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Psicologia e diversidade sexual: desafios para uma sociedade de ...

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É o risco <strong>de</strong> optar por perspectivas i<strong>de</strong>ntitárias, mas também é opreço político por prescindir <strong>de</strong>las.Para Joan Scott,não existem soluções simples <strong>para</strong> as questões, <strong>de</strong>batidascalorosamente, da igualda<strong>de</strong> e da diferença, dos direitosindividuais e coletivos, das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> grupo; posicionáloscomo conceitos opostos significa per<strong>de</strong>r o ponto <strong>de</strong>suas interconexões. Pelo contrário, reconhecer e manter<strong>uma</strong> tensão necessária entre igualda<strong>de</strong> e diferença, entredireitos individuais e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s grupais, é o que possibilitaencontrarmos resultados melhores e mais <strong>de</strong>mocráticos(Scott, 2005, p. 12).Sem querer entrar aqui nos meandros das discussões sobre i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>,embora me pareça possível aproximar, por exemplo, a noção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>trazida por Stuart Hall das questões formuladas por Guattari em relaçãoà produção <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>, vamos privilegiar um ponto que po<strong>de</strong> serum <strong>de</strong>sdobramento <strong>de</strong>ssa preocupação, que é a questão da diferença. Euvou dizer, com a Guacira Lopes Louro, que “é preciso abandonar qualquerpressuposto <strong>de</strong> um sujeito unificado que vá se <strong>de</strong>senvolvendo <strong>de</strong> modolinear e progressivo” (Louro, 2004, p. 12). Queremos, então, associardireitos em <strong>uma</strong> <strong>socieda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong>mocrática à <strong>diversida<strong>de</strong></strong>.O título do seminário fala em <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong>, expressãoabsolutamente consagrada <strong>para</strong> se tratar <strong>de</strong> pluralida<strong>de</strong>. Porém, em seuuso cotidiano, parece-me que a expressão acaba excluindo exatamentea normativida<strong>de</strong>, o referente à heteros<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> que entra como oravisível, ora invisível. Do que se trata, então, essa <strong>diversida<strong>de</strong></strong>? O quequeremos captar com essa expressão?Reencontrei, na confecção <strong>de</strong>sse texto, os Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Subjetivida<strong>de</strong>da PUC <strong>de</strong> São Paulo publicados nos anos 1990. Em um texto do número<strong>de</strong>dicado a Deleuze, que acabara <strong>de</strong> morrer, em 1996, eu li as seguintesquestões, que agora faço nossas: “como inventar os meios <strong>para</strong> se pensar emmovimentos e acontecimentos? Como apreen<strong>de</strong>r o que se mexe, gera, foge,<strong>de</strong>vém, inventa, <strong>de</strong>sliza, surge... em vez <strong>de</strong> contemplar o que é supostamente19

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