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Religião, Coesão Social e Sistema Político na América Latina

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Consequentemente,“para os mexicanos – incluídos os estudantes – a hipótese de uma associaçãopossível entre domínios religioso e político possui pouca credibilidade. O que nãoexclui uma homologia entre os dois domínios. O sofrimento é vivido como umproblema que se deve enfrentar pessoalmente (...) No plano político, se é igualmentemenos numeroso (64%) do que os outros latino-americanos (84%) a crer que umaexpressão coletiva do sofrimento possa fazer mudar as coisas. Os dois imaginários, oreligioso como o político, embora sejam concebidos como separados um do outro, sãohomólogos <strong>na</strong> medida em que repousam sobre o que se poderia chamar um modo daimanência que escapa da lógica identitária produzida pelos teólogos ou os discursos doestado. Na base dos dois encontra-se a idéia de que a ação deve vir de si, do interior enão das instituições – tais como Igreja ou Estado – que se considera exteriores e dasquais se desconfia” (Corten et alii, 2007: 16-17).Blancarte, de certo modo, também chega a conclusões semelhantes acerca dasrepresentações das instituições de parte dos mexicanos ao afirmar que pesquisasrecentes mostram que cerca de dois terços deles consideram que a Igreja Católica detémdemasiado poder, embora ao mesmo tempo detenham mais confiança <strong>na</strong> Igreja do que<strong>na</strong>s instituições sociais ou políticas (Blancarte, 2000: 15).Encontraremos no Uruguai alguns pontos de aproximação com a situação doMéxico, embora o país platino tenha suas próprias especificidades.3.4. UruguaiO Uruguai é detentor de uma história única <strong>na</strong> <strong>América</strong> Lati<strong>na</strong> de produção deuma religião civil que tentou ser substitutiva das práticas religiosas, particularmente <strong>na</strong>ocupação do espaço público. Trata-se de todo um processo que contou, entre outros,com apoio da maço<strong>na</strong>ria, do anticatolicismo que vigorava entre os imigrantes italianos eespanhóis - produto de suas experiências ultramonta<strong>na</strong>s e não da real experiência deconvívio com a Igreja Católica no Uruguai - e mesmo das igrejas evangélicas, quetenderam a apoiar o processo secularizador promovido pelo Estado uma vez queconstituíam uma minoria dentro de uma sociedade predomi<strong>na</strong>ntemente católica, talcomo ocorria <strong>na</strong> maioria dos países latino-americanos (Geymo<strong>na</strong>t, 2004: 108-109).É durante o governo de Latorre (1876-80) que se inicia o processo de laicizaçãoe de constituição da religião civil, com a promulgação da “Ley de Educación Común”(1877). Neste ano, José Pedro Varela assume o cargo de Diretor da Instrução Pública,36

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