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Revista eMOBILIDADE+ Nº 6

A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.

A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.

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MOTOR MARÍTIMO

ADAPTADO

PARA HIDROGÉNIO

ESTÁ EM ENSAIOS

Temos aqui uma vertente muito integrada, de

natureza marcadamente circular e sustentável,

na qual o hidrogénio verde é um vetor

sidades de descarbonização, e que também

podem ser produtoras de energia.

Diz Vitor Coelho que, nas coberturas

dos edifícios de empresas, pode ser captada

energia fotovoltaica, acreditando

que este conceito venha a ser uma mais-

-valia para todos os operadores na zona.

Por parte da HyChem, Vitor Coelho

esclarece que o processo de eletrificação

de forma renovável - que certifica como

“verde” o hidrogénio produzido - deverá

atingir, em próxima fase, 14 MW de

potência, e que apenas aguarda suporte

financeiro do PRR Descarbonização.

INTERESSE DA MOBILIDADE

A recetividade a todo este processo de

transformação é inequívoca, quer do te-

cido industrial, quer das autarquias e dos

distribuidores, agentes que podem vir a

ser peças-chave neste processo. “Temos

sido contactados por empresas do setor

da mobilidade interessadas em que lhes

forneçamos hidrogénio para veículos de

transporte de pessoas, e de mercadorias,

pelo que necessitamos de instalar um

posto de abastecimento”, informa Vitor

Coelho. A HyChem utiliza 20 MW de

potência elétrica no processo de eletrólise

de salmoura, para a produção de clorato

de sódio – agente branqueador da indústria

de pasta de papel - e de hidrogénio,

o que oferece enormes possibilidades.

E as solicitações são muitas, especifica

Vitor Coelho: “Há empresas que querem

colocar táxis e camiões movidos

a hidrogénio, ou outras soluções, para

além da injeção na rede, como forma de

substituir parte do gás natural e descarbonizar

alguma indústria. Isto são formas

que vemos muito concretas de contribuir

para a descarbonização ou para soluções

de mobilidade.”

PARTE DA SOLUÇÃO

A HyChem já produz 1700 toneladas/

ano de hidrogénio, mas tem capacidade

para rapidamente produzir até 2400

toneladas/ano, através de investimentos

que a empresa já tem encadeados, com

recurso a apoio europeu para o efeito.

“Imaginemos um operador que queira

colocar aqui um posto de abastimento

de hidrogénio para servir, por exemplo,

uma rede de táxis ou camiões de

serviços municipalizados. O que nós

produzimos é muito mais do que esses

operadores necessitariam. Mas claro

que, depois, há um conjunto de operadores

industriais aqui perto que consomem

gás natural e que estão interessados

em substituí-lo por hidrogénio. E

Nas instalações da HyChem já se encontra

um motor marítimo a converter

para um novo sistema de combustão

dual (gasóleo/hidrogénio), no âmbito

do projeto Hydrogen Pioneer, que

integra a TecnoVeritas, especialista em

engenharia naval (parceira na HyVeritas)

e a Mitsubishi. A HyChem participa

com o banco de ensaios e o know-how

industrial. O objetivo deste projeto

consiste em aferir a viabilidade da

conversão de motores marítimos para

operarem a hidrogénio, substituindo

o diesel, o que apresenta enormes

vantagens: desde logo e a principal,

cumprir o objetivo de descarbonização,

mas também garantir uma nova vida

aos motores convencionais e reduzir o

investimento dos armadores.

Com a substituição do diesel pelo

hidrogénio, as emissões de carbono

reduzir-se-ão também em até 90 a 95%,

e as emissões de óxidos de azoto em

até 99%.

A HyChem disponibiliza as suas infraestruturas

e o conhecimento adquirido

para o desenvolvimento de tecnologia

e o alargamento das aplicações do

hidrogénio.

O motor marítimo a gasóleo da Mitsubishi

foi recebido e instalado numa sala

remodelada, próxima à rede de energia

e ao PT da fábrica, de modo a facilitar o

desenho das tubagens de ligação. Uma

vez convertido pela TecnoVeritas para

trabalhar a hidrogénio, e para provar

o conceito, o motor será testado em

funcionamento durante 8000 horas,

quase um ano. A HyChem fornecerá o

hidrogénio (excedente da sua produção)

e consumirá a energia elétrica que

o funcionamento do motor, ligado a um

gerador, permitirá produzir.

A aplicação desta solução na indústria

naval, um dos setores do transporte

mais difíceis de descarbonizar,

possibilitará a conversão da vasta frota

existente, maximizando a redução de

emissões com um investimento muito

inferior ao da aquisição de unidades

motrizes novas.

e-MOBILIDADE 11

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