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Jornal das Oficinas 156

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21<br />

Pilar A (1)<br />

Estruturas compostas por diversos tipos<br />

de aço de espessuras distintas e com<br />

interior termoplástico de arquitetura de<br />

losangos. Ganha resistência com menor<br />

peso<br />

Pedal (2)<br />

É semelhante a um pedal em carbono,<br />

pela textura do compósito, mas é<br />

constituído em fibra de vidro para maior<br />

resistência e estabilidade. Foi estreado,<br />

mundialmente, no 918 Spyder<br />

Vidro laminado (3)<br />

Vidro de janela laminado, mas com maior<br />

resistência e seletivo nos sons<br />

Fusão (4)<br />

A utilização de sofisticados sistemas<br />

de fusão e pressão torna impossível a<br />

produção em massa destas inovações<br />

Veio (5)<br />

Um dos veios rotativos de um rotor<br />

elétrico, criado através da fusão de pó em<br />

sucessivas cama<strong>das</strong>, ganhando resistência<br />

e aproveitamento ótimo de material<br />

polímeros reforçados com fibra de carbono.<br />

Sendo a segurança dos ocupantes<br />

uma <strong>das</strong> principais preocupações da Porsche,<br />

os novos conceitos híbridos terão um<br />

papel primordial no desenvolvimento de<br />

outros componentes estruturais. O conceito<br />

de construção híbrida 3D contribui<br />

para o aumento da segurança, é mais leve<br />

e pouco mais caro do que as outras soluções<br />

utiliza<strong>das</strong> até ao momento.<br />

Mas passemos, agora, a outros componentes.<br />

Observando o pedal de travão dos<br />

novos Porsche Panamera e 918 Spyder, é<br />

possível detetar fibras pretas que se poderia<br />

pensar que se tratariam de fibras<br />

de carbono. Mas não. A estrutura destes<br />

pedais é produzida a partir de fibra de<br />

vidro termo-formada, integrada numa<br />

estrutura reforçada de fibra de vidro, ou<br />

seja, a mesma combinação que promete<br />

melhorar a resistência nos novos pilares A.<br />

Este material é homogéneo, mais leve do<br />

que o metal e permanentemente estável.<br />

óticas. No 918 Spyder, a Porsche utilizou,<br />

pela primeira vez, uma pequena janela<br />

produzida num material similar: painel<br />

de vidro laminado produzido com duas<br />

folhas finas de vidro com um filme entre<br />

elas. É muito leve e se alguém lhe tocar vai<br />

dizer que é plástico. Mas, tecnicamente,<br />

é vidro. No atual 911 GT2 RS, o óculo traseiro<br />

e as janelas laterais dispõem deste<br />

vidro fino. O vidro tem menos de 2 mm de<br />

espessura, é 40% mais leve e tem maior<br />

resistência à projeção de pedras soltas.<br />

Garante quase 100% de proteção contra<br />

raios UV e propõe melhores isolamentos<br />

térmico e acústico.<br />

n COMPONENTES FEITOS DE PÓ<br />

Como outras marcas já fizeram no passado,<br />

a Porsche está a analisar a utilização<br />

de componentes no habitáculo produzidos<br />

a partir de materiais renováveis. Já<br />

produziu painéis de portas com fibras<br />

vegetais, mas ainda não cumprem os<br />

eixo de rotor com cerca de 50 cm de comprimento.<br />

As vantagens deste eixo face<br />

a um componente idêntico, mas forjado,<br />

são várias: utiliza menos material, permite<br />

reciclar o excesso de pó e permite formas<br />

mais complexas do que as viabiliza<strong>das</strong> na<br />

produção clássica.<br />

n PRÓS E CONTRAS<br />

O tipo de produção aditiva dos componentes<br />

também tem pontos negati-<br />

6<br />

Gorilla Glass (6)<br />

Os vidros sofisticados dos telemóveis<br />

chegam ao interior dos veículos para<br />

fornecer ecrãs mais nítidos e precisos<br />

ainda funções operacionais, como receber<br />

as dobradiças da porta ou o para-brisas.<br />

Quando olhamos para o perfil de chapa<br />

fina do segmento do pilar A da Porsche,<br />

vemos que contém outro perfil interno,<br />

