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Psicologia e diversidade sexual: desafios para uma sociedade de ...

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casos <strong>de</strong> Aids e da <strong>de</strong>mora em ser produzida <strong>uma</strong> resposta governamental,a exemplo da maioria dos países oci<strong>de</strong>ntais, os militantes homossexuaisforam os responsáveis pelas primeiras mobilizações contra a epi<strong>de</strong>mia,tanto no âmbito da assistência solidária à comunida<strong>de</strong>, quanto naformulação <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas <strong>para</strong> o po<strong>de</strong>r público.É nesse contexto que emerge o que chamo <strong>de</strong> “segunda onda” domovimento homos<strong>sexual</strong> no Brasil, que correspon<strong>de</strong> a um período<strong>de</strong> aumento da visibilida<strong>de</strong> pública da homos<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong>, na década<strong>de</strong> 1980, com a lenta expansão <strong>de</strong> um mercado <strong>de</strong> bens e serviços<strong>de</strong>stinado ao público homos<strong>sexual</strong> e a chegada da epi<strong>de</strong>mia da Aids.Foi nesse contexto que atuaram os grupos Triângulo Rosa e Atobá, doRio <strong>de</strong> Janeiro, e o Grupo Gay da Bahia. O objetivo <strong>de</strong>stes grupos, alémdas ativida<strong>de</strong>s comunitárias, era promover mudanças na <strong>socieda<strong>de</strong></strong>, emespecial com relação aos direitos civis <strong>de</strong> homossexuais.No movimento, <strong>de</strong> modo geral, há <strong>uma</strong> redução drástica daquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grupos. A volta ao regime <strong>de</strong>mocrático implica a falênciado mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> organização comunitária autonomista vigente nos gruposda “primeira onda”. Já não existe mais a ditadura, o inimigo externo quetornava vários movimentos unidos contra o autoritarismo, o mo<strong>de</strong>loanterior <strong>de</strong> mobilização não funciona mais. Além disso, a chegada daepi<strong>de</strong>mia do HIV/Aids, então apresentada como “câncer gay” ou “pestegay” <strong>de</strong>smobiliza as propostas <strong>de</strong> liberação <strong>sexual</strong> tais quais <strong>de</strong>lineadasna “primeira onda”.Nesse contexto, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atuação que emerge é inspirado naatuação <strong>de</strong> grupos como Triângulo Rosa, do Rio <strong>de</strong> Janeiro, e o GrupoGay da Bahia. Com o maior envolvimento dos ativistas paulistas com aconstrução da resposta coletiva ao HIV/Aids, há um <strong>de</strong>slocamento domovimento pro eixo Rio <strong>de</strong> Janeiro-Nor<strong>de</strong>ste.As características mais marcantes <strong>de</strong>sse período incluem: um menorenvolvimento com projetos <strong>de</strong> transformação social como um todo; <strong>uma</strong>ação mais pragmática e voltada <strong>para</strong> a garantia dos direitos civis e açõescontra discriminações e violência. A tendência é ter organizações maisformais, já não há mais rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> direções, mas diretorias com cargoe com funções <strong>de</strong>finidos. O GGB e o Grupo Triângulo Rosa são os primeirosa se formalizarem legalmente como associações voltadas <strong>para</strong> os direitos<strong>de</strong> homossexuais, evocando o direito à associação. A valorização <strong>de</strong> relações187

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