05.11.2018 Views

Jornal das Oficinas 156

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

MARKUS SCHMITT, Diretor do Departamento de Conceitos Oficinais da ZF Aftermarket<br />

MARKUS WITTIG, Diretor da Unidade de Negócio Mercado Independente de Pós-Venda (IAM) da ZF Aftermarket<br />

23<br />

Na Automechanika Frankfurt 2018,<br />

falámos, não com um, mas com dois<br />

responsáveis da ZF Aftermarket, que<br />

responderam às nossas perguntas sobre<br />

o futuro do pós-venda e as soluções que o<br />

grupo preconiza para as oficinas<br />

a nível mundial, nada melhor do que uma<br />

conversa com o <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> para<br />

explicar o que pensa ela acerca do futuro<br />

do setor. Até porque, tendo em conta a<br />

sua dimensão, a ZF funcionará como um<br />

barómetro para to<strong>das</strong> as outras marcas<br />

e para o mercado. Em pleno Salão Automechanika,<br />

conversámos com Markus<br />

Schmitt, diretor do departamento de<br />

Conceitos Oficinais, e Markus Wittig, diretor<br />

da Unidade de Negócio do Mercado<br />

Independente de Pós-Venda da ZF, que<br />

nos deram a sua visão sobre aquilo que é,<br />

realmente, importante neste momento. O<br />

futuro deste negócio que parece sentir-se<br />

ameaçado pelas novas tecnologias, por<br />

novas cadeias cinemáticas e por outra<br />

forma de encarar o serviço em oficina.<br />

Ambos os responsáveis não mostraram<br />

muitas preocupações e acreditam que, sabendo<br />

trabalhar, se vai conseguir rentabilizar<br />

ainda mais o negócio. Mas claro que<br />

existirá um processo de aprendizagem e<br />

de adaptação a tudo o que se perspetiva.<br />

Markus Schmitt falou dos novos conceitos<br />

que a marca tem trazido para o mer-<br />

cado e que pode ler na caixa em anexo,<br />

enquanto Marcus Wittig falou do amanhã<br />

deste negócio, numa entrevista onde fez<br />

saber que tudo não passa de uma forma<br />

de saber utilizar a internet e todos os dispositivos<br />

que lhe são paralelos.<br />

n CONFIANÇA NO FUTURO<br />

Wittig foi perentório e garante que há<br />

demasiada discussão em torno do futuro<br />

do aftermarket e muito medo daquilo que<br />

pode vir a acontecer. O responsável acredita<br />

que não há razões para isso. “É claro<br />

que podemos estar expectantes, mas daí<br />

a ter medo... Até porque se olharmos para<br />

os factos, o mercado do aftermarket tem<br />

vindo a crescer 13% ao ano e vai continuar.<br />

Vai ser um processo de continuidade e as<br />

coisas vão acontecendo pouco a pouco.<br />

Na Europa, o parque automóvel continua<br />

a ser maioritariamente de veículos Diesel<br />

e gasolina. Logo, nos próximos anos esses<br />

veículos vão precisar de ser mantidos e<br />

de fazer revisões. Vão continuar a existir<br />

muitos veículos que precisam de travões,<br />

de amortecedores e de ir à oficina”.<br />

Ao mesmo tempo que estes veículos continuam<br />

a circular, outros serão lançados<br />

com novas tecnologias que obrigam à mudança.<br />

Wittig dá como exemplo os elétricos,<br />

que também vão precisar de se deslocar à<br />

oficina. Logo, estas têm de se adaptar para<br />

recebê-los. “Toda a rede vai necessitar de se<br />

adaptar, desde o fabricante, ao distribuidor,<br />

passando pela própria oficina”. Mas há outras<br />

questões importantes. Com os veículos<br />

cada vez mais modernos e evoluídos, vai<br />

“As oficinas têm de ter<br />

formação e... informação”<br />

Com Markus Schmitt, a conversa centrou-se nos<br />

vários planos e conceitos que a ZF oferece ao mercado<br />

para melhorar o panorama oficinal e formar essas<br />

oficinas para o que aí vem. O conceito mais recente é<br />

o ZF [pro]Tech, que foi desenvolvido para as oficinas<br />

e chega ao mercado através dos distribuidores. O<br />

ZF [pro]Tech oferece dois níveis de informação às<br />

