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Marketing 3.0 - Phillip Kotler

Disponibilização do livro Marketing 3.0, do ilustre autor Phillip KOTLER (a maior autoridade já premiada do Marketing mundial). 100% Gratuito.

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Para desenvolver uma campanha culturalmente relevante, os profissionais de<br />

marketing precisam entender um pouco de antropologia e sociologia. Devem ser capazes<br />

de reconhecer paradoxos culturais que talvez não estejam óbvios. Isso é difícil, pois os<br />

paradoxos culturais não são algo sobre o qual as pessoas normalmente conversem. Os<br />

consumidores afetados pelas campanhas culturais são maioria, mas são uma maioria<br />

silenciosa. Sentem os paradoxos, mas não os confrontam, a não ser que uma marca<br />

cultural os aborde.<br />

Às vezes, as marcas culturais oferecem respostas a movimentos antiglobalização.<br />

Marc Gobé argumentou, em Citizen Brand, que as pessoas comuns se consideram<br />

impotentes contra empresas globais que demonstram descaso para com as comunidades<br />

locais e com o meio ambiente. 21 Isso estimula um movimento anticonsumista contra<br />

essas corporações globais. Indica também que as pessoas anseiam por marcas<br />

responsáveis que sejam responsivas aos consumidores e se esforcem para fazer do<br />

mundo um lugar melhor. São marcas do cidadão, que abordam o interesse do público,<br />

contrapondo os bons aos maus na abordagem ao marketing. As marcas culturais às vezes<br />

são marcas nacionais que tentam abordar as preferências dos consumidores contrários à<br />

cultura global negativa, representada pelas marcas globais, e que buscam marcas<br />

alternativas. 22 As marcas culturais desempenham o papel do mocinho contra as marcas<br />

globais, os bandidos. Essas marcas promovem o nacionalismo e o protecionismo<br />

porque almejam se tornar ícones culturais para a sociedade local.<br />

As marcas culturais tendem a ser relevantes apenas para algumas sociedades.<br />

Entretanto, isso não significa que marcas globais não possam ser marcas culturais.<br />

Algumas marcas globais conhecidas estão aos poucos desenvolvendo sua condição de<br />

marca cultural. Por exemplo, o McDonald’s posiciona-se como ícone maior da<br />

globalização. Tenta criar a percepção de que a globalização é símbolo de paz e<br />

colaboração. Está disponível a praticamente qualquer um ao redor do mundo. Em O<br />

Lexus e a oliveira, Friedman apresentou a Teoria dos Arcos Dourados sobre a Prevenção<br />

de Conflitos, que sustenta que os países nos quais existe McDonald’s nunca entraram em<br />

guerra um com o outro. Mais tarde, em O mundo é plano, Friedman modificou a teoria,<br />

transformando-a na Teoria Dell sobre a Prevenção de Conflitos, segundo a qual os<br />

países dentro da cadeia de suprimentos da Dell não fazem guerra entre si. Ao contrário,<br />

colaboram com o objetivo de formar uma cadeia de suprimentos para a sociedade global.<br />

Resultado: a Dell vem, cada vez mais, substituindo o McDonald’s como ícone da<br />

globalização.<br />

Outro exemplo é a The Body Shop, conhecida como modelo de igualdade e justiça<br />

social. A globalização normalmente não inclui em sua estratégia a justiça social. A<br />

globalização aplaude os vencedores em custos e competências. A minoria forte prospera,<br />

mas a maioria fraca se esforça. Isso gera sensação de injustiça social e se tornou uma<br />

questão fundamental que a The Body Shop vem abordando. As pessoas percebem que a<br />

The Body Shop tenta promover igualdade social – aspecto muitas vezes deixado de lado<br />

no mundo globalizado. Embora às vezes seja considerada anticapitalista ou<br />

antiglobalização, a filosofia da The Body Shop, na realidade, é favorável aos mercados<br />

globais. Acredita que só se pode alcançar justiça por meio de negócios globais.<br />

O marketing cultural é o segundo elemento básico do <strong>Marketing</strong> <strong>3.0</strong>. O <strong>Marketing</strong><br />

<strong>3.0</strong> aborda preocupações e desejos de cidadãos globais. As empresas que praticam o

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