Revista da Misericórdia #45
IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual. Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas. Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.
IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual.
Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas.
Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.
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#45
Atualidades
A IGUALDADE CONTINUA
A SER UMA PRIORIDADE
ENTREVISTA A TERESA MORAIS
Teresa Morais é uma mulher com um belo sorriso e ar
sereno. Atualmente é docente universitária, Conselheira
Nacional do PSD, cidadã atenta e preocupada com as
injustiças e as minorias. Foi Secretária de Estado dos
Assuntos Parlamentares e da Igualdade e Ministra da
Cultura, Igualdade e Cidadania. De olhar atento sobre os
grandes temas da atualidade e numa conversa sobre si e o
seu percurso foram abordadas questões que se mantêm, e
que se deve continuar a trabalhar.
Qual a sua memória mais antiga? Teve uma infância feliz?
A minha memória mais antiga talvez seja a de acordar junto da
minha mãe, com os cabelos pretos apanhados no alto da
cabeça, depois de uma longa sesta. Ainda hoje gosto de sestas.
Tive uma infância pacata. Vivia numa quinta da família, com os
meus pais e os três irmãos mais velhos e uma tia avó. Havia
espaço, árvores, animais. Brincava ao ar livre, subia a uma
velha figueira, comia fruta apanhada no momento e lavada na
água de um poço. Era tudo muito simples.
E como foi a passagem da adolescência à idade adulta: um
processo normal, sereno ou de rutura, transformação?
Foi um processo internamente complexo, mas externamente
normal. Não houve ruturas, apenas inquietação. Foi um tempo
de procura do essencial em mim. Nessa altura comecei a
escrever contos e poemas que mais tarde rasguei. Eram
demasiado piegas para a mulher em que me tornei.
Uma carreira jurídica esteve sempre nos seus planos como
percurso profissional? E a política, como surgiu na sua
carreira?
Não. Nos meus planos de menina não estava uma carreira
jurídica. Queria ser professora. Ensinava crianças mais novas,
minhas vizinhas, usando como quadro o portão verde de ferro
da quinta. E na verdade, foi professora que fiquei para a vida,
até hoje.
A participação política nunca foi planeada. Surgiu tarde, com
uma passagem como adjunta de um membro do primeiro
governo de Cavaco Silva. Depois disso, concentrei-me na
universidade, na Faculdade de Direito de Lisboa, na qual fiz o
mestrado e preparava o meu doutoramento quando, súbita e
inesperadamente, fui convidada para integrar as listas de
deputados pelo Partido Social Democrata, no tempo de Durão
Barroso. Fui eleita, fiz um mandato curto, interrompido pela
dissolução do Parlamento por Jorge Sampaio. Mais tarde, em
2009, fui de novo chamada por Manuela Ferreira Leite, para
encabeçar a lista de deputados por Leiria, posição que
mantive em 2011 e 2015, com Pedro Passos Coelho, com
quem tive o gosto e a honra de trabalhar nos seus dois
governos, no primeiro como Secretária de Estado dos Assuntos
Parlamentares e da Igualdade, e no segundo, muito breve,
como Ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania. Derrubado
esse governo, cumpri o resto do meu mandato e regressei às
minhas funções docentes. A vida foi fluindo sem que alguma
vez eu tivesse podido programar o que viria a acontecer.