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Revista da Misericórdia #45

IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual. Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas. Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.

IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual.
Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas.
Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.

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Pag | 31

Ação

Social e

Comunidade

denominador comum a todas as outras desigualdades.

Trata-se, portanto, de uma desigualdade estrutural e, por

conseguinte, fortemente enraizada, que se baseia

“simplesmente” na ideia de que homens e mulheres têm

atributos, capacidades, habilidades, possibilidades (e, de

caminho, privilégios) diferentes. E se é inequívoco que

existem diferenças físicas (objetivas) entre homens e

mulheres, já menos óbvio é que o maior ou menor acesso

ao exercício de direitos tenha alguma relação com esses

ditames biológicos. De facto, a desigualdade neste

exercício assenta, essencialmente, nas construções que

todas as sociedades fazem sobre

“o que é ser mulher” e “o que é

ser homem”: como se devem/

/podem comportar, que

expectativas podem almejar, que

lugares (públicos ou privados)

podem assumir, entre outros. É

esta construção social de género,

mais que as características

biológicas per se, que determina os comportamentos e as

atitudes em quase todas as esferas da nossa vida.

Nos últimos quase 50 anos, as agendas políticas internacionais

e nacionais têm, paulatinamente, colocado a tónica na não

discriminação de género. A igualdade de direitos e de

oportunidades está ressalvada no texto constitucional desde

1976 e a tarefa fundamental do Estado de promover a

igualdade entre homens e mulheres, desde 1997.

E é esta desigualdade no acesso e no

usufruto dos direitos que nos deve

mobilizar. Porque acontece? Porque é

que permanece, ano após ano, século

após século?

Embora mulheres e homens tenham hoje uma vida muito mais

igualitária, em vários domínios, os dados demonstram que

ainda persistem desigualdades estruturais na sociedade atual

que conduzem à discriminação com base no sexo e no género.

Uma das manifestações mais prototípicas desta assimetria

estrutural é a violência doméstica, essencialmente com

matriz de violência de género.

Fundamentalmente, a origem deste fenómeno prende-se com

os estereótipos que decorrem dos papéis sociais atribuídos a

mulheres e homens, com impacto na esfera da intimidade,

onde se reproduz a assimetria de

poder entre ambos, onde se

reforçam modelos de

comportamento que assentam, por

sua vez, nesta desigualdade,

tornando-a muito difícil de

combater.

Sabemos, também, que a natureza

multifacetada e complexa deste fenómeno social implica um

olhar mais detalhado, que não descure a análise de outros

fatores de discriminação e de assimetria de poder, tais como a

raça ou etnia, nacionalidade, religião, deficiência, a orientação

sexual, identidade e a expressão de género, ou ainda o nível

educacional e socioeconómico, entre outros.

Mas se hoje a consciência sobre esta realidade é generalizada,

nem sempre foi assim. A violência doméstica acontece

maioritariamente à porta fechada, invisível. Só nos anos 90 do

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