Revista da Misericórdia #45
IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual. Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas. Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.
IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual.
Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas.
Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.
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Saúde
Diria que temos que recentrar no que é essencial – a PESSOA,
e não numa das suas características – a doença. Ou seja, no
contacto com a pessoa maior, com ou sem demência, temos
que voltar a olhar genuinamente para ela, relembrar a sua
história (e as suas estórias), as suas preferências, as suas
expressões, os seus desejos. Podem já não existir palavras, mas
existem gestos, olhares, outras expressões faciais, inquietude…
há tantas formas de comunicação se estivermos recetivos a elas
e acima de tudo a respeitá-las. Só temos que estar atentos.
Por outro lado, enquanto cidadãos temos que olhar para
esta fase da vida com a atenção
que esta nos exige. É uma fase da
vida para a qual todos
caminhamos e que cumpre uma
parte bastante significativa do
nosso percurso. No entanto,
contrariamente a outras (como é o
caso da infância) não a
preparamos/acarinhamos. Não
fazemos escolhas/planeamos o que gostaríamos ou não de
fazer, como nos ocupar, onde gostaríamos de viver e em
que condições e, em última instância, que decisões
gostaríamos que tomassem por nós caso a nossa
capacidade/consciência esteja alterada. São também os
mecanismos legais, como é o caso do testamento vital, ou
a abertura e clareza com que falamos sobre estes assuntos
com os que nos são próximos que nos permitem garantir
que continuaremos a ser ouvidos e a ter direito às nossas
escolhas quando um problema surge e nos pode limitar
Temos que combater o facto de
constantemente nos sobrepormos
aos adultos maiores, de escolhermos
porque nome são tratados, de
anteciparmos as suas decisões (...)
essa mesma capacidade de escolha. Em primeira instância
temos que combater muitos dos preconceitos e, atrevo-me a
dizer, o medo que esta fase da vida nos provoca. Temos que
combater o idadismo que está enraizado e muitas vezes
camuflado de proteção. Temos que combater o facto de
constantemente nos sobrepormos aos adultos maiores, de
escolhermos porque nome são tratados, de anteciparmos as
suas decisões (seja a de substituir o café pelo chá, seja a da
escolha das calças com velcro em vez das de botões) - refiro-
-me a decisões quotidianas mas também as de maior dimensão
como a escolha do local onde e como se quer viver.
POR CARMINA REI (PSICÓLOGA - SOS DEMÊNCIAS)
A vida e a sociedade em geral já
nos exigem tanto ao longo do
desenvolvimento que é inglório
que numa fase mais avançada da
mesma ainda tenhamos que estar
a lutar por sermos ouvidos, termos
a nossa opinião, sermos iguais! •