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edição de 5 de junho de 2017

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editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

recuperação<br />

economia brasileira volta a viver um momento <strong>de</strong> recuperação,<br />

A embora ainda lenta, que já havia se manifestado antes da divulgação<br />

pela mídia <strong>de</strong> trechos da conversa <strong>de</strong> Joesley Batista com<br />

o presi<strong>de</strong>nte Michel Temer.<br />

Os segmentos econômicos que mais se utilizam da publicida<strong>de</strong><br />

para a melhor realização dos seus negócios estão voltando às diversas<br />

plataformas <strong>de</strong> comunicação, <strong>de</strong>monstrando com isso o retorno<br />

<strong>de</strong> uma confiança no mercado, que havia sofrido um duro revés.<br />

Parte minoritária <strong>de</strong> mandatários <strong>de</strong>sses segmentos tem inclusive<br />

revelado que se torna imperioso prestigiar a propaganda, nela reconhecendo,<br />

como se dizia no passado, ser a alma <strong>de</strong> qualquer negócio.<br />

Cabe-nos uma observação sobre essa forma <strong>de</strong> agir voltada para<br />

a <strong>de</strong>fesa da ativida<strong>de</strong> publicitária. Como o mais antigo jornal do<br />

tra<strong>de</strong>, com 52 anos <strong>de</strong> edições semanais ininterruptas no seu impresso,<br />

atravessamos as muitas crises econômicas que se abateram<br />

sobre o país ao longo <strong>de</strong>sse percurso. Crises apenas internas, <strong>de</strong>correntes<br />

em sua gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong> graves questões políticas que<br />

vivemos, e crises <strong>de</strong> abrangência mundial, como a do petróleo,<br />

que, antes <strong>de</strong> nos beneficiar, trouxe-nos mais problemas do que já<br />

possuíamos.<br />

Essa nossa longa experiência <strong>de</strong> observadores e comentaristas <strong>de</strong>sses<br />

períodos <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s, proporcionou-nos muitas certezas e<br />

uma <strong>de</strong>las, sem dúvida, resi<strong>de</strong> no fato <strong>de</strong> que não são os variados<br />

segmentos econômicos que têm ajudado a propaganda, mas sim<br />

esta é que tem sido uma das primeiras tábuas <strong>de</strong> salvação em socorro<br />

daqueles.<br />

O raciocínio para a compreensão <strong>de</strong>sse fato é por <strong>de</strong>mais simples:<br />

quando as vendas caem em razão das crises, os investimentos publicitários<br />

também sofrem, pois o consumidor <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter recursos<br />

suficientes para satisfazer seus <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> compra.<br />

Contrário senso, quando os mercados sentem os primeiros sopros<br />

<strong>de</strong> brisa, com a diminuição das dificulda<strong>de</strong>s da economia, ainda<br />

que lentamente, é chegada a hora, e assim tem sido ao longo da história,<br />

<strong>de</strong> se reforçar a publicida<strong>de</strong> em busca dos consumidores até<br />

então <strong>de</strong>sativados. Até porque a memória do público nesse aspecto<br />

é curta, tornando-se alvo fácil das primeiras mensagens publicitárias<br />

que retornam aos meios.<br />

Se no passado remoto havia uma fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> às marcas, esse comportamento<br />

não mais se repete em nossos dias, com a profusão <strong>de</strong><br />

produtos e serviços à disposição <strong>de</strong> quem quer (e po<strong>de</strong>) comprar.<br />

É chegada pois a hora do retorno do uso do ferramental publicitário<br />

em larga escala pelos anunciantes, respeitando-se o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fogo<br />

<strong>de</strong> cada um.<br />

A interrupção do período negativo da nossa economia já se manifesta<br />

e, nessa corrida, quem sai na frente tem maiores condições<br />

<strong>de</strong> ganhar. A retomada tem por hábito histórico beneficiar mais os<br />

velocistas que os maratonistas.<br />

***<br />

Muito concorrido o almoço em prestigiado hotel <strong>de</strong> São Paulo,<br />

FraSeS<br />

“após dois anos <strong>de</strong> queda, PiB volta a subir no 1º trimestre”.<br />

(Manchete da Folha, 2/6/17)<br />

“Não temos medo <strong>de</strong> riscos”.<br />

(Joesley Batista, em entrevista a Sonia Racy em 2008, reproduzida<br />

no Estadão em 1/6/17)<br />

“lula avalia que temer ganhou sobrevida”.<br />

(Estadão, 2/6/17)<br />

comemorativo da posse da nova diretoria da Abap, para o biênio<br />

<strong>2017</strong>/2019.<br />

Na parte da manhã que prece<strong>de</strong>u ao almoço, houve a cerimônia <strong>de</strong><br />

transmissão e posse, com <strong>de</strong>staque para as falas do presi<strong>de</strong>nte que<br />

