Revista da Misericórdia #45
IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual. Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas. Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.
IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual.
Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas.
Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.
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Atualidades
Igualdade, equidade ou paridade?
Igualdade, que para mim só se alcança por inteiro com a
paridade. Equidade, sendo um termo com um significado
distinto, é habitualmente usado como sinónimo de igualdade
por aquelas pessoas que são relutantes em chamar as coisas
pelos nomes certos. Parece-me.
Estamos próximos de alcançar a igualdade entre homens e
mulheres ao nível das oportunidades de progressão de
carreira, cargos de chefia e diferenças salariais? A
desigualdade no mercado laboral ainda persiste, o que
falta fazer?
Não. Não estamos perto, na verdade.
Apesar dos avanços alcançados, as
mulheres ainda não têm iguais
oportunidades de promoção na
carreira e a cargos de chefia,
sobretudo nalguns ramos do setor
privado. Continuam a ser poucas as
que integram os Conselhos de
Administração de Empresas, com
funções executivas. E quanto a
diferenças salariais a situação é muito séria, uma vez que
Portugal, de acordo com dados recentes do Eurostat, é o 15º
país da União Europeia com maiores diferenças salariais e as
perspetivas de as eliminar estão, neste momento, remetidas
para 2051.
Há muito trabalho a fazer para combater este estado de coisas:
avançar na legislação, aumentar a fiscalização, progredir na
sensibilização, são tarefas cruciais para ultrapassar esta
(...) as mulheres ainda não
têm iguais oportunidades de
promoção na carreira e a cargos
de chefia, sobretudo nalguns
ramos do setor privado.
situação que resulta numa imensa injustiça com a parte maior
da humanidade.
Qual a sua opinião relativamente aos sistemas/leis de
quotas na promoção da igualdade e da não discriminação?
A minha opinião é favorável. Sempre foi. Outros países antes
de nós reconheceram a necessidade desse tipo de medidas e
alguns têm hoje uma situação exemplar na Europa. Ainda que
como medidas transitórias e a rever, não me parece que haja
melhor maneira de ultrapassar estas diferenças. Sem as quotas
na participação política estaríamos hoje bem piores.
É lugar-comum ouvir-se que “a
mulher tem de provar o dobro para
chegar ao mesmo lugar de um
homem”. Ainda é assim?
Não sei se têm de provar o dobro, mas
têm certamente de provar mais e de
sacrificar mais do que homens. Há um
cartoon que mostra bem essa
diferença. Vou tentar descrever: há
uma escada dupla, com degraus de
ambos os lados. Num dos lados há um homem, com uma pasta
na mão, que vai subindo os degraus, serenamente. Do outro
lado da escada está uma mulher, que leva uma criança ao
colo, outra agarrada à saia e no braço direito transporta, ao
mesmo tempo, um livro, um saco de compras e uma frigideira.
Com todo este peso, lá vai subindo, sempre três degraus
abaixo. Ainda é mais ou menos esta a vida de muitas mulheres.