Marketing 3.0 - Phillip Kotler
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A introdução dos telefones celulares pela Grameen Phone em Bangladesh também<br />
aumenta a interconectividade entre os agricultores, facilitando, assim, o diálogo entre a<br />
comunidade. 9<br />
A força seguinte é uma mistura do excesso de oferta, do subconsumo em mercados<br />
maduros e da hipercompetitividade no topo e no meio da pirâmide. Essa força estimula<br />
as empresas a buscarem outros mercados desenvolvidos. Os bancos começaram a atender<br />
a grupos que antes não tinham acesso ao sistema bancário, oferecendo<br />
microempréstimos a comunidades de baixa renda. Algumas instituições financeiras da<br />
América Latina, forçadas pelos spreads menores nos mercados do topo e do meio,<br />
exploram essa estratégia para melhor distribuir o risco em seu portfólio. 10<br />
Multinacionais como a Unilever fincaram os pés no mercado rural em busca de<br />
crescimento. 11 Esses consumidores têm necessidades simples e, portanto, o custo de<br />
atendimento é menor. A Dell está ingressando no mercado indiano com computadores a<br />
preços acessíveis para compensar o declínio nas vendas nos mercados maduros e está<br />
colaborando com vários parceiros de canal. 12<br />
A última força que mencionamos é a existência de políticas governamentais que<br />
desestimulem a migração do campo para áreas urbanas superpovoadas. O crescimento<br />
urbano exercerá forte pressão sobre a infraestrutura urbana. O investimento em áreas<br />
rurais, por outro lado, aumentará a qualidade de vida dos habitantes do campo e ajudará<br />
a reduzir o ritmo de migração. Era isso que a China almejava quando planejou aumentar<br />
seu orçamento para investimentos nas áreas rurais em mais de US$13,9 bilhões em<br />
2008. 13 Trata-se de uma medida estratégica para evitar o tipo de deterioração de<br />
infraestrutura que ocorre na Índia, onde o crescimento está fortemente concentrado em<br />
megacidades, como Delhi, Mumbai e Calcutá. 14<br />
Todas essas três forças ajudam a atender a um enorme mercado desatendido. O<br />
acesso à informação facilita a promoção dos produtos e educa o mercado. E os governos<br />
estarão dispostos a apoiar e facilitar as empresas que desejem investir no desenvolvimento<br />
rural.<br />
Nossa observação sobre essas três forças nos leva a uma conclusão sólida: é possível<br />
sair-se bem fazendo o bem – por meio de um crescimento comercial impressionante e da<br />
erradicação da pobreza –, investindo em mercados emergentes ou no segmento popular<br />
de um mercado já estabelecido. Era a isso que Stuart Hart e Clayton Christensen se<br />
referiam ao falar em “um grande salto para baixo” – para a base da pirâmide econômica,<br />
em que a inovação disruptiva é necessária para abordar os desafios sociais causados pelo<br />
crescimento econômico desequilibrado. 15 A inovação disruptiva costuma apresentar<br />
produtos mais baratos, simples e convenientes que, inicialmente, são adotados pelos<br />
consumidores pobres. 16 Entre os exemplos de inovações disruptivas para os pobres,<br />
estão telefones celulares por US$5, laptops por US$100, entre outros.<br />
Entretanto, para assegurar que inovações disruptivas realmente reduzam a pobreza,<br />
Michael Chu apresenta quatro exigências: 17<br />
1. Sua escala deve ser enorme, de modo a atingir os bilhões de pessoas que<br />
vivem na pobreza.