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Psicologia e diversidade sexual: desafios para uma sociedade de ...

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lhe permitam sentir-se pertencente a seu grupo e com parceiros que orespeitem e compartilhem bem-estar biopsicossocial-político-cultural.Aqui não há orientações classificatórias e nosográficas que possamreduzir o ser h<strong>uma</strong>no a mera categoria <strong>de</strong> doença, <strong>de</strong> perversão, <strong>de</strong>pecado, <strong>de</strong> crime, mas <strong>de</strong> composição <strong>para</strong> a efetivação <strong>de</strong> <strong>uma</strong> estilísticada existência.Os efeitos do sistema sexo/gênero/<strong>de</strong>sejo nos permitem juntocom Judith Butler <strong>de</strong>finir o gênero como um sistema <strong>de</strong> regras,convenções, normas sociais e práticas institucionais que produzem <strong>de</strong>modo performativo os sujeitos que preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>screver, ora vinculadosa suas normativas, ora resistentes a essas mesmas normativas, oque nos permitiria problematizar o gênero como relacional, comooscilações <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> negociações com a norma, a lei, o contrato,a instituição <strong>para</strong> a ocupação <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados lugares <strong>de</strong> ocupaçãoe expressão no mundo.Dentro <strong>de</strong>ssa lógica, Beatriz Preciado (2008) nos fala <strong>de</strong> programações<strong>de</strong> gêneros por meio dos quais se produzem percepções sensoriais que setraduzem em afetos, pensamentos, <strong>de</strong>sejos e ações, mas também crençase posições <strong>de</strong> sujeitos no mundo, compondo esquemas <strong>de</strong> subjetivaçãoprogramada, produzindo saberes sobre si mesmos <strong>de</strong>terminados pordiscursos imperativos que afirmam e nos levam a afirmar expressõestais como “sou homem”, “sou mulher”; “sou heteros<strong>sexual</strong>”, “souhomos<strong>sexual</strong>”, que atuam como núcleos biopolíticos em torno dos quaisé processado todo um conjunto <strong>de</strong> práticas e discursos.A emergência <strong>de</strong> novas expressões sexuais e <strong>de</strong> gênero tem permitidoa Beatriz Preciado (2002) falar em biomulher e tecnomulher; biohomeme tecno-homem, <strong>de</strong> acordo com as instalações tecnológicasque se apropriam dos corpos e os modulam <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>uma</strong> perspectivada heteronormativida<strong>de</strong> e do falocentrismo, constituindo assim aquiloque Felix Guattari e Suely Rolnik (1986) <strong>de</strong>nominaram “subjetivida<strong>de</strong>maquínica” ou, ainda, seguindo as proposições <strong>de</strong> Donna Haraway (1995)quando aponta <strong>para</strong> a emergência <strong>de</strong> um sujeito cyborg.Todo esse engendramento dos discursos normativos <strong>de</strong>terminantesdas expressões sexuais e <strong>de</strong> gênero que se materializa nos corpos sedaria, <strong>de</strong> acordo com Beatriz Preciado (2008), por meio <strong>de</strong> programações<strong>de</strong> gênero, sendo entendida por ela como102

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