17fruto é do tipo cápsula, tricoca esquizocárpica, coberto por espinhos urticantes. As sementesapresentam testa dura e lisa e albúmen rico em óleo comestível (BRAGA, 1960; LORENZI,1998; DUQUE, 2004).A favela é importante no ecossistema Caatinga por ser resistente à seca e prosperarem terrenos inóspitos. Pode ser usada como fonte de alimentação animal, de medicamentos,de madeira para serraria e na recuperação de áreas degradadas (NÓBREGA, 2001). Noentanto, a abundância de espinhos causticantes tem constituído um empecilho para sua melhorexploração.Favelas sem espinhos foram encontradas no Ceará (VIANA; CARNEIRO, 1991) ena Paraíba (CAN<strong>DE</strong>IA, 2005). Normalmente, a propagação sexuada da favela resulta empequena proporção de progênie inerme (NOBRE et al., 2001), porém algumas matrizes deuma população de Patos-PB geram até 20% de descendentes com este fenótipo (CAN<strong>DE</strong>IA,2005). A frequência gênica para este caráter poder ser aumentada utilizando-se técnicas demelhoramento genético à semelhança do que foi realizado com a jurema preta (ARRIEL etal., 1995) e o sabiá (Mimosa caesalpinifolia Benth) (CARVALHO, 1986). Alternativamente,a favela inerme pode ser reproduzida assexuadamente (MARQUES, 2007), obtendo-se 85%de sucesso na enxertia por garfagem (SALES et al., 2008).Mudas de favela com e sem espinhos, plantadas em covas de 30 x 30 x 30 cm,adubadas com 5 litros de esterco bovino, dos 90 aos 630 dias, apresentaram incremento médiode 39,5 e 33,4 cm/planta no comprimento e de 4,7 e 2,7 mm/planta no diâmetro basal, para osfenótipos com e sem espinho, respectivamente, na mesma fazenda do presente estudo e emsítios com menor nível de degradação (CAN<strong>DE</strong>IA, 2005). Embora o crescimento e produçãodo fenótipo sem espinho seja menor, possivelmente devido à poligenia e à recessividade(CARVALHO et al., 1999) do caráter inerme e ao seu maior grau de homozigose e depressãoendogâmica (CLEMENT, 1997), o manejo do fenótipo inerme é muito mais fácil e justifica oaprofundamento de estudos e a execução de programas de melhoramento genético para ocaráter crescimento e produção de forragem dos indivíduos.2.3 Cobertura vegetal do soloA cobertura vegetal do solo, especialmente com indivíduos arbóreos, é importante,pois aumenta a capacidade de infiltração da água no solo, r<strong>edu</strong>z o poder erosivo da água e dovento e propicia a deposição e o acúmulo de serapilheira. Em contraste, o desmatamento e ouso inadequado do solo r<strong>edu</strong>zem a biodiversidade local (vegetal, animal e organismos
18edáficos) e expõem as camadas superficiais do solo a processos erosivos (desagregação,remoção e deposição das partículas em áreas mais baixas), resultando em degradaçãoambiental (CARDOSO et al., 2003).A recuperação da vegetação é um processo lento, e o seu custo pode ser elevado casosejam necessárias muitas ações para restaurar as funções ecológicas e econômicas da áreadegradada a um patamar mínimo aceitável (COSTA et al., 2009). Geralmente, este processoinicia-se com a cessação da ação dos agentes degradantes, seguido do enriquecimento comespécies vegetais lenhosas adaptadas à região, que propiciam uma cobertura permanente dosolo (REIS et al., 1999), especialmente as leguminosas fixadoras de nitrogênio, que seestabelecem rapidamente e propiciam uma oferta contínua desse nutriente (DINIZ, 2006). Apresença destas espécies aumenta a deposição de serapilheira e a população microbiana,proporciona som<strong>br</strong>a aos animais, aumenta a capacidade de retenção de água pelo solo, r<strong>edu</strong>z atemperatura das camadas superficiais do solo e, em última análise, proporciona as condiçõespara o surgimento de espécies mais exigentes (EIRA 1997; LIMA, 2004; BIANCHI, 2009).Assim, o reflorestamento com jurema preta, uma espécie fixadora de nitrogênioatmosférico (DINIZ, 2006), pode resultar em rápida cobertura arbórea e herbácea do solo,aumento da biodiversidade, reposição de matéria orgânica e ciclagem de nutrientes (MAIA,2005; PEREIRA, 1998). A favela, apesar de não ser uma leguminosa, é uma espécie rústica eadaptada às condições de semiaridez da região e também possui potencial parareflorestamento (DUQUE, 2004; RIBEIRO FILHO et al., 2011).2.4 Biomassa forrageira da CaatingaA produção anual média de biomassa na Caatinga é de 4000 kg . ha -1 , podendo variarbastante, dependendo da precipitação, do nível de cobertura e da fertilidade do solo(ARAÚJO FILHO et al., 1987; SCHACHT, 1987 apud ARAÚJO FILHO, 2002; ARAÚJOFILHO; CRISPIM, 2002; PEREIRA FILHO et al., 2007; MEN<strong>DE</strong>S; OLIVEIRA, 2011).Geralmente, as áreas do Bioma Caatinga apresentam maior quantidade e qualidadede biomassa forrageira no período chuvoso, enquanto a forragem é r<strong>edu</strong>zida e de qualidadeinferior no período seco, quando as plantas paralisam o crescimento. Neste período, grandeparte da forragem disponível corresponde às folhas e ramos senescentes das espécies arbóreas(OLIVEIRA, 1996).Considera-se que, mesmo no período seco, e quando convenientemente manejada, avegetação da Caatinga pode manter níveis adequados de produção de biomassa, sem perdas
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