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Fotos: Divulgação<br />
“A criAtividA<strong>de</strong> pe<strong>de</strong><br />
diversidA<strong>de</strong>.<br />
e elA é o que usAmos<br />
estrAtegicAmente<br />
pArA ven<strong>de</strong>r”<br />
Vanessa Brandão : “Diversida<strong>de</strong> traz novas experiências”<br />
dia da rua tem <strong>de</strong> vir para as novelas, webséries<br />
e a propaganda. As coisas <strong>de</strong>fendidas nas<br />
re<strong>de</strong>s, ruas e socieda<strong>de</strong> também participam<br />
disso. Aliás, espera-se das marcas que <strong>de</strong>em<br />
o exemplo. Primeiro com atitu<strong>de</strong> e ação, <strong>de</strong>pois<br />
com comunicação. Inovação para mim<br />
é fundamental e se resume em ser preditivo,<br />
ou seja, usar dados para oferecer aquilo que<br />
o consumidor ainda não sabe ou conhece,<br />
mas vai amar”, relata Oliveira.<br />
O ponto <strong>de</strong> vista da executiva Vanessa<br />
Brandão, diretora da marca Heineken, que<br />
está entre as palestrantes do painel Diversida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Gerações, ao lado <strong>de</strong> Luiz Fernando<br />
Musa, CEO do Grupo Ogilvy, e Priscila Stoliar,<br />
é que o estereótipo do target está superado.<br />
“Os conceitos <strong>de</strong> marketing mais mo<strong>de</strong>rnos<br />
dizem que seu consumidor é toda e<br />
qualquer pessoa disposta a comprar o seu<br />
produto. Seja homem, mulher, classes A,<br />
B, C ou D, casados, solteiros, divorciados,<br />
<strong>de</strong> qualquer religião ou raça. A motivação<br />
para uma pessoa comprar <strong>de</strong>terminada<br />
marca é porque ela se i<strong>de</strong>ntifica e aspira<br />
aquele universo que gira em torno <strong>de</strong>la.<br />
Quando uma marca estereotipa seu consumidor<br />
e tem uma visão míope, ela afasta<br />
potenciais consumidores que não se enxergam<br />
naquele mundo, naquela campanha.<br />
Ter diversida<strong>de</strong> nas empresas ajuda<br />
a trazer experiências e olhares diferentes<br />
para o mesmo assunto, sendo possível o<br />
enriquecimento do planejamento. Muitas<br />
campanhas já sofreram por não terem tido<br />
o cuidado <strong>de</strong> avaliar o impacto que <strong>de</strong>terminada<br />
mensagem teria nas pessoas. Com<br />
um time diversificado, você potencializa<br />
as chances <strong>de</strong> compreensão e sucesso da<br />
ação, além <strong>de</strong> mitigar qualquer risco <strong>de</strong><br />
interpretação. O que muitos consi<strong>de</strong>ram<br />
‘mimimi’, eu consi<strong>de</strong>ro apenas uma perspectiva<br />
diferente, que eu jamais po<strong>de</strong>ria<br />
ter - e muito menos julgar -, por não estar<br />
no lugar da outra pessoa. Por isso, sempre<br />
avalio interna e externamente todas as<br />
campanhas que coloco no ar com um público<br />
bastante heterogêneo. É claro que é<br />
difícil acertar e agradar sempre, mas ter<br />
diversida<strong>de</strong> como princípio fundamental<br />
ajuda muito a não cometer alguns erros.<br />
coNSUmIdor<br />
Sobre diversida<strong>de</strong>, Vanessa contempla<br />
fatores como respeito. “Diversida<strong>de</strong> no<br />
universo da marca Heineken já é algo que<br />
existe há muito tempo. Não me lembro <strong>de</strong><br />
uma comunicação da marca que caísse nos<br />
antigos clichês da categoria <strong>de</strong> cerveja. Heineken<br />
sempre foi uma marca com inovação<br />
no seu DNA, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quando foi criada, lá em<br />
1873, e muito cedo conquistou o prêmio <strong>de</strong><br />
maior inovação do ano em Paris, ganhando<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s projetos como a Torre Eiffel.<br />
