19.06.2023 Views

Revista da Misericórdia #45

IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual. Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas. Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.

IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual.
Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas.
Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Pag | 08

#45

Atualidades

A IGUALDADE CONTINUA

A SER UMA PRIORIDADE

ENTREVISTA A TERESA MORAIS

Enquanto Secretária de Estado, a igualdade de género foi

uma das suas áreas de maior intervenção porque a

considerou como prioritária. Voltaria a fazer o mesmo?

As minhas perspetivas na política não se restringiram à área da

igualdade. Eu trabalhei nas áreas da justiça, da defesa

nacional e da segurança interna e não deixei de me interessar

por elas, mas, na verdade, a igualdade era para mim uma

prioridade quando assumi funções governativas e continuaria a

sê-lo hoje. Infelizmente, não se avançou o suficiente para nos

darmos ao luxo de deixarmos de a considerar uma prioridade.

Nalguns aspetos até se abrandou ou mesmo regrediu. Mais

uma vez, de acordo com dados do Eurostat, as diferenças

salariais entre mulheres e homens em Portugal aumentam há

três anos consecutivos. A luta pela igualdade é civilizacional e

não está concluída. Enquanto assim for não pode deixar de se

manter prioritária.

O combate à violência doméstica foi também uma área

prioritária. Como Secretária de Estado dos Assuntos

Parlamentares e Igualdade promoveu medidas inovadoras

e diferenciadoras, nomeadamente no apoio às vítimas: o

serviço de transporte seguro, as vagas de emergência, os

apoios económicos para a autonomização das mulheres e

crianças acolhidas em casas de abrigo, … Sente que esse

trabalho foi profícuo? Ainda há muito a ser feito?

Eu diria que a luta contra a violência doméstica foi a prioridade

absoluta. De resto, isso mesmo foi escrito nos programas dos

governos de que fiz parte e cumprido, não apenas por mim,

mas por uma equipa governativa envolvida e motivada para

esta causa. As medidas que menciona foram respostas

concretas a problemas detetados no trabalho no terreno, nas

visitas a casas abrigo, nas conversas com pessoal técnico da

rede e com as mulheres vítimas com quem me encontrei em

todo o país. Tenho a convicção de que essas e muitas outras

medidas que tomámos, como o protocolo de colaboração com

o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, visando dar

resposta às necessidades de habitação condigna das vítimas

de violência doméstica no momento da saída das casas de

abrigo, o protocolo com a Associação Nacional de Municípios

Portugueses, procurando facilitar o acesso a habitação a baixo

custo por vítimas de violência doméstica, através da criação de

uma rede de municípios solidários, ou o programa a Escola Vai

à Casa Abrigo, que levou professores a casas onde viviam as

vítimas que não podiam circular na comunidade por razões de

segurança, fizeram efetivamente a diferença na vida de

pessoas e de instituições.

Na verdade, parece-me que há muito mais que deve ser feito.

E o facto de se terem interrompido programas em curso ou de

se atrasarem soluções e planos de ação não está a ajudar.

De acordo com a Comissão para a Cidadania e a Igualdade

de Género (CIG) em 2022 houve 30389 casos de violência

doméstica, mais 4 mil do que em 2021. Que leitura faz

destes números?

É preocupante. Na verdade, os números constam do Relatório

Anual de Segurança Interna referente a 2022 e mostram,

portanto, a violência reportada às forças de segurança. Este

aumento de casos revela a meu ver que nós, enquanto nação,

estamos a perder esta batalha. E o argumento de que as

queixas aumentam porque há maior visibilidade do problema

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!