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Revista da Misericórdia #45

IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual. Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas. Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.

IGUALDADE foi o desafio lançado e que reuniu um excelente grupo de colaboradores/as - internos e externos - que refletiram sobre as diferentes variáveis que se cruzam em torno deste tema tão atual.
Porque é preciso pensar a igualdade como forma de combater a desigualdade social, de género, na educação, terceira idade e cuidados de saúde. Nos caminhos a trilhar de acesso aos serviços, apoios e direitos. E onde o roxo funciona também como o seu símbolo de representação, pela síntese entre o azul e o cor-de-rosa e que funcionou na década de 70 como bandeira na luta pela igualdade de direitos. Esta edição da revista espelha a necessidade de lutarmos pelos valores da igualdade numa só voz, onde ainda nem tudo são rosas.
Clique no link para ler a última edição da revista em formato digital: https://www.iscmst.pt/cultura/revista-da-misericordia/.

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#45

Ação

Social e

Comunidade

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

IDIOMAS QUE O CRIME

DESCONHECE

A estes constrangimentos somam-se as dificuldades de dar

resposta e espaço às diferentes tradições, costumes e

culturas. É importante facilitar o processo de aculturação.

Criar condições para que as utilizadoras possam viver a

sua religião e a espiritualidade. Adaptar dietas de acordo

com os seus hábitos, especificidades e preferências

alimentares. Adaptar e flexibilizar normas para acolher e

integrar a diferença.

E sob estas mesmas premissas mediar a relação com o grupo.

Tentar promover o diálogo entre culturas e uma interação

horizontal e sinérgica entre as

utentes. Gerir estereótipos e

preconceitos que possam estar na

base de dinâmicas marginalizantes.

Trabalhar a pertença.

Paralelamente é fundamental

gerir o etnocentrismo das

próprias equipas. A tendência

oculta e inconsciente para interpretar a realidade a partir

dos nossos próprios padrões culturais e presumir a

supremacia das nossas práticas culturais. Assumir o

exercício de refletir sobre a forma como comunicamos e

pensamos as mulheres migrantes para perceber de que modo

a atitude das equipas deixa espaço às diferenças culturais.

Para lá destes desafios que se impõem imediata e diariamente

nas rotinas das mulheres migrantes e nas dinâmicas e

procedimentos institucionais, também a intervenção técnica

Movidos por questões raciais,

estereótipos e preconceitos, muitos

senhorios recusam o aluguer das suas

casas a mulheres estrangeiras.

soma atropelos que muito condicionam o processo de

autonomização e reintegração deste grupo de vítimas de

violência doméstica.

A barreira da língua afeta o quotidiano das mulheres vítimas

migrantes e naturalmente penaliza-as nos processos de

acompanhamento multidisciplinar. Tem um impacto maior no

acompanhamento psicológico que, habitualmente alicerçado

na linguagem e na narrativa enquanto método terapêutico,

pouco pode valer num contexto de comunicação muda. Os

mesmos muros que separam a vítima migrante do grupo,

acabam por se impor também na

relação com o psicólogo, com

prejuízo da aliança terapêutica

estabelecida, do envolvimento no

processo e dos resultados

alcançados.

O indizível (ou aquilo que é

lacónica e superficialmente

explanado) também afeta amplamente o testemunho da

vítima no âmbito do processo-crime. De facto, e apesar da

lei prever o recurso a intérpretes, muitas vezes

confrontamo-nos com a indisponibilidade de tradutores

para alguns idiomas, situação esta que materializa

dificuldades maiores para estas mulheres que se veem

obrigadas a testemunhar sobre vivências potencialmente

traumáticas num idioma que não dominam.

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