12.07.2015 Views

Psicologia e diversidade sexual: desafios para uma sociedade de ...

Psicologia e diversidade sexual: desafios para uma sociedade de ...

Psicologia e diversidade sexual: desafios para uma sociedade de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

dimorfismo dos corpos. A ausência <strong>de</strong> um pênis e um orifício vaginalseriam condições necessárias <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênerofeminina e a coerência do gênero masculino estaria dada pela presençado pênis. Este <strong>de</strong>terminismo, apoiado no saber/po<strong>de</strong>r médico, comoinstância hegemônica <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> discursos sobre sexo e gênero,fundamenta políticas estatais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública e direitos, estipulandoo acesso das pessoas à categoria <strong>de</strong> h<strong>uma</strong>no. Tal noção <strong>de</strong> h<strong>uma</strong>nida<strong>de</strong>,mediada pelo arbítrio médico, violenta o direito à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e aoreconhecimento social da <strong>diversida<strong>de</strong></strong>. (Diálogo Latino-americano sobreSexualida<strong>de</strong> e Geopolítica, RJ, agosto <strong>de</strong> 2009).A prática <strong>de</strong> promover supostos “gêneros saudáveis”, seja medianteo uso <strong>de</strong> bisturi, da administração <strong>de</strong> hormônios ou por tratamentospsiquiátricos e psicológicos, é moeda corrente naqueles países on<strong>de</strong>o establilshment médico é particularmente po<strong>de</strong>roso em termoseconômicos. Não obstante, a valida<strong>de</strong> científica das premissas médicas nasquais esses procedimentos estão baseados foi fortemente questionada.O grau <strong>de</strong> arbitrarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse conhecimento fica evi<strong>de</strong>nciado nasprofundas mudanças conceituais que o próprio sistema <strong>de</strong> nomenclaturapsiquiátrica sofreu a cada nova edição do DSM, particularmente no quetrata <strong>de</strong> “<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns sexuais e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero”. (Diálogo Latinoamericanosobre Sexualida<strong>de</strong> e Geopolítica, RJ, agosto <strong>de</strong> 2009).O DSM e o CID atuam como reprodutores oficiais da violência,legitimados como sistemas <strong>de</strong> nomenclatura médica, mas carentes<strong>de</strong> vali<strong>de</strong>z científica. São documentos que orientam os estados eseus operadores (médicos/as, psicólogos/as, psiquiatras, juízes/as,trabalhadores/as sociais, docentes) na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> quem po<strong>de</strong>ter acesso à cidadania e quem estará <strong>de</strong>la suprimido. (Diálogo Latinoamericanosobre Sexualida<strong>de</strong> e Geopolítica, RJ, agosto <strong>de</strong> 2009). AAssociação Psiquiátrica Norte-americana (APA) publicará em 2012 aquinta versão do Manual Diagnóstico e Estatístico dos TranstornosMentais (DSM, na sigla em inglês). Apesar <strong>de</strong> ter eliminado ahomos<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> da categoria <strong>de</strong> doença, ainda neste documento atran<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> continuará sendo tipificada como um “transtorno <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero”. O Código Internacional <strong>de</strong> Doenças (CID), por sua206

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!