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edição de 13 de novembro de 2023

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inspiração<br />

Marca não faz meme, e está tudo bem!<br />

Divulgação<br />

“O meme é uma mensagem viva, mutável e potente que, para<br />

ser engraçada, precisa - e muito - ser levada a sério”<br />

Carol Rosa<br />

Especial para o propmark<br />

O<br />

termo “meme” foi criado nos anos 1970 por Richard Dawkins para <strong>de</strong>finir replicadores <strong>de</strong><br />

comportamentos. Parece só a origem <strong>de</strong> um conceito que foi mudando com o tempo,<br />

mas a realida<strong>de</strong> é que isso diz muito sobre como as microcomunida<strong>de</strong>s se portam hoje<br />

em dia, na internet e fora <strong>de</strong>la.<br />

Um meme só se torna um meme quando ele é compartilhado e ressignificado tantas vezes<br />

que o próprio receptor da mensagem se confun<strong>de</strong> com o emissor. O “autor” passa a ser o imaginário<br />

coletivo.<br />

Isso quer dizer que uma marca não po<strong>de</strong> ser autora <strong>de</strong> um meme? Exatamente. Mas, por outro<br />

lado, não significa que a sua marca não possa usar memes como balizadores e potencializadores<br />

<strong>de</strong> conversas. Aliás, ela <strong>de</strong>ve!<br />

Se antes, para i<strong>de</strong>ntificar o perfil <strong>de</strong> um público, bastava uma análise <strong>de</strong> faixa etária e classe<br />

social, agora as comunida<strong>de</strong>s ficaram tão pulverizadas que é praticamente impossível abordar<br />

todas individualmente com a profundida<strong>de</strong> que merecem. Nesse contexto, i<strong>de</strong>ntificar pontos <strong>de</strong><br />

intersecção entre elas é fundamental para criar mensagens com maior amplitu<strong>de</strong> e resultado<br />

otimizado. Com os memes é possível saber quais comunida<strong>de</strong>s compartilham dos mesmos valores<br />

que a sua marca, se a sua marca está mirando nos públicos certos ou até mesmo se é<br />

necessário rever os valores que você <strong>de</strong>seja abraçar.<br />

Caso você tenha chegado até aqui e esteja se questionando se por “memes” eu me refiro<br />

àquelas imagens engraçadinhas, talvez esteja na hora <strong>de</strong> reconsi<strong>de</strong>rar o potencial <strong>de</strong>ssas “piadinhas”.<br />

Foram elas que reconfiguraram as disputas políticas em todo o mundo nos últimos anos,<br />

causaram a inclusão digital <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> pessoas e movimentaram uma economia bilionária<br />

em torno das plataformas <strong>de</strong> entretenimento.<br />

Mas não é só como termômetro digital e social que a sua marca po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve fazer uso dos<br />

memes. Uma vez que você i<strong>de</strong>ntificou quais <strong>de</strong>les se conectam com o seu público e com os valores<br />

que você <strong>de</strong>seja passar, vem a parte mais <strong>de</strong>safiadora (e igualmente encantadora): entrar<br />

na conversa.<br />

É fato que as marcas normalmente são vistas como invasoras quando tentam forçar a entrada<br />

em conversas entre comunida<strong>de</strong>s. Pessoas querem se conectar com pessoas, e não com<br />

entida<strong>de</strong>s corporativas. Por isso, é importante que as pessoas sejam porta-vozes dos valores e<br />

diferenciais da sua marca. São elas que vão te garantir uma passagem direta para o fabuloso<br />

mundo dos memes, ou para as comunida<strong>de</strong>s, como queira chamar.<br />

Se eu posso dar uma dica para que você e sua marca comecem a trabalhar com memes da<br />

maneira certa é que você repense o tempo e o esforço que anda investindo em criar replicações<br />

<strong>de</strong> imagens divertidas nas re<strong>de</strong>s sociais e comece a ouvir mais as comunida<strong>de</strong>s. Caso a conversa<br />

não seja conduzida pelas pessoas certas do jeito certo, há gran<strong>de</strong>s chances do seu conteúdo ser<br />

um gran<strong>de</strong> “flop”. O meme é uma mensagem viva, mutável e potente que, para ser engraçada,<br />

precisa - e muito - ser levada a sério.<br />

Carol Rosa é CCO (chief creative officer) da agência Jones<br />

14 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark

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