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Revista da Misericórdia #45

IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual. Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas. Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.

IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual.
Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas.
Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.

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Ação

Social e

Comunidade

Por outro lado, o processo de autonomização conta com

dificuldades acrescidas motivadas por evidentes desigualdades

no acesso ao emprego e ao mercado do arrendamento. Não

raras vezes percebemos que as portas se fecham, literalmente,

para as populações migrantes. Movidos por questões raciais,

estereótipos e preconceitos, muitos senhorios recusam o

aluguer das suas casas a mulheres estrangeiras. Outros

praticam com estas rendas mais altas num exercício de

marginalização, restando apenas o acesso a habitação em

condições pouco dignas.

E o mesmo acontece com o emprego. Das vagas que parecem

não estar disponíveis para determinados grupos restam a estas

mulheres empregos precários e mal pagos que pouco

dignificam a sua condição.

No caso das mulheres migrantes indocumentadas verifica-se

ainda um atraso significativo que as mulheres experimentam no

acesso aos serviços e apoios (saúde, subsídios, proteção

jurídica, etc) também com impacto maior no seu processo de

reintegração. Administrativamente presas aos Serviços de

Estrangeiros e Fronteiras, que tardam na atribuição de

documentos e vistos, estas mulheres veem-se assim incapazes

de se reorganizar.

O reconhecimento destas vítimas como vítimas especialmente

vulneráveis, a criação dos Centros Nacionais de Apoio ao

Imigrante (mais recentemente com gabinete de apoio à vítima),

centros locais, serviços de apoio telefónico, incluindo tradução

simultânea disso são exemplo. Mas ainda há um longo

percurso para garantir o exercício igual dos direitos dos

cidadãos portugueses e estrangeiros. É urgente desenvolver

mecanismos de agilização dos processos de regularização da

migração, desenvolver mecanismos de garantia de condições

de trabalho às populações migrantes, com reforço da

fiscalização, e a reflexão sobre o acesso à habitação destas

populações. Só assim construiremos espaços sociais mais

inclusivos e condições iguais no combate à violência

doméstica. Múltiplos idiomas e vítimas diferentes, mas um

só crime e uma resposta - cabal e inteira - pautada pela

igualdade e equidade no acesso aos serviços, apoios e

direitos.•

POR MARIA JOÃO FERNANDES (COORDENADORA DA CASA ABRIGO D. MARIA

MAGALHÃES)

Quer do ponto de vista social, quer no âmbito das políticas

e das práticas de acolhimento e integração de imigrantes e

também no domínio da intervenção da Violência

Doméstica, têm-se registado nos últimos anos avanços

significativos.

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