43Os teores de MO observados apresentaram uma leve tendência de acúmulo no solo,embora sendo ainda considerados baixos (ALVAREZ V et al., 1999). Esta tendência serádiscutida em mais detalhes logo adiante, quando da discussão dos teores de MO nas parcelascom jurema preta.A saturação por bases (V) apresentou valores considerados satisfatórios (entre 60-80%) para o crescimento de plantas, o pH foi classificado como mediano (pH 5,1- 5,9), e amatéria orgânica (MO) como baixa (MO < 15 g . dm -3 ) (ALVAREZ V et al., 1999). Istoindica que, após três anos em que o estrato herbáceo pode se desenvolver e ocorreu acúmulode serapilheira, o solo das parcelas testemunhas apresenta quantidade de saturação por basessuficiente para o crescimento da maioria das culturas, porém com certa limitação em termosde acidez e matéria orgânica, características comuns aos solos da região (PEREIRA, 2010).Os teores r<strong>edu</strong>zidos de MO podem ter significado prático importante, pois indicam baixadisponibilidade de nitrogênio no solo, o que limita a produção de biomassa (SAMPAIO,2010).Os dados coletados em 2009, a uma profundidade de solo diferente da dos demaisanos, provocaram as diferenças significativas observadas para a maioria dos atributos físicosdo solo. Porém, vale ressaltar o comportamento da CC e do PMP, e da DG e da DP, queapresentaram comportamento significativo e consistente de aumento, para os dois primeirosatributos, e de diminuição para os dois últimos, entre 2008 e 2011, exceto para a densidadeglobal, que aumentou, em 2011, para os níveis iniciais de 2008. Estes comportamentosindicam que a exclusão dos animais e o desenvolvimento do estrato herbáceo beneficiaram osolo quanto ao poder de armazenamento de água e à densidade do solo. Pode-se especular queestes atributos foram beneficiados pelo aumento de resíduos das raízes no solo das espéciesherbáceas que se desenvolveram e feneceram, bem como da deposição da serapilheira e dodesenvolvimento da comunidade da macro, meso e microfauna que se beneficiam de materiaisorgânicos no solo.Nas parcelas com introdução da jurema preta, os atributos do solo (Tabela 5)apresentaram as mesmas tendências observadas nas parcelas testemunhas (Tabela 4). Dosatributos químicos observados no solo das parcelas com jurema preta, é interessante ressaltara tendência crescente de P, entre 2008 (6,68%) e 2011 (16,50%), e os níveis relativamenteelevados de MO em 2010 (10,07%) e 2011 (10,15), quando comparados com a tendência nosteores de P e nos valores de MO do solo, observada nas parcelas testemunhas. Nestas, osteores de P não apresentaram uma tendência crescente temporal clara, bem como os teores deP e MO são inferiores. Isto mostra que a introdução de jurema preta pode atuar positivamente
para aumentar os teores de P e MO disponíveis no solo, quando comparados com a situaçãoem que a recuperação baseia-se apenas em espécies herbáceas nativas.44Tabela 5 – Atributos químicos e físicos do solo nas parcelas com jurema preta com e semacúleos, em outu<strong>br</strong>o de 2008, em maio de 2009, 2010 e 2011, NUPEÁRIDO,Patos-PBAtributos químicosProf. pH P Ca Mg K* Na* H+Al* SB CTC* V MOMês/ Anocm CaCl2 0,01M μg.cm -3 .....................................Cmolc dm -3 …….……………..………… % g dm -3out-08 0-20 5,01 6,68 2,60 1,84 0,31 0,59 2,12 5,33 7,45 69,78 8,30mai-09 0-10 5,15 7,60 3,76 2,48 0,25 1,46 4,08 7,95 12,03 66,86 sdmai-10 0-20 5,16 9,35 3,24 1,45 0,22 0,66 2,27 5,57 7,84 69,73 10,07mai-11 0-20 5,10 16,50 3,79 1,73 0,17 0,63 2,76 6,32 9,08 67,31 10,22Mês/ AnoAtributos físicosProf CC* PMP* DG* DP* AREIA* SILTE* ARGILA CLASSE TEXTURALcm ............%........... .......g cm -3 ..... ...........………..g/kg de solo.............