<strong>de</strong>ixava a entida<strong>de</strong> (Armando Strozenberg) e do que assumia (Mario<br />

D’Andrea).<br />

D’Andrea, já abrindo o almoço a muitos convidados do mercado,<br />

fez um rápido discurso, lembrando os princípios básicos que <strong>de</strong>vem<br />

nortear o atual momento do nosso mercado.<br />

Sob a égi<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a publicida<strong>de</strong> não faz anúncios, mas sim produz<br />

riquezas, o novo presi<strong>de</strong>nte da entida<strong>de</strong> das agências lembrou as<br />

recomendações da campanha que a mesma assinou e foi veiculada<br />

nos últimos dias: 1. Enquanto muitos cortam empregos, nós geramos.<br />

2. Respeito ao mo<strong>de</strong>lo brasileiro. 3. Acreditar na concorrência<br />

saudável. 4. Veículos digitais também são responsáveis pelo mercado.<br />

5. Somos avalistas da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa. 6. A criativida<strong>de</strong> é<br />

a gran<strong>de</strong> protagonista da nossa ativida<strong>de</strong>.<br />

Além <strong>de</strong> Mario D’Andrea, a nova diretoria da Abap é constituída dos<br />

seguintes empresários e executivos: Eduardo Simon, Gal Barradas<br />

e Marcio Oliveira, como vice-presi<strong>de</strong>ntes; e Marcos Quintela, Marcio<br />

Santoro, Rodolfo Medina, Queiroz Filho e Marcio Toscani, como<br />

diretores.<br />

“Nesses tempos em que assistimos, atordoados, a escalada<br />

do ódio e da intolerância, a comunicação é um instrumento<br />

estratégico para semear o diálogo e a paz”.<br />

(Armando Strozenberg, passando a presidência da Abap para Mario<br />

D’Andrea)<br />

“Fazer o bem sem olhar a quem e a ti também, eis o bem”.<br />

(Carlito Maia)<br />

***<br />

Bob Vieira da Costa, presi<strong>de</strong>nte da nova/sb, relata que “o Brasil produz<br />

quase 220 Maracanãs lotados <strong>de</strong> lixo todos os anos. Cada cidadão<br />

gera, em média, 387 quilos <strong>de</strong> resíduos sólidos por ano. Mas, a<br />

população parece não ter interesse em discutir o tema”. Esta é uma<br />

das constatações <strong>de</strong> um estudo do projeto Comunica Que Muda,<br />

iniciativa da sua agência, sobre a opinião dos brasileiros nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais a respeito do lixo.<br />

Foram analisadas cerca <strong>de</strong> 130 mil menções nas principais re<strong>de</strong>s<br />

sociais, durante três meses, mostrando que o brasileiro trata o problema<br />

do lixo com <strong>de</strong>sinteresse. O projeto Comunica Que Muda<br />

tem aprofundado a discussão sobre temas polêmicos e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

impacto público ao longo <strong>de</strong> 2016 e <strong>de</strong>ste ano. A ação segue tradição<br />

iniciada em 2006 pela agência, no sentido <strong>de</strong> contribuir com os<br />

<strong>de</strong>bates e as transformações sociais. A nova/sb está distribuindo a<br />

diversos públicos mais próximos do problema, exemplares do estudo,<br />

batizado <strong>de</strong> Dossiê Lixo.<br />

***<br />

Este Editorial é <strong>de</strong>dicado à memória do empresário-publicitário<br />

Rino Ferrari, falecido na última quinta (1º), no interior <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Rino pertenceu à segunda geração <strong>de</strong> publicitários brasileiros<br />

que se atreveram a abrir as próprias agências, em um mercado que<br />

prometia crescer e necessitar <strong>de</strong> vários formatos e especializações<br />

<strong>de</strong> novas agências.<br />

Com essa certeza, fundou a Rino Publicida<strong>de</strong>, hoje dirigida pelo seu<br />

filho também Rino, <strong>de</strong> porte médio e clientes tradicionais. A agência<br />

sempre se <strong>de</strong>stacou pela agilida<strong>de</strong>, criativida<strong>de</strong> e saú<strong>de</strong> financeira<br />

elogiável. Em homenagem ao fundador, seu sucessor adotou<br />

a figura do rinoceronte como símbolo da agência.<br />

jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 3

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