15segunda hipótese) de áreas antropizadas (CASTELLETTI, 2003; IBGE, 2004; ANDRA<strong>DE</strong> etal., 2005; LEAL et al., 2005; ARAÚJO, 2007).Resultados de pesquisas apontam várias espécies lenhosas nativas da Caatingapromissoras para a produção de forragem, tais como a catingueira (Poincianella pyramidalis(Tul) L.P.), o mororó (Bauhinia cheilantha), a jurema preta, a favela, o feijão <strong>br</strong>avo (Capparisflexuosa), e o umbuzeiro (Spondias tuberosa) (GONZAGA NETO, 2001; DRUMOND et al.,2002; DAMASCENO, 2007; ANDRA<strong>DE</strong> et al., 2010). Dentre estas, a jurema preta e a faveladestacam-se na ocupação inicial e secundária de áreas degradadas. Descrições detalhadas sãoencontradas na literatura (LORENZI, 1998; MAIA, 2004), porém algumas característicasprincipais são apresentadas a seguir.2.2.1 Jurema preta (Mimosa tenuiflora Willd. Poiret)A jurema preta é uma Fabacea arbórea nativa da Caatinga, rústica e adaptada àscondições de semiaridez do Bioma Caatinga, abundante e frequente no Piauí, Ceará, RioGrande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe (LIMA, 1996; VIEIRA, 1997). Éuma espécie pioneira de áreas com solos férteis, úmidos, profundos e alcalinos, porémtambém inicia a sucessão em solos pedregosos, erodidos, secos e com afloramentos rochosos(SAMPAIO et al., 1998; MAIA, 2004).Segundo Lorenzi (1998), a jurema preta é uma árvore de crescimento rápido, queatinge 6 metros de altura e 30 cm de diâmetro, dotada de copa irregular e folhas compostas,bipinadas, de 1 a 3 cm de comprimento. Possui tronco revestido por uma casca que sedesprende em placas exibindo a madeira avermelhada. As inflorescências subterminais sãoem espigas isoladas ou geminadas, de 4 a 8 cm de comprimento, com flores <strong>br</strong>ancas. O fruto édo tipo vagem de 2,5 a 5,0 cm de comprimento, contendo até 6 sementes.Suas sementes germinam no início da estação chuvosa, chegando ao valor de 17 a 58mil plântulas por hectare na estação úmida do ano, restando 3,7 a 7,5 mil plântulas por hectareno final da estação seca (BAKKE, et al., 2006).A jurema preta fornece forragem, protege o solo e os animais e produz lenha de altopoder calorífico (ARAÚJO FILHO; CARVALHO, 1996). Sua capacidade de fixar o Natmosférico (DINIZ, 2006) a torna autossuficiente neste nutriente tão escasso nos solos daregião e, segundo Sampaio (2010), isso explica sua presença em extensas áreas antropizadasde Caatinga e a formação de bosques monoespecíficos.Usada em reflorestamento para finsenergéticos, apresenta so<strong>br</strong>evivência de 75%, aos cinco anos, e altura média de 4,5 metros,
16porém seu plantio é recomendado especialmente para a recuperação de áreas degradadas emque a regeneração arbórea esteja seriamente comprometida (APNE, 2008).Sales (2008) utilizou a jurema preta na revegetação de áreas degradadas da Caatingae observou médias de 177,5 cm/planta no comprimento e 24,8 mm/planta no diâmetro basal,aos 39 meses de crescimento no campo, em área semelhante às do presente estudo, plantadasem covas de dimensões 30 cm x 30 cm x 30 cm, e com 5 L de esterco em cada cova, semaplicação de fertilizantes químicos, e, assim, constatou sua superioridade frente à catingueiraquanto à so<strong>br</strong>evivência e crescimento inicial.A presença de acúleos na jurema preta, uma característica marcante em muitasespécies da Caatinga, é um empecilho à sua utilização, pois dificulta o seu manejo na retiradade lenha e a produção de forragem. Povoamentos nativos de jurema preta em Patos (PB)apresentam, em média, 17% de indivíduos sem acúleos, cujas sementes resultam em 50% deprogênie inerme (BAKKE et al., 1995). Com o aumento da frequência gênica para o caráterinerme, via formação de bosques puros de plantas inermes, já é possível obter 90% de mudasde jurema preta sem acúleos (ARRIEL et al., 1995; ARRIEL et al., 2000).Em plantios em que a jurema preta foi submetida à poda anual de seus ramos finos,os fenótipos com e sem acúleos apresentaram comprimento médio de 127 e 107 cm ediâmetros médios de 33 e 29 mm, respectivamente. Até os dois anos de idade, a variedadesem acúleos produz cerca de 30% a menos de forragem do que a variedade aculeada, porém aqualidade da sua forragem não difere significativamente entre os fenótipos, com níveis deFDN (59,1 e 59,6%, respectivamente), FDA (44,6 e 44,2%, respectivamente), e proteína <strong>br</strong>uta(> 9,9%) (BAKKE, 2005; BAKKE et al., 2006; BAKKE et al., 2007) compatíveis com ocaráter ruminante dos rebanhos da região (REIS et al., 2004).2.2.2 Favela (Cnidoscolus quercifolius Pohl.)A favela é uma Euforbiaceae arbórea xerófila endêmica do semiárido do nordeste doBrasil, presente no Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,Sergipe e Bahia. É uma espécie pioneira, lactescente, que atinge 4 m de altura e apresentaespinhos urticantes nas folhas, ramos finos e frutos. Perde as folhas ao final do períodochuvoso e assim permanece até a próxima estação úmida. Possui tronco curto, ramificadodesde a base, mais ou menos cilíndrico e com casca fina. Suas folhas são longas, grossas,lanceoladas, com número variável de pelos urticantes que chegam a alcançar mais de 1 cm decomprimento. As flores são alvas e se apresentam em pequenos cachos axilares e terminais. O
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