produzido em aço de elevada resistência,<br />

que é mais grosso ao centro e que se torna<br />

mais fino nas extremidades.<br />

n SEGURANÇA PRIMEIRO<br />

O metal de elevada resistência é protegido<br />

por dentro com suportes rombóides.<br />

Mas ainda recebe mais proteções, nomeadamente<br />

duas cama<strong>das</strong> adicionais de fibra<br />

de vidro termoplástica, injetado com<br />

líquido e metal. São apelidados de compósitos<br />

de folhas orgânicas e o resultado<br />

integrado destes materiais é utilizado para<br />

produzir o pilar A híbrido em 3D, um novo<br />

tipo de desenho híbrido inventado pela<br />

Porsche. Face aos pilares A convencionais,<br />

em aço de elevada resistência, este novo<br />

não cede em caso de capotamento e, no<br />

global, poupa 5 kg de peso face ao pilar<br />

“clássico”.<br />

A estrutura leve e resistente deste componente<br />

de futuro mistura diferentes<br />

materiais ligeiros, como o aço de elevada<br />

resistência, o alumínio, o magnésio e os<br />

1<br />

3<br />

A Porsche é o primeiro construtor a utilizá-lo<br />

na produção em série de veículos.<br />

n VIDROS GORILLA GLASS<br />

A Porsche tem um departamento que<br />

tenta “adivinhar” as exigências do futuro.<br />

Este departamento não funciona apenas<br />

como ponte de ligação entre os vários<br />

pontos de pré-desenvolvimento, mas,<br />

também, promove ideias para o futuro,<br />

avaliando e iniciando pesquisas e observando<br />

tendências. Nas questões relativas<br />

à seleção de matérias e possíveis métodos<br />

de produção, os especialistas em desenvolvimento<br />

são apoiados pelo departamento<br />

de tecnologia de materiais. Por<br />

exemplo, a maioria dos smartphones utiliza<br />

Gorilla Glass, um vidro fino de elevada<br />

resistência com eleva<strong>das</strong> propriedades<br />

requisitos da marca. A Porsche trabalha<br />

neste tema, mas refere, também, que<br />

nem em 2048 será possível encontrar no<br />

mercado um modelo feito de algas ou a<br />

partir de fibras de plantas. A marca alemã<br />

já mostrou o eixo do rotor de um motor<br />

elétrico responsável por transferir binário<br />

gerado eletromagneticamente para uma<br />

engrenagem produzida a partir de aço<br />

inoxidável especial. No veio, existe um<br />

pequeno tubo que tem no seu interior<br />

um pó fino e uma cinza especial: material<br />

de base muito fina, mas de componente<br />

sólido. Este pó é espalhado numa camada<br />

mínima sobre a superfície do veio e, em<br />

seguida, é fundido com laser para formar<br />

uma ligação firme. Depois, leva mais uma<br />

camada de pó, que é, de novo, derretida<br />

pelo laser. Camada a camada, surge um<br />

2<br />

5<br />

vos. São precisas 13 horas para produzir<br />

um componente deste tipo. Por isso, a<br />

produção em série não está planeada a<br />

curto prazo, mas esta tecnologia vai revolucionar<br />

as transmissões no futuro. Esta<br />

produção aditiva está a revolucionar o<br />

processo de desenvolvimento de componentes<br />

a partir de uma folha em branco.<br />

Outra evolução desta forma de produzir,<br />

tem a ver com o desenho <strong>das</strong> condutas<br />

de refrigeração defini<strong>das</strong> no meio de uma<br />

peça. Em breve, esta solução vai conduzir<br />

à produção de motores ainda mais<br />

compactos e com melhor desempenho.<br />

Atualmente, ainda não há um único automóvel<br />

renovável ou impresso em 3D.<br />

Pelo menos, de produção em série. Mas,<br />

4<br />

em 2048, os automóveis vão combinar<br />

muitos materiais homogéneos adaptados<br />

a cada função. O aço e o alumínio serão,<br />

cada vez mais, conjugados com outros<br />

materiais, que permitirão avanços em<br />

to<strong>das</strong> as direções. É esperar para ver. ✱<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />

2018 I Novembro

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