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21<br />
Pilar A (1)<br />
Estruturas compostas por diversos tipos<br />
de aço de espessuras distintas e com<br />
interior termoplástico de arquitetura de<br />
losangos. Ganha resistência com menor<br />
peso<br />
Pedal (2)<br />
É semelhante a um pedal em carbono,<br />
pela textura do compósito, mas é<br />
constituído em fibra de vidro para maior<br />
resistência e estabilidade. Foi estreado,<br />
mundialmente, no 918 Spyder<br />
Vidro laminado (3)<br />
Vidro de janela laminado, mas com maior<br />
resistência e seletivo nos sons<br />
Fusão (4)<br />
A utilização de sofisticados sistemas<br />
de fusão e pressão torna impossível a<br />
produção em massa destas inovações<br />
Veio (5)<br />
Um dos veios rotativos de um rotor<br />
elétrico, criado através da fusão de pó em<br />
sucessivas cama<strong>das</strong>, ganhando resistência<br />
e aproveitamento ótimo de material<br />
polímeros reforçados com fibra de carbono.<br />
Sendo a segurança dos ocupantes<br />
uma <strong>das</strong> principais preocupações da Porsche,<br />
os novos conceitos híbridos terão um<br />
papel primordial no desenvolvimento de<br />
outros componentes estruturais. O conceito<br />
de construção híbrida 3D contribui<br />
para o aumento da segurança, é mais leve<br />
e pouco mais caro do que as outras soluções<br />
utiliza<strong>das</strong> até ao momento.<br />
Mas passemos, agora, a outros componentes.<br />
Observando o pedal de travão dos<br />
novos Porsche Panamera e 918 Spyder, é<br />
possível detetar fibras pretas que se poderia<br />
pensar que se tratariam de fibras<br />
de carbono. Mas não. A estrutura destes<br />
pedais é produzida a partir de fibra de<br />
vidro termo-formada, integrada numa<br />
estrutura reforçada de fibra de vidro, ou<br />
seja, a mesma combinação que promete<br />
melhorar a resistência nos novos pilares A.<br />
Este material é homogéneo, mais leve do<br />
que o metal e permanentemente estável.<br />
óticas. No 918 Spyder, a Porsche utilizou,<br />
pela primeira vez, uma pequena janela<br />
produzida num material similar: painel<br />
de vidro laminado produzido com duas<br />
folhas finas de vidro com um filme entre<br />
elas. É muito leve e se alguém lhe tocar vai<br />
dizer que é plástico. Mas, tecnicamente,<br />
é vidro. No atual 911 GT2 RS, o óculo traseiro<br />
e as janelas laterais dispõem deste<br />
vidro fino. O vidro tem menos de 2 mm de<br />
espessura, é 40% mais leve e tem maior<br />
resistência à projeção de pedras soltas.<br />
Garante quase 100% de proteção contra<br />
raios UV e propõe melhores isolamentos<br />
térmico e acústico.<br />
n COMPONENTES FEITOS DE PÓ<br />
Como outras marcas já fizeram no passado,<br />
a Porsche está a analisar a utilização<br />
de componentes no habitáculo produzidos<br />
a partir de materiais renováveis. Já<br />
produziu painéis de portas com fibras<br />
vegetais, mas ainda não cumprem os<br />
eixo de rotor com cerca de 50 cm de comprimento.<br />
As vantagens deste eixo face<br />
a um componente idêntico, mas forjado,<br />
são várias: utiliza menos material, permite<br />
reciclar o excesso de pó e permite formas<br />
mais complexas do que as viabiliza<strong>das</strong> na<br />
produção clássica.<br />
n PRÓS E CONTRAS<br />
O tipo de produção aditiva dos componentes<br />
também tem pontos negati-<br />
6<br />
Gorilla Glass (6)<br />
Os vidros sofisticados dos telemóveis<br />
chegam ao interior dos veículos para<br />
fornecer ecrãs mais nítidos e precisos<br />
ainda funções operacionais, como receber<br />
as dobradiças da porta ou o para-brisas.<br />
Quando olhamos para o perfil de chapa<br />
fina do segmento do pilar A da Porsche,<br />
vemos que contém outro perfil interno,<br />
produzido em aço de elevada resistência,<br />