oficinas. Uma é o [pro]Tech Start, que se trata de<br />

um plano básico que fornece aos clientes informação<br />

técnica, vídeos, instruções e montagem dos<br />

componentes. O segundo nível é o [pro]Tech Plus,<br />

que lhes proporciona um pouco mais. Ou seja, neste<br />

caso, é levado um técnico à oficina que dá formação<br />

diária aos mecânicos. Oferecem formação “taylor<br />

made” às oficinas num patamar bastante elevado.<br />

Basicamente, as oficinas são forma<strong>das</strong> de acordo com<br />

as necessidades do veículo, tudo com conhecimento<br />

e soluções técnicas de vanguarda. No ano passado,<br />

a taxa de sucesso da formação da ZF foi de 95%. O<br />

conceito ZF [pro]Tech já está implementado em vários<br />

países da Europa e foi lançado, recentemente, em<br />

Espanha, mas ainda não está disponível em Portugal.<br />

O programa chama-se ZF [pro]Tech e não ZF Sachs,<br />

Lemförder ou TRW, porque cobre to<strong>das</strong> as marcas<br />

da ZF. Se uma oficina tem dúvi<strong>das</strong> numa peça de<br />

transmissão para qualquer veículo que seja ou<br />

de qualquer marca do portefólio, a ZF explica.<br />

Markus Schmitt reforçou, constantemente, o papel<br />

preponderante da formação e na forma como a<br />

empresa tem vindo a insistir nessa formação para<br />

assistir veículos elétricos, mesmo que o mercado destes<br />

ainda esteja numa fase embrionária.<br />

Quando questionado sobre como será o futuro <strong>das</strong><br />

oficinas sem formação, Schmitt refere que, “na<br />

Alemanha, temos, atualmente, 22 mil oficinas. Acredito<br />

que o dono de cada uma delas tem de olhar para o<br />

futuro e para a digitalização, senão perde o comboio.<br />

Vão surgir componentes novos, como os travões, por<br />

exemplo, que serão renovados, chegam novos materiais,<br />

novos fluidos. Por isso, têm de se atualizar e de comprar<br />

novas ferramentas. São tudo situações novas. Se querem<br />

mudar o para-brisas ou só o para-choques, vão ter<br />

de comprar novas ferramentas e gastar entre 15 a 20<br />

mil euros. Por isso, os donos de oficinas mais velhos<br />

têm dificuldade em perceber isto. Mas nós tentamos<br />

passar-lhes a informação e a ideia do que é melhor,<br />

daquilo que é a melhor solução”.<br />

Contudo, a ZF tem outras soluções e conceitos que<br />

vão auxiliar a oficina do futuro, como o Openmatics,<br />

“que se trata de uma plataforma aberta, pois pode<br />

utilizar diferentes soluções e aplicações de outros<br />

fornecedores. A maioria dos serviços telemáticos<br />

são fechados a uma só aplicação, mas nós estamos a<br />

trabalhar com o nosso em aberto. Podemos falar com<br />

qualquer interveniente do mercado e dizer-lhe... queres<br />

utilizar o nosso serviço? Implementamo-lo e podem<br />

trabalhar com ele de forma fácil e em compatibilidade<br />

com o sistema que já utilizam”.<br />

chegar o momento em que vão recomendar<br />

oficinas através de feedback dado por<br />

outros clientes na internet. No futuro, os<br />

condutores vão eleger o serviço – “ou<br />

volto à minha oficina de confiança, que<br />

sempre fez um bom trabalho, ou espero<br />

que o veículo ou o smartphone me recomende<br />

uma. Verifico e marco uma oficina<br />

com boas avaliações?” Wittig acrescenta:<br />

“Do meu ponto de vista, um dos grandes<br />

valores atuais <strong>das</strong> oficinas é a forma como<br />

se relacionam com o cliente. Vamos ter de<br />

estar ligados, conectados e, a partir daí,<br />

segue o processo. Os clientes mais jovens<br />

estão sempre online e a oficina tem de se<br />

adaptar e estar, também ela, sempre online.<br />

É uma tecnologia que pode ser apreendida<br />

e adaptada. Logo, é este um dos grandes<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />

2018 I Novembro

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!