E essa característica inovadora vai além do<br />
produto, se esten<strong>de</strong> também para suas campanhas.<br />
Já tivemos em campanha mulher<br />
salvando o James Bond, mulheres indo com<br />
os namorados/maridos para a Uefa Champions<br />
League (The Clichè), diferentes raças<br />
e gêneros sendo selecionados para a nossa<br />
orquestra que iria tocar na primeira final orquestrada<br />
da UEFA Champions League (The<br />
Grand Finale) e pessoas com orientações<br />
sexuais distintas colocando suas diferenças<br />
e encontrando algo em comum na mesa do<br />
bar (Worlds Apart). Para nós, é importante<br />
que nosso consumidor se sinta representado,<br />
valorizado e acolhido pela marca, e não<br />
fazemos distinção <strong>de</strong> qualquer tipo”.<br />
A diretora da Heineken conclui que está<br />
cada vez mais difícil para as marcas estabelecer<br />
conexão com os shoppers. “Hoje está<br />
Guga Valente, do Grupo ABC, recebe homenagem<br />
Lorenzi: “The Power of one unifica processos”<br />
cada vez mais difícil se conectar com nosso<br />
consumidor. Há uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais e<br />
meios pulverizando a audiência. As formas<br />
<strong>de</strong> se barrar publicida<strong>de</strong> estão cada vez mais<br />
efetivas, seja no universo digital, seja nas plataformas<br />
<strong>de</strong> streaming ou <strong>de</strong> conteúdo on <strong>de</strong>mand.<br />
No final ganhará atenção a marca que<br />
trouxer o conteúdo mais relevante para o seu<br />
consumidor. Eu acredito que para um conteúdo<br />
ser relevante, ele precisa ser inovador e<br />
customizado. É preciso surpreen<strong>de</strong>r a audiência,<br />
ter o stopping power e ganhar o clique daquele<br />
<strong>de</strong>dinho nervoso que passa pelo scroll<br />
do celular milhares <strong>de</strong> vezes ao dia. Para isso,<br />
oferecer algo diferente do que ele já viu, ou<br />
oferecer algo feito exclusivamente para aquele<br />
<strong>de</strong>terminado grupo <strong>de</strong> pessoas, garante<br />
<strong>de</strong>staque no meio da enxurrada <strong>de</strong> conteúdo<br />
que o consumidor recebe todos os dia”.<br />
A questão da diversida<strong>de</strong> também está na<br />
pauta <strong>de</strong> Passamani, que tem uma provocação.<br />
“Vejo muita gente discutindo, mas voltando<br />
para o conforto <strong>de</strong> suas posições sem<br />
aplicar mudança real no dia a dia <strong>de</strong> suas<br />
equipes. Sempre digo que a postura mais<br />
comum é <strong>de</strong>clarar o problema resolvido sem<br />
nem entendê-lo. Aqui na Mutato não conseguimos<br />
dissociar a evolução do nosso negócio<br />
<strong>de</strong> um ambiente mais plural e diverso. O<br />
que isso significa: precisamos fugir do viés.<br />
Mesmo que inconscientemente isso nos leva<br />
a sempre contratar as mesmas pessoas, vindas<br />
das mesmas universida<strong>de</strong>s com experiências<br />
pessoais e profissionais muito semelhantes.<br />
Portanto, pouco diversas. Se eu<br />
não consigo trazer para o meu time a multiplicida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vista e realida<strong>de</strong>s do<br />
país, o trabalho que nos propomos a fazer <strong>de</strong><br />
construção <strong>de</strong> marcas relevantes para o contexto<br />
nos quais elas estão inseridas me parece<br />
muito mais difícil. A minha crença é que<br />
quem <strong>de</strong>mora a sair da zona <strong>de</strong> conforto vai<br />
ter menos competitivida<strong>de</strong> no mercado. Não<br />
por ‘lacração’ e sim por falta <strong>de</strong> resultados”.<br />
jornal propmark - <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 19