………. USDAout-08 0-20 11,54 5,25 1,55 2,57 800,00 120,00 80,00 Areia francamai-09 0-10 12,63 5,74 1,48 2,51 824,00 104,00 72,00 Areia francamai-10 0-20 14,39 6,54 1,38 2,51 822,00 92,00 86,00 Areia francamai-11 0-20 15,60 7,09 1,56 2,46 822,00 104,00 74,00 Areia francaAtributos químicos = PH, fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K), sódio (Na), hidrogênio+alumínio (H+AL), soma de bases (SB), capacidade de troca de cátions (CTC), saturação por bases (V) e matériaorgânica (MO); e Atributos físicos = capacidade de campo (CC), ponto de murcha permanente (PMP), densidadeglobal (DG), densidade de partícula (DP). *significante ao nível de 5%. sd = sem coleta de dadosFonte – Nunes (2012)As mesmas considerações a respeito da possível necessidade de adubação potássicafeitas anteriormente, quando da discussão das parcelas testemunhas, devem ser novamentelem<strong>br</strong>adas com referência à diminuição nos teores de K nas parcelas com jurema preta.Oliveira et al.(2008), avaliando os atributos químicos de solos, em Alegre – ES, sobdiferentes formas de uso e ocupação, sendo duas áreas em processo de reabilitação medianteimplantação de povoamentos florestais (1 = com apenas Corymbia citriodor; 2 = comEucalyptus grandis, Toona ciliata, Albizia lebbeck) e uma área de pastagem degradada (3 =Brachiaria decumbens), não observaram diferenças significativas entre as áreas avaliadas. Noentanto, observaram tendência a maiores valores de P nas áreas enriquecidas com espéciesarbóreas (3,77 mg . dm - 3 na área 1, com apenas Corymbia citriodor, e 2,78 mg . dm -3 na área2, com três espécies arbóreas), quando comparados aos observados na área de pastagem (2,44mg . dm -3 ). Isto sugere que, de alguma forma, as espécies arbóreas aumentam o teor de Pdisponível no solo, um tema que merece estudos adicionais.
- Page 1 and 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRA
- Page 3 and 4: GrN972rFICHA CATALOGRÁFICADados de
- Page 5 and 6: A toda a minha família, especialme
- Page 7 and 8: RESUMONUNES, Shirley Tavares Nunes.
- Page 9 and 10: LISTA DE FIGURASFigura 1 − Imagem
- Page 11 and 12: SUMÁRIO1 Introdução.............
- Page 13 and 14: 1 IntroduçãoO Bioma Caatinga apre
- Page 15 and 16: 142 Referencial teórico2.1 Áreas
- Page 17 and 18: 16porém seu plantio é recomendado
- Page 19 and 20: 18edáficos) e expõem as camadas s
- Page 21 and 22: 20qualidade física do solo, e são
- Page 23 and 24: 22vegetação em que predominavam d
- Page 25 and 26: 24As parcelas corresponderam às qu
- Page 27 and 28: 263.5.4 Biomassa forrageiraA biomas
- Page 29 and 30: 4 Resultados e Discussão4.1 Experi
- Page 31 and 32: 30mm/planta) médios, respectivamen
- Page 33 and 34: 32prejudicada mesmo sem a presença
- Page 35 and 36: 344.1.4 Produção de biomassa forr
- Page 37 and 38: 36Araújo Filho (1985; 1992) aconse
- Page 39 and 40: ecompensando com forragem e proteç
- Page 41 and 42: 40(ANDRADE, 2008). Estes dados suge
- Page 43: Tabela 4 - Atributos químicos e f
- Page 47 and 48: 46Além do acúmulo da MO do solo,
- Page 49 and 50: Comprimento (cm)Diâmetro (mm)48O c
- Page 51 and 52: Cobertura vegetal (%)50pioneiras pa
- Page 53 and 54: 52PE. Segundo esses autores, esses
- Page 55 and 56: teores médios de FDA foram similar
- Page 57 and 58: 56Estes valores corroboram os achad
- Page 59 and 60: 58de 1,5% de MO no solo será ating
- Page 61 and 62: 5 ConclusõesO plantio das espécie
- Page 63 and 64: ReferênciasANDRADE, L.A.; PEREIRA,
- Page 65 and 66: BAKKE, I.A.; BAKKE, O.A.; ANDRADE,
- Page 67 and 68: 66CLEMENT, C.R. Pupunha: recursos g
- Page 69 and 70: 68INMET - Instituto Nacional de Met
- Page 71 and 72: PACIULLO, D.S.C.; CARVALHO, C.A.B.;
- Page 73 and 74: 72SAMPAIO, E. V. S. B.; ARAUJO, E.