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OBSERVATÓRIO<br />
Conceitos de Mobilidade (Parte XI)<br />
Inteligência autónoma<br />
Uma empresa norte-americana desenvolveu um software capaz de equiparar a inteligência artificial dos veículos<br />
autónomos com a mente humana. Uma inovação na interação destes modelos com peões e ciclistas<br />
Por: Jorge Flores<br />
Equiparar a inteligência artificial dos<br />
veículos autónomos à mente humana,<br />
com as suas subtilezas, mas<br />
sem muitos dos seus desvios emocionais,<br />
tendencialmente perigosos no trânsito,<br />
será, porventura, a última fronteira <strong>das</strong><br />
empresas que desenvolvem, atualmente,<br />
esta tecnologia. Mas empresas como a<br />
Perceptive Automata, uma start-up com<br />
sede em Somerville, no Massachusetts,<br />
e escritório em Silicon Valley, estão no<br />
caminho certo para o conseguir. Recentemente,<br />
a start-up desenvolveu um software<br />
que dota os veículos autónomos da<br />
capacidade de compreender a mente humana,<br />
interpretando o comportamento<br />
de peões, ciclistas e condutores.<br />
Com esta tecnologia de antecipação,<br />
os veículos autónomos conseguem atuar<br />
mediante a ação destes grupos mas, também,<br />
através da avaliação rápida <strong>das</strong> intenções<br />
e da atenção dos utentes da via<br />
pública. Por outras palavras, a inteligência<br />
artificial passa a dispor de uma intuição<br />
muito semelhante à dos seres humanos.<br />
Para conseguir esta função, a tecnologia<br />
Perceptive Automata recorre a sensores<br />
de recolha de dados em veículos. A forma<br />
de atuação da tecnologia é simples. Sem<br />
o software instalado, o veículo autónomo<br />
pararia sempre que visse o peão. Mesmo<br />
que este não fizesse intenção de atravessar<br />
a via. O sistema consegue, deste<br />
modo, ler e ter a perceção da realidade<br />
da situação, transmitindo esta informação<br />
ao módulo de tomada de decisões<br />
da máquina.<br />
n APOSTA DA HYUNDAI<br />
Construtor rendido ao sistema é a<br />
Hyundai. “Um dos maiores obstáculos<br />
que os veículos autónomos enfrentam, é<br />
a incapacidade de interpretar os importantes<br />
sinais visuais do comportamento<br />
humano que os condutores processam<br />
sem qualquer esforço”, disse John Suh,<br />
vice-presidente da Hyundai CRADLE, que<br />
considera que a “Perceptive Automata<br />
está a oferecer à indústria de veículos<br />
autónomos as ferramentas necessárias<br />
para atribuir aos mesmos uma compreensão<br />
mais semelhante à dos humanos,<br />
criando uma experiência de condução<br />
mais segura e tranquila”, acrescentou o<br />
responsável.<br />
O fabricante sul-coreano encontra-se,<br />
neste momento, a expandir o seu investimento<br />
em tecnologias de inteligência<br />
artificial com potencial para reforçar a<br />
atividade principal da marca, bem como<br />
nas áreas associa<strong>das</strong> da robótica e <strong>das</strong><br />
interações homem-máquina.<br />
n INDÚSTRIA ADAPTA-SE<br />
Com o nível 5 da condução autónoma<br />
no horizonte, a indústria automóvel, no<br />
seu conjunto, procura adaptar-se. Nesse<br />
sentido, a Hyundai CRADLE, divisão de<br />
projetos empresariais e de open inno-<br />
vation da marca, demonstra estar bem<br />
atenta ao desenrolar dos acontecimentos<br />
tecnológicos, tendo anunciado o investimento<br />
na Perceptive Automata para o<br />
desenvolvimento de software destinado<br />
a veículos autónomos e sistemas automatizados.<br />
“Estamos muito entusiasmados por<br />
termos um investidor como a Hyundai,<br />
que compreende a importância do problema<br />
que estamos a resolver no que toca<br />
aos automóveis autónomos e à próxima<br />
geração de sistemas de assistência ao<br />
condutor”, garantiu Sid Misran, co-fundador<br />
e CEO da Perceptive Automata. ✱<br />
Novembro I 2018<br />
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