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Revista da Misericórdia #45

IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual. Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas. Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.

IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual.
Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas.
Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.

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#45

G. Recursos

Humanos

UM CAMINHO. E OS SEUS

DEGRAUS.

Não há mundo justo sem igualdade. A igualdade, nos seus

mais latos domínios, é, sem qualquer dúvida, um princípio

ligado ao valor da dignidade humana e estruturante do sistema

de direitos fundamentais, encontrando-se refletido no conteúdo

da maioria dos restantes direitos, liberdades e garantias.

Tendo importância vital no desenvolvimento coletivo, o

grande primeiro passo em Portugal deu-se com a revolução

democrática e com a aprovação da Constituição da

República Portuguesa de 1976 e subsequente alteração

legislativa, designadamente no âmbito do direito civil.

Quase 50 anos volvidos, e apesar de ações persistentes no

âmbito da igualdade, ainda há muito a fazer-se. Ou seja, é

inegável que o quadro jurídico em Portugal, também muito à

custa das imposições da União Europeia, é consistente tendo

em vista, por um lado, o fim das desigualdades e, por outro

lado, a alteração de comportamentos que ferem a igualdade,

nas suas mais vastas expressões. Porém, ainda se verificam

fragilidades, como é exemplo a violência de género, a

desigualdade da participação das mulheres no mercado de

trabalho, o diferencial de salários entre homens e mulheres

para trabalho igual, a desigualdade entre mulheres e homens

no processo de decisão e a maior exposição das mulheres à

pobreza.

Dito de outro modo, há uma forte proteção legal do

princípio da igualdade, mas, no caminho percorrido, ainda

há degraus a ultrapassar. Se é inegável a importância da

igualdade, há ações que ficam por concretizar ou porque se

acredita que a desigualdade é coisa do passado ou que é

coisa bem distante da nossa realidade. Por outro lado ainda,

uma coisa é a lei, outra é a sua aplicação. Aliás, a pandemia é

um bom exemplo disso mesmo, porque apesar das inúmeras

salvaguardas do princípio da igualdade, foram as mulheres

que foram arrastadas, na sua grande maioria, para o

acompanhamento escolar dos/as filhos/as e foram elas que,

com o confinamento, ficaram mais vulneráveis em termos de

violência. Assim, impõe-se um constante aperfeiçoamento da

lei, também, tendo em vista a sua eficaz aplicação.

Nesse caminho, um bom exemplo é a Agenda do Trabalho

Digno, aprovada pela Lei nº. 13/2023, de 3 de Abril, que

trouxe as recentes e amplas alterações ao Código do

Trabalho. Entre outros, a Agenda do Trabalho Digno

valoriza aspetos como o imperativo da conciliação entre

trabalho e vida familiar e pessoal, em diferentes

dimensões, num quadro de promoção da igualdade entre

homens e mulheres, designadamente com a criação de

licença parental em part-time, a partir dos 120 dias, desde

que gozada por ambas as pessoas progenitoras, o aumento

do subsídio quando as licenças parentais são partilhadas,

a falta por luto gestacional para ambos, tudo no sentido de

promover a igualdade entre homens e mulheres.

E, importa lembrar, esses degraus são apenas para subir, não

vale descer. •

POR ANA ALVARENGA (JURISTA E RESPONSÁVEL DOS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS)

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