Revista da Misericórdia #45
IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual. Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas. Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.
IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual.
Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas.
Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.
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Atualidades
Ainda é da opinião que há uma “tolerância excessiva para
com a violência conjugal”, que todos os anos leva à morte
dezenas de mulheres em Portugal?
Sim. Ainda tenho essa convicção. A realidade não me
desmente, lamentavelmente. Há muito quem ainda vire a cara
para o lado perante a violência conjugal. Acresce que ainda
parece falhar muita coisa no processo de proteção das vítimas
em Portugal. Há, em muitos casos, excessiva complacência
com os agressores e demasiada ligeireza na forma como se
lida com as vítimas. Erros na avaliação do risco em que se
encontram as vítimas, atrasos na aplicação de medidas de
proteção e de afastamento do agressor, penas suspensas, nada
disto ajuda a resolver a situação grave que temos.
não pode servir indefinidamente, parece-me. Em algum
momento, se estivéssemos todos a fazer as coisas certas, a
diferença haveria de se notar. E isso não está a acontecer.
Enquanto Secretária de Estado lamentou a brandura das
penas aplicadas no crime de violência doméstica. Entende
que o caminho passa pela alteração da moldura penal?
Sim. E pior ainda é que as penas sejam sistematicamente
suspensas, com risco de vida para as vítimas. O legislador tem
dado atenção a este problema em sucessivas legislaturas, mas
infelizmente os juízes nem sempre ponderam a letalidade das
situações com que estão a lidar.
O que pode ser perspetivado para o futuro?
Não estou otimista quanto ao futuro próximo. As crises
económicas e sociais tendem a agravar as desigualdades e a
dificultar as relações entre as pessoas, também no contexto
familiar. Será necessário estar muito atento a todos os
indicadores e promover, com energia e sem medo, políticas de
promoção da igualdade e de proteção das pessoas
vulneráveis. E eu não vislumbro nem essa energia, nem essa
capacidade. Lamento não poder terminar com uma nota de
otimismo, mas a realidade impõe-se-nos, quer queiramos quer
não.•
POR CARLA NOGUEIRA (JORNALISTA)