SCMedia News | Revista | Maio 2023
A revista dos profissionais de logística e supply chain.
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MAIO <strong>2023</strong><br />
para com eles. “Acho que temos feito isso<br />
de uma forma também bastante positiva,<br />
de uma forma em que envolvemos também<br />
os fornecedores para podermos fazer estas<br />
alterações contratuais”, defende Carlos Mota<br />
Pinto.<br />
Nestas situações, considera importante<br />
ver os dois lados da moeda e, portanto,<br />
compreender que tal como eles, também<br />
os fornecedores possam estar a passar por<br />
situações semelhantes, e que estão disponíveis<br />
a tentar perceber no que podem ajudá-los e<br />
chegar a um acordo justo para ambos, e de<br />
forma que estes consigam entregar aquilo de<br />
que necessitam, tanto em tempo como em<br />
preço. “Somos razoáveis, somos compreensivos<br />
da situação que existe atualmente, mas<br />
também há compromissos que foram<br />
assumidos e, portanto, tem de se encontrar<br />
aqui um ponto de equilíbrio”.<br />
CONHECER BEM O ECOSSISTEMA<br />
Numa área estratégica como o<br />
procurement, é importante haver tanto<br />
pesquisa quanto troca de informação, e Carlos<br />
Mota Pinto destaca que por vezes até mesmo<br />
setores diferentes podem sofrer problemas<br />
semelhantes, e conseguirem soluções<br />
aplicáveis a ambas as situações. “Temos<br />
feito muito benchmark com outras utilities,<br />
para perceber o que é que estão a fazer<br />
pela Europa. Mas também temos partilhado<br />
muita informação com outros responsáveis<br />
de compras, responsáveis de Procurement,<br />
diretores de compras de outras empresas a<br />
nível nacional”.<br />
A nível do controlo interno, o diretor da<br />
unidade de global procurement considera<br />
crucial ter a cadeia de abastecimentos<br />
bem mapeada, e este é um tema que estão<br />
a desenvolver mais a fundo, procurando<br />
abranger os seus conhecimentos da sua<br />
supply chain a fornecedores de tiers abaixo,<br />
de forma a terem um maior controlo da cadeia<br />
e poderem antecipar quebras, ou “no limite,<br />
estar mais bem preparados para eventos<br />
disruptivos, como foi infelizmente o conflito na<br />
Ucrânia”, minimizando também assim o risco.<br />
“É importante nós termos um conhecimento<br />
mais alargado daquilo que é a nossa cadeia<br />
de abastecimento para podermos atuar e<br />
responder mais cedo a eventos deste tipo ou<br />
de outra dimensão, ou no contexto geopolítico,<br />
estarmos atentos a situações que de alguma<br />
maneira possam provocar, ou ameaçar, a nossa<br />
cadeia de abastecimento”.<br />
Para já, conhecem muito bem os seus<br />
fornecedores de tier 1, e no caso de<br />
alguns materiais e produtos, também<br />
alguns de tier 2, “mas daí para baixo, em<br />
termos de visibilidade já começa a ser<br />
muito complicado”. Para contornar esta<br />
situação, tomam algumas medidas, como<br />
por exemplo através do processo de registo<br />
de fornecedores, onde a EDP pede desde<br />
logo informação sobre as supply chains dos<br />
candidatos, ou através dos RFP (pedido de<br />
proposta) que estão a lançar no mercado, que<br />
já incluem estas perguntas obrigatórias.<br />
Através desta partilha de informação, a<br />
EDP consegue um maior controlo sobre a sua<br />
cadeia de abastecimentos, e também procura<br />
consciencializar os seus parceiros para<br />
fazerem estes processos internamente, pois<br />
só assim conseguem estar todos alinhados e<br />
garantir este conhecimento. Outra área em<br />
que contam muito com os parceiros é para a<br />
inovação, desafiando os parceiros a trazerem<br />
ideias novas para a cadeia de abastecimentos,<br />
pois “nesta relação também temos muito<br />
a aprender com eles”, conclui Carlos Mota<br />
Pinto. •