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Religião, Coesão Social e Sistema Político na América Latina

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Porém, <strong>na</strong>s últimas eleições majoritárias de 2006 a bancada evangélica perdeuespaço, por razões que explicitaremos mais à frente. Dos 59 deputados da legislaturaprecedente agora são 34, assim distribuídos: 10 Assembleia de Deus; 7 Batistas; 6Universal; 3 Sara Nossa Terra; 3 sem denomi<strong>na</strong>ção; 2 Lutera<strong>na</strong>; 1 Evangelhoquadrangular; 1 Presbiteria<strong>na</strong> e 1 Mara<strong>na</strong>ta.3.2.3. Aproximação de imaginários religiosos e políticosNa pesquisa levada a efeito em 2003 no Brasil por André Corten e sua equipe doGRIPAL houve a constatação de que diante de enunciados de ordem política foibastante elevado o número de brasileiros que se disseram “sem opinião”. Por exemplo:enunciados como: “Ainda hoje em dia um movimento popular pode acabar com umaditadura”, ou outros que concernem os desaparecidos políticos, os antigos ditadores e areconciliação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. No dizer de Corten,“O sem opinião no Brasil ilustra que os brasileiros não identificam este tipo deimaginário político. Em relação aos outros latino-americanos eles são definitivamenteos menos númerosos a reagirem aos imaginários políticos instituídos. Em outros termos,estes “não lhes dizem <strong>na</strong>da”, eles não acendem nenhuma luz <strong>na</strong> sua compreensão geraldo mundo, eles não tem importância. Esta tendência à ausência de opinião correspondetambém ao fato de que os brasileiros são menos númerosos do que os outros latinoamericanosa considerar que se pode fazer alguma coisa para mudar a sociedade eacompanha seu ceticismo relativo à aplicação das leis” (Corten et alii, 2007: 11-12).Corten captou em sua pesquisa o que o historiador José Murilo de Carvalhotambém constatou em suas pesquisas acerca da relação entre os brasileiros e os fatoshistóricos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. Disse o historiador:“A história política, as grandes datas como a Independência, a República, aRevolução de 1930, e até mesmo o fim da ditadura militar, não foram registradas <strong>na</strong>memória de muitos como conquista popular. Muitos brasileiros ainda assistem aosacontecimentos políticos como se não lhes dissessem respeito” (Carvalho, 2000: 12 –grifo nosso).A mesma pesquisa realizada pelo GRIPAL revelou que o religioso brasileiroprivilegiado é o da “consolação” e neste ponto não há diferenças entre os católicos e osevangélicos, embora haja diferenças entre os brasileiros e os outros latino-americanos.Essa constatação aparece, por exemplo, quando se observa os resultados de enunciados30

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