Edição de 27 de setembro de 2021

meRCado
Publicidade injeta R$ 418,8 bilhões
na economia brasileira em 2020
Setor representa 6% do PIB do país, de acordo com dados da pesquisa
O valor da publicidade no Brasil, encomendada pelo Cenp à Deloitte
Janaina LangsdOrff
publicidade injetou cerca
A de R$ 418,8 bilhões na economia
brasileira em 2020, o
equivalente a 6% do PIB. O cálculo
do estudo O valor da publicidade
no Brasil, encomendado
pelo Conselho Executivo
das Normas-Padrão (Cenp) à
Deloitte, considera os R$ 49
bilhões em compra de mídia
acumulados no ano passado,
de acordo com dados da Kantar
Ibope Media e Cenp-Meios.
A cifra foi puxada por uma
taxa de crescimento anual de
4,5% acima da inflação desde
2001. Isso vale dizer que cada
real investido em propaganda
gerou R$ 8,54 para a economia.
Na conta do setor também está
a criação de 435 mil empregos
em 2019, segundo dados da
Relação Anual de Informações
Sociais (Rais), do Ministério da
Economia.
O mapeamento foi dividido
entre relações diretas, cuja fonte
de receita são agências, rádio,
TV aberta e noticiário gratuito;
e indiretas, que, embora
participem do ecossistema, são
parcialmente suportados pela
publicidade. São exemplos TV
por assinatura, jornais, revistas
e cinema.
Transformadas por novos
hábitos provocados pela pandemia
da Covid-19, as mídias se
adequam às novas realidades.
A TV, por exemplo, registrou
picos históricos de consumo e
75% dos recordes de audiência
dos últimos cinco anos ocorreram
em 2020.
O consumo de vídeo online
também aumentou, mas o surto
de coronavírus determinou
uma queda de aproximadamente
20% na verba de mídia
aportada por agências de publicidade
em 2020. Um ano antes,
o Brasil aparecia na sétima posição
entre os países que mais
investem em publicidade no
mundo.
A previsão da Deloitte é de
Levantamento com mais de 40 lideranças mostra que cada real investido em propaganda gerou R$ 8,54 para a economia brasileira
Caio Barsotti, presidente do CENP
que novos tipos de mídia entrarão
em estratégias integradas
de múltiplos canais, enquanto
novas preferências e comportamentos
do consumidor
definirão formas diferentes de
interação. Dados, inteligência
artificial, internet das coisas e
5G devem impactar os planejamentos
nos próximos anos,
intensificando as discussões
sobre os limites éticos.
Caio Barsotti, presidente do
Cenp, acredita que o levantamento
deve atrair mais atenção
ao negócio da propaganda. “O
estudo demonstra claramente a
importância econômica da atividade
publicitária brasileira”,
defende o executivo.
As principais oportunidades
estão em áreas ligadas às novas
tecnologias e também para veículos,
agências e prestadores
de serviços de atuação mais
segmentada, inclusive do ponto
de vista geográfico.
Freepik
CRedibilidade
Não só os números falam
pela pujança do setor. Ao financiar
os meios de comunicação,
a publicidade apoia a liberdade
de expressão, base da democracia.
Propaga cultura, educação,
entretenimento e esportes por
meio do patrocínio de eventos,
atletas e clubes.
Da faceta de informação,
vem o incentivo à competitividade.
Alternativas, preços e
benefícios são comunicados,
trazendo inovações capazes de
preparar as marcas para voos
além das fronteiras nacionais.
Construção de valor, aumento
de receita e sustentação de
estratégias corporativas também
entram na equação, capaz
ainda de influenciar a adoção
de novos comportamentos socialmente
positivos. E tudo isso
por meio de ideias premiadas
internacionalmente.
De acordo com o ranking da
Warc Creative 100, o país ocupa
o terceiro lugar na classificação
mundial de publicidade mais
criativa. “Além de referência
criativa, a propaganda brasileira
também chama a atenção
pelos seus reflexos para a sociedade”,
ratifica Barsotti.
O Brasil recebeu 85 troféus
no Cannes Lions 2019, último
realizado presencialmente. Foi
o terceiro país com o maior número
de Leões na mais reconhecida
premiação da publicidade
mundial.
Para estimar o impacto da
publicidade na atividade econômica,
a Deloitte utilizou
um modelo econométrico que
analisa a correlação entre valor
bruto investido em compra
de mídia e o PIB brasileiro. O
modelo foi desenvolvido no
Reino Unido e adaptado para o
Brasil, onde reuniu entrevistas
com mais de 40 lideranças da
publicidade.
jornal propmark - 27 de setembro de 2021 37