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Outubro_2020 - nº 269

Órgão informativo do Centro Lusitano de Zurique Edição de Outubro 2020

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Edição de Outubro 2020

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CIDADANIA

23

eendemos todo o seu potencial?

para perceber todo o potencial

da globalização, do quão este

cenário nos poderá catapultar

para um patamar de consciência

nunca antes alcançado, um

mundo socialmente justo e ecologicamente

equilibrado. Não

tenho dúvidas que esta (r)evolução

exige que aconteça uma sequência

de choques sistémicos

e civilizacionais que confrontem

as consciências mais primitivas.

Também não tenho dúvidas

que os atuais

interesses instalados

tudo fazem

p a r a

m a n t e r

os seus privilégios,

gerando confusão

designadamente através

da difusão de conteúdos, nas

redes sociais, que promovem o

alarmismo, cenários catastróficos

e de totalitarismo, de controlo

global, etc., convencendo

as mentes menos atentas e influenciáveis,

tornando-as defensoras

dos seus próprios carrascos.

No que me concerne, não quero

mais guerras, não quero mais

sentir a opressão dos sistemas

que me rodeiam, não quero sentir-me

escravo de sistemas altamente

corrompidos, não quero

estar circundado de competição

desenfreada ... Simplesmente,

não quero pagar para existir; somos

a única espécie que o faz!

Não é a globalização que está a

criar estes cenários. Este sempre

foi o modus operandi das

sociedades alienadas por interesses.

Não nos esqueçamos

do nosso passado classificado

por alguns como “glorioso”;

muito sangue foi derramado

para “termos” esta fama de navegadores,

descobridores ... exploradores

do mundo. Para que

isto acontecesse, outros povos

foram dominados.

O entendimento que se faz da

globalização e dos seus impactos

tem fortes implicações sobre

as leituras possíveis do mundo

contemporâneo, assim como

sobre o papel dos homens e

mulheres na sua construção e

as suas possibilidades de actuação

neste abrangente e complexo

processo de integração

social, económica e política num

modelo de união mundial.

É natural que o processo de

globalização origine colapsos

que possam gerar algum caos

durante o período de transição.

Será um tempo de purga de

tudo o que não serve a essência

da vida. Numa primeira reflexão

todos concordaríamos que viver

em função do “SER” é mais

importante. Porém, num mundo

cada vez mais competitivo onde

o dinheiro foi elevado à condição

de “Deus”, o sistema empurra-nos

para a valorização

do aspecto material, apoiado

pelos meios de comunicação

que estimulam massivamente

e absurdamente ao consumo,

com imagens e propagandas a

tempo inteiro. Os valores foram

invertidos, e o TER passou a ser

a prioridade para a população.

Teremos nós, terráqueos, capacidade

para criar um mundo

novo? Imaginemos …

• E se os monopólios e interesses

individualistas deixassem

de existir?

• E se a escravatura das dívidas

fosse abolida pelo simples

colapso do actual sistema

monetário, que impõe

crescimento perpétuo num

mundo francamente degradado

por estas más práticas?

• E se cada cidadão recebesse

uma quantia (rendimento

básico incondicional) que

lhe permitisse assegurar as

necessidades básicas para

uma vida digna? Como seria

financiado? Poderia ser tão

simples quanto isto; bastaria

imprimir moeda digital (quantia

genérica igual para cada

cidadão com escalões de diferenciação

de idade).

• E se o avanço tecnológico,

que dispensa cada vez mais

mão de obra humana, fosse

o mote para criar um paradigma

em que a tecnologia

estaria ao serviço da humanidade,

assumindo um papel

determinante na execução

de tarefas, devolvendo às

pessoas o bem mais precioso

de que dispõem; TEMPO

PARA VIVER! E se com esta

nova realidade cada cidadão

se libertasse da actual carga

laboral em larga escala

mal remunerada, alocando o

tempo a actividades de que

realmente gosta, investindo

no desenvolvimento dos seus

dons naturais, dedicando-se

à família, aos amigos, a causas

colectivas?

• E se o trabalho passasse a

ser opcional?

• E se as fronteiras fossem

abolidas, permitindo a livre

circulação de pessoas e mercadorias?

• E se a sociedade se tornasse

transparente, através de

mecanismos de supervisão

que identificassem imediatamente

qualquer tentativa ou

ação que pudesse quebrar o

equilíbrio e harmonia colectivos?

• E se as escolas treinassem

para uma existência orientada

para o SER e o AMOR IN-

CONDICIONAL, abandonando

os atuais padrões do Ter e

do egoísmo egocêntrico?

• E se a competição fosse

substituída pela COOPERA-

ÇÃO?

Quando nos decidiremos a mudar

a nossa forma de ser e estar

na vida? São tantas as possibilidades

que nos permitiriam

usufruir plenamente de uma

existência e experiência terrena

prazerosa e enriquecedora,

que me questiono onde estará

focada a mente/energia de cada

indivíduo; no negativismo ou na

positividade? Nos eventos que

cada um desejaria ver acontecer

ou nas catástrofes que os

manipuladores espalham por aí

para capturarem as mentes mais

frágeis? Se somente as pessoas

tivessem consciência do seu

poder de criação ...

Vejo a globalização enquanto

motor de um processo civilizacional

evolutivo, deixando implícita

a sua naturalidade e inevitabilidade.

Somente um processo

à escala mundial (ou seja, transversal

ao conjunto dos Estados-

-Nação que compõem o mundo)

conseguirá, a prazo, harmonizar

a existência humana, não só na

esfera das relações económicas,

mas também ao nível da

interacção social e política. Uma

característica da Globalização

é a desterritorialização, ou seja,

as relações entre os homens e

entre instituições, sejam elas

de natureza económica, política

ou cultural, tendem a desvincular-se

das contingências do

espaço. Os desenvolvimentos

tecnológicos que facilitam a comunicação

entre pessoas e entre

instituições e que facilitam a

circulação de pessoas, bens e

serviços, constituem um importante

centro nevrálgico da Globalização.

Alimento e direcciono a esperança

para um mundo solidário

que amplie o intercâmbio pacífico

entre os povos e elimine

a belicosidade do processo

competitivo. É possível pensar

na realização de um mundo de

bem-estar, onde os homens serão

mais felizes, um outro tipo

de globalização baseada na

COOPERAÇÃO. Estamos no

início de uma nova era que traz

consigo uma nova consciência,

uma nova dinâmica, uma nova

organização ... É uma nova era

de Amor e Cooperação onde somente

o ‘nós” e o “todo” têm espaço.

Uns chamam-lhe de Nova

Ordem Mundial … a designação

é irrelevante, apenas os resultados

contam.

Que cada um de nós reflicta, decida

em que direcção quer evoluir

e aja em conformidade.

Outubro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU

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