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edição de 5 de fevereiro de 2018

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mkt<br />

FrienddlyMolly/iStock<br />

Fotos do fundo do poço:<br />

clientes amargurados<br />

“Jamais espere por uma crise para<br />

<strong>de</strong>scobrir o que é importante em sua vida”.<br />

Platão<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Gradativamente, <strong>de</strong>vagarinho, aos poucos,<br />

a crise vai indo embora. Um crescimento<br />

<strong>de</strong> 3% ou mais neste ano, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

dos resultados das eleições, um crescimento<br />

maior e mais consistente a partir <strong>de</strong><br />

2019. E, agora, que vamos nos <strong>de</strong>spedindo<br />

do fundo do poço, alguns institutos <strong>de</strong> pesquisa<br />

e consultorias revelam fotografias tiradas<br />

no pior momento.<br />

Tomara que, <strong>de</strong>sta vez, tenhamos aprendido<br />

a lição. Tomara que, <strong>de</strong>sta vez, ao<br />

emergir, o façamos com mangas arregaçadas<br />

e <strong>de</strong>cididos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 518 anos, a construir<br />

um país <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Tomara que tenha<br />

caído a ficha ou brotado a consciência que<br />

nosso país é muito gran<strong>de</strong>, rico e generoso<br />

– em si – para que continuemos a confiá-lo<br />

nas mãos incompetentes e inescrupulosas.<br />

Bandidos! Tomara que tenhamos criado<br />

vergonha e juízo. E essas pesquisas registrando<br />

todos os contorcionismos e mágicas<br />

que a maioria dos brasileiros vem precisando<br />

fazer nos últimos três anos, para sobreviver<br />

com um orçamento mega-apertado.<br />

Com um dinheiro que praticamente<br />

não existe. E, assim, como <strong>de</strong>corrência,<br />

segundo pesquisa da McKinsey, três em<br />

cada quatro brasileiros mudaram seu comportamento<br />

<strong>de</strong> compra nos últimos anos.<br />

Comprando menos, em quantida<strong>de</strong>; um<br />

ou dois <strong>de</strong>graus abaixo no tocante à marca.<br />

Um terço abriu mão dos locais tradicionais<br />

e preferidos para as compras, provisoriamente,<br />

migrou para lugares relativamente<br />

próximos, mas com produtos e marcas <strong>de</strong><br />

ticket menor.<br />

Daí o sucesso efêmero e provisório dos<br />

atacarejos. Mais adiante, quando a crise<br />

passar, o atacarejos voltarão às origens,<br />

fornecendo para pequenos estabelecimentos<br />

comerciais e ambulantes em geral. Dois<br />

em cada três brasileiros passaram a dar<br />

uma atenção maior às etiquetas <strong>de</strong> preço.<br />

Com isso, as compras <strong>de</strong>moraram um pouco<br />

mais. Tornaram-se mais cansativas e<br />

entediantes. Um em cada quatro abriu mão<br />

das marcas preferidas, na expectativa <strong>de</strong><br />

um reencontro mais adiante.<br />

Consumiram com o coração apertado e<br />

a consciência intranquila. Felicida<strong>de</strong> zero.<br />

Mas, antes <strong>de</strong> partir, <strong>de</strong>ram uma olhadinha<br />

nas marcas <strong>de</strong> confiança dizendo, quase<br />

como Drummond disse sobre o amor: “Provisoriamente<br />

não cantaremos o amor, que<br />

se refugiou mais abaixo dos subterrâneos...”,<br />

mas, quando <strong>de</strong>r, volto a te buscar<br />

com a mesma emoção e maior felicida<strong>de</strong>.<br />

Um em cada dois passou a ficar mais atento,<br />

valorizar e frequentar com uma assiduida<strong>de</strong><br />

muito maior do que antes, momentos<br />

<strong>de</strong> liquidações e promoções do varejo e do<br />

comércio eletrônico. Retornando para suas<br />

casas frustrados pelo constrangimento <strong>de</strong><br />

compras quase que compulsórias. Um em<br />

cada cinco <strong>de</strong>cidiu resistir.<br />

Absolutamente incapazes <strong>de</strong> serem infiéis<br />

com suas marcas <strong>de</strong> preferência e do<br />

coração, se necessário, reduzem na quantida<strong>de</strong>,<br />

mas não abrem mão da marca em<br />

hipótese alguma. Optaram pelo sacrifício;<br />

mas, trair, jamais! E você, querido amigo e<br />

leitor, como você se reconhece, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

três anos <strong>de</strong> secura e ari<strong>de</strong>z? Mais alguns<br />

meses e teremos uma nova chance <strong>de</strong> reescrever<br />

nossa história e <strong>de</strong> planejar nosso<br />

futuro. Muito distante ainda <strong>de</strong> um sistema<br />

político mo<strong>de</strong>rno e compatível com todas<br />

as conquistas trazidas pela tecnologia, que<br />

provavelmente já estarão presentes nas<br />

eleições <strong>de</strong> 2022, mas é o que temos para<br />

este ano e no horizonte próximo. Nos últimos<br />

100 anos ganhamos quase mais 40<br />

<strong>de</strong> vida. Muitos <strong>de</strong> nós, portanto, como é<br />

meu caso, já se encontram nas horas extras<br />

<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>ssa conquista. Na chamada<br />

prorrogação. Não temos o direito, muito<br />

menos po<strong>de</strong>mos errar novamente. Prorrogação<br />

com morte súbita... Vou procurar fazer<br />

minha parte, conto com você.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

46 5 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark

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