Outubro_2020 - nº 269
Órgão informativo do Centro Lusitano de Zurique Edição de Outubro 2020
Órgão informativo do Centro Lusitano de Zurique
Edição de Outubro 2020
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ACTUALIDADE
Suspeito de assassinar português
teria cometido o ato por
“vingança contra o Estado”
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Suspeito de assassinar português teria cometido
o ato por “vingança contra o Estado”
- SWI swissinfo.ch.jpg ¬Imagem simbólica: um
agente policial armado participando de um
controle em uma rua no cantão de Vaud, em 23
de dezembro de 2014. Keystone
KEYSTONE-SDA/RTS/TS (*)
O suspeito de ter assassinado um
cidadão português em Morges no
sábado passado (12.09) teria confessado
o crime. De acordo com a
televisão pública RTS, o jovem turco-suíço
de 26 anos teria agido por
“vingança contra o Estado”.
Os jornalistas da RTS basearam o noticiário
em fontes próximas aos investigadores.
Segundo eles, o motivo do crime teria sido
“ vingança contra o Estado suíço”. A pedido
da agência de notícias Keystone-S-
DA, a Procuradoria-Geral (BA, na sigla em
alemão) não quis confirmar ou negar as
informações divulgadasNo sábado passado
(12 de setembro), o suspeito esfaqueou
um português de 29 anos em uma lanchonete
turca em Morges. Um dia depois,
policiais capturaram a pessoa que estava
escondida em Renens, um vilarejo próximo.Sob
observação desde 2017
O suspeito estava na mira das autoridades
federais desde 2017. O Serviço Federal
de Inteligência (FIS, na sigla em alemão)
começou a monitorá-lo após consumo e
divulgação da propaganda jihadista, escreveu
o Ministério Público (BA, na sigla
em alemão) na quarta-feira.O turco-suíço
ficou preso em abril de 2019, após ter
cometido um ataque incendiário contra
um posto de gasolina em Prilly, também
no cantão de Vaud. Foi durante as investigações
caso que os policiais de Vaud
encontraram “indicações de possíveis
ligações com o jihadismo”, escreveu o
BA.Os investigadores se depararam com
um possível passado jihadista, que coincidiu
com as descobertas do NDB. Em
outubro de 2019, o BA, responsável pelas
investigações sobre o terrorismo, pediu às
autoridades cantonais para assumir o inquéritoAo
mesmo tempo, o BA expandiu
as alegações para incluir violações nas
leis que proíbem atividades de grupos
terroristas como o Al-Qaeda e do Estado
Islâmico, bem como a exibição de atos
violentos.Solto em julho
As autoridades judiciais prorrogaram a
detenção do acusado a pedido da Justiça
de Vaud e depois do BA. Em julho, o tribunal
deu liberdade condicional ao suspeito
a pedido BA, mas sob condições. O BA
baseou seu pedido, em particular, em um
relatório psiquiátrico. As condições impostas
incluíam a proibição de sair à noite,
a proibição de portar armas e de se apresentar
regulamente às autoridades.
Até o homicídio de sábado passado, o
acusado cumpriu todas as condições. Por
isso, explicam, não havia motivo para uma
nova prisão, escreveu o BA.
Deputada-federal “chocada”
“É chocante”, disse Jacqueline de Quattro,
deputada-federal do Partido Liberal
(FDP) no programa “Fórum” do canal RTS.
Ela comparou o incidente com os casos
“Adeline” e “Marie”, duas mulheres que
foram vítimas de criminosos reincidentes.
Quattro ressaltou não compreender como
pessoas perigosas à sociedade podiam
estar em liberdade.Um endurecimento
das medidas antiterroristas está sendo
atualmente no Parlamento federal, incluindo
a prisão domiciliar. Quattro lamentou
que alguns dos políticos sejam contra as
medidas propostas, pois as consideram
como “privação de liberdade”. “Agora temos
provas de que existem ameaças terroristas
reais em nosso território”, disse
a deputada-federal.O BA inclui no caso
suspeitas de assassinato premeditado e
homicídio. E não exclui um fundo terrorista
para o assassinato. O BA realiza as
investigações junto com as autoridades
de Vaud, a Polícia Federal Suíça e (Fedpol)
e o Serviço Federal de Inteligência (NDB)
Fuga após crime
O ataque a faca ocorreu no sábado à noite
por volta das 21:20 em uma lanchonete
turca perto da estação ferroviária de Morges.
A vítima, que morreu no local, é um
cidadão português de 29 anos. Ele estava
acompanhado pela namorada quando o
atacante veio até os dois com uma faca
nas mãos e o golpeou.
Após uma noite de fuga, o agressor foi
preso no domingo em Renens pela polícia
de Vaud. No dia seguinte, a investigação
foi assumida pelas autoridades federais
por causa do possível fundo terrorista do
caso.
Em Morges, cerca de cem pessoas prestaram
homenagem à vítima na segunda-
-feira à noite, no local da tragédia. O homem
falecido vivia no vilarejo e trabalhava
para uma empresa de transporte.
(*) autor escreve em portugês do Brasil
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