agregado em espaçourbano vem da concepção urbanística de “cidade jardim” e do “modelo racionalistafrancês”, na própria concepção da nova capital Goiânia, segundo seuprimeiro plano urbanístico de desenvolvimento - as áreas verdes que AtílioCorrêa Lima 2 (1937, p. 8) destinou à cidade correspondiam a <strong>14</strong>% de toda aárea urbanizada, estabelecendo uma relação entre área verde por habitante;O imaginário na reprodução da natureza no espaço urbano: Parques Vaca Brava e Flamboyant

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!