que é mais grosso ao centro e que se torna<br />
mais fino nas extremidades.<br />
n SEGURANÇA PRIMEIRO<br />
O metal de elevada resistência é protegido<br />
por dentro com suportes rombóides.<br />
Mas ainda recebe mais proteções, nomeadamente<br />
duas cama<strong>das</strong> adicionais de fibra<br />
de vidro termoplástica, injetado com<br />
líquido e metal. São apelidados de compósitos<br />
de folhas orgânicas e o resultado<br />
integrado destes materiais é utilizado para<br />
produzir o pilar A híbrido em 3D, um novo<br />
tipo de desenho híbrido inventado pela<br />
Porsche. Face aos pilares A convencionais,<br />
em aço de elevada resistência, este novo<br />
não cede em caso de capotamento e, no<br />
global, poupa 5 kg de peso face ao pilar<br />
“clássico”.<br />
A estrutura leve e resistente deste componente<br />
de futuro mistura diferentes<br />
materiais ligeiros, como o aço de elevada<br />
resistência, o alumínio, o magnésio e os<br />
1<br />
3<br />
A Porsche é o primeiro construtor a utilizá-lo<br />
na produção em série de veículos.<br />
n VIDROS GORILLA GLASS<br />
A Porsche tem um departamento que<br />
tenta “adivinhar” as exigências do futuro.<br />
Este departamento não funciona apenas<br />
como ponte de ligação entre os vários<br />
pontos de pré-desenvolvimento, mas,<br />
também, promove ideias para o futuro,<br />
avaliando e iniciando pesquisas e observando<br />
tendências. Nas questões relativas<br />
à seleção de matérias e possíveis métodos<br />
de produção, os especialistas em desenvolvimento<br />
são apoiados pelo departamento<br />
de tecnologia de materiais. Por<br />
exemplo, a maioria dos smartphones utiliza<br />
Gorilla Glass, um vidro fino de elevada<br />
resistência com eleva<strong>das</strong> propriedades<br />
requisitos da marca. A Porsche trabalha<br />
neste tema, mas refere, também, que<br />
nem em 2048 será possível encontrar no<br />
mercado um modelo feito de algas ou a<br />
partir de fibras de plantas. A marca alemã<br />
já mostrou o eixo do rotor de um motor<br />
elétrico responsável por transferir binário<br />
gerado eletromagneticamente para uma<br />
engrenagem produzida a partir de aço<br />
inoxidável especial. No veio, existe um<br />
pequeno tubo que tem no seu interior<br />
um pó fino e uma cinza especial: material<br />
de base muito fina, mas de componente<br />
sólido. Este pó é espalhado numa camada<br />
mínima sobre a superfície do veio e, em<br />
seguida, é fundido com laser para formar<br />
uma ligação firme. Depois, leva mais uma<br />
camada de pó, que é, de novo, derretida<br />
pelo laser. Camada a camada, surge um<br />
2<br />
5<br />
vos. São precisas 13 horas para produzir<br />
um componente deste tipo. Por isso, a<br />
produção em série não está planeada a<br />
curto prazo, mas esta tecnologia vai revolucionar<br />
as transmissões no futuro. Esta<br />
produção aditiva está a revolucionar o<br />
processo de desenvolvimento de componentes<br />
a partir de uma folha em branco.<br />
Outra evolução desta forma de produzir,<br />
tem a ver com o desenho <strong>das</strong> condutas<br />
de refrigeração defini<strong>das</strong> no meio de uma<br />
peça. Em breve, esta solução vai conduzir<br />
à produção de motores ainda mais<br />
compactos e com melhor desempenho.<br />
Atualmente, ainda não há um único automóvel<br />
renovável ou impresso em 3D.<br />
Pelo menos, de produção em série. Mas,<br />
4<br />
em 2048, os automóveis vão combinar<br />
muitos materiais homogéneos adaptados<br />
a cada função. O aço e o alumínio serão,<br />
cada vez mais, conjugados com outros<br />
materiais, que permitirão avanços em<br />
to<strong>das</strong> as direções. É esperar para ver. ✱<br />
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2018 I Novembro