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Edição de 27 de setembro de 2021

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Eduardo Soares/Unsplash<br />

Um novo Guilherme<br />

Benchimol<br />

“Estilo é uma dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão”<br />

Mario Quintana<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Do início para o fim <strong>de</strong> década, Guilherme<br />

Benchimol, XP, não se reinventou,<br />

e, aparentemente, por seu comportamento,<br />

também não amadureceu. Evoluiu na<br />

medida em que seus planos <strong>de</strong>ram certo,<br />

e assim ingressou na nova década com um<br />

discurso consistente com a posição e a segurança<br />

alcançadas.<br />

E é isso mesmo. Acionista <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> é<br />

aquele que acredita que seus divi<strong>de</strong>ndos<br />

serão cada vez melhores e mais generosos,<br />

na medida em que o negócio vá bem, que<br />

os funcionários estejam engajados e comprometidos,<br />

e, por <strong>de</strong>corrência, clientes felizes<br />

e recompensados pela escolha. Quando<br />

isso acontece, a empresa vai bem e os<br />

divi<strong>de</strong>ndos crescem. Mas, disse também, e<br />

continua apontando o <strong>de</strong>do:<br />

Durante anos ficou urrando aos quatro<br />

cantos que os bancos enganavam seus<br />

clientes, recomendando que todos nós <strong>de</strong>sbancarizássemos.<br />

Mais adiante, ele, Guilherme, e seus XPs,<br />

contrariando e negando o que recomendou<br />

aos outros durante anos, ele e seus<br />

XPs bancarizaram! De forma ostensiva e<br />

escandalosa, aceitando uma montanha <strong>de</strong><br />

dinheiro do Itaú. Façam o que falo, não façam<br />

o que faço...<br />

Ou, quase que a dizer, esqueçam o que<br />

disse e recomen<strong>de</strong>i!<br />

Meses atrás o Itaú distanciou-se mais do<br />

XP, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r uma pequena parcela<br />

<strong>de</strong> sua participação. Mas, no meio do caminho,<br />

e compatível com suas conquistas,<br />

Guilherme Benchimol foi atenuando seu<br />

discurso, agregando graus <strong>de</strong> elegância e<br />

empatia, sem jamais per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista suas<br />

convicções.<br />

No início da década passada falava como<br />

guerrilheiro, agora, nova década, fala<br />

como vencedor que é. E seu novo discurso,<br />

assim, fica mais palatável e merecedor <strong>de</strong><br />

muitas, novas e po<strong>de</strong>rosas a<strong>de</strong>sões. Hoje<br />

Guilherme diz: “Não tenho nenhuma preocupação<br />

com a saída do Itaú. Minha preocupação<br />

única é com o XP. Fazer com que o<br />

negócio fique melhor, funcionários se sintam<br />

realizados, e clientes satisfeitos – nossos<br />

acionistas são consequência disso”.<br />

“O Brasil ainda tem tarifas abusivas para<br />

clientes que investem da forma tradicional.<br />

É fácil falar que você é focado no cliente,<br />

mas quem é focado no cliente, <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>,<br />

não explora o cliente cobrando taxas exorbitantes”.<br />

Sobre o futuro do XP: “Dá para<br />

fazer uma transformação muito maior nos<br />

próximos anos – e é isso que continuaremos<br />

buscando. Temos mais cientistas <strong>de</strong><br />

dados do que banqueiros...”.<br />

Perguntado se a movimentação do Itaú<br />

surpreen<strong>de</strong>u, Guilherme Benchimol respon<strong>de</strong>u:<br />

“A única coisa que me surpreen<strong>de</strong><br />

é quando a empresa não vai bem. Qualquer<br />

outra coisa que não diga respeito à empresa<br />

não me surpreen<strong>de</strong>. Não é o rabo que abana<br />

o cachorro. Não é um acionista entrar e sair<br />

que faz a empresa ficar melhor ou pior. O<br />

que me preocupa é se nossos números estão<br />

crescendo, as receitas evoluindo, e os<br />

clientes satisfeitos...”.<br />

Ele, Guilherme Benchimol, o novo banqueiro<br />

brasileiro, revelando maturida<strong>de</strong>,<br />

sem jamais per<strong>de</strong>r ambição, energia e vitalida<strong>de</strong>.<br />

Aproximando-se do que um dia disse<br />

Che Guevara, claro em outra situação e<br />

realida<strong>de</strong>. “Hay que endurecerse sin per<strong>de</strong>r<br />

jamás la ternura”.<br />

Assim, Benchimol segue batendo forte<br />

e pesado, mas, e agora, com uma dose <strong>de</strong><br />

ternura e maturida<strong>de</strong>. Sem exagero, claro.<br />

O sucesso melhora as pessoas? Talvez, alguns,<br />

excepcionalmente...<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

20 <strong>27</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark

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