22.09.2020 Views

Estrategia Nacional de Combate a Corrupcao - ENCC

A Estratégia Nacional de Combate à Corrupção identifica um conjunto de prioridades destinadas a diminuir a corrupção em Portugal, sugerindo medidas na área da prevenção, deteção e repressão.

A Estratégia Nacional de Combate à Corrupção identifica um conjunto de prioridades destinadas a diminuir a corrupção em Portugal, sugerindo medidas na área da prevenção, deteção e repressão.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

64

ESTRATÉGIA NACIONAL DE COMBATE À CORRUPÇÃO // 2020 - 2024

PRIORIDADES

O acabado de dizer não dispensa a necessidade de manter o esforço de

investimento nos meios humanos e técnicos, nomeadamente através da

formação especializada e da implementação de determinadas ferramentas

informáticas.

Em matéria de criminalidade que implique técnicas de investigação específicas

e recurso a meios de polícia científica, a Polícia Judiciária deve concentrar

as capacidades adequadas às necessidades de resposta que se possam sentir.

A reorganização dos serviços da Polícia Judiciária operada em 2019 garante

o modelo de polícia mais moderno e adaptado às novas exigências do crime.

É indispensável dar uma atenção particular à Unidade de Perícia Financeira

e Contabilística, assim como à UNC3T, unidade vocacionada para tratar o

crime informático e o crime praticado, com recurso a meios informáticos,

metodologia correntemente utilizada na criminalidade económico-financeira

e noutras formas de criminalidade.

Em domínios muito exigentes e específicos, como a contratação pública,

as parcerias público privadas, a fraude na obtenção de subsídio ou subvenção

ou a evasão fiscal, apenas a competência especializada dos diversos

intervenientes e a construção de uma rede integrada de cooperação entre

entidades permitirá melhorar os resultados das investigações e tornar mais

eficientes e eficazes as diferentes intervenções.

É evidente a sobrecarga com que se confrontam as unidades com funções

de perícia na área económico-financeira e contabilística. Importa constituir

centros de competência e estabelecer redes de conhecimento, integrando

peritos e especialistas do sistema de controlo interno da administração financeira

do Estado, do Núcleo de Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral

da República e da UPFC. Mas, para além disso, impõe-se um reforço da

formação de magistrados e de mais intervenientes na investigação criminal,

dotando-os de conhecimentos básicos que lhes permitam apreender o significado

das realidades mais comuns com que se deparam no universo da

criminalidade económico-financeira.

A utilização de ferramentas informáticas, como o CITIUS, que vieram facilitar

e reduzir os custos das comunicações entre sujeitos processuais, trouxe

indiscutíveis vantagens, em termos de eficiência, ao andamento dos processos.

Há que investir agora em outras soluções informáticas, com capacidades

analíticas e de tratamento da informação, que facilitem a compreensão

e apreensão do conteúdo dos processos-crime. Este tipo de ferramentas

serão, a médio ou longo prazo, uma inevitabilidade face ao progresso tecnológico.

As novas interfaces do sistema de tramitação processual dos magistrados

integrarão essa componente.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!