Revista eMOBILIDADE+ Nº 6
A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.
A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.
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o Eng.º Consiglieri Pedroso reuniu com
o Director Técnico e os seus Técnicos
para solicitar soluções para ultrapassar
o problema.
Passado uma semana, propus à
Administração a seguinte solução:
transforar 12 autocarros antigos da
marca Daimler Fleetline de 2 pisos,
retirando alguns bancos no piso de
baixo e colocando aí prateleiras para
arrumação de malas, o que foi executado
num período curto de tempo, e
utilização dos autocarros novos numa
carreira nova, ligando o parque do
Estádio Nacional, situado no Concelho
de Oeiras, como se sabe, à zona
de S. Sebastião, onde se situa atualmente
o Corte Inglês, onde passavam
várias linhas de autocarros e de carros
eléctricos.
Nesta linha, que pretendia reduzir
a quantidade de automóveis que,
oriundos das zonas de Caxias a Oeiras,
se destinam a Lisboa. A periodicidade
de partidas seria de cerca de
10 minutos, mas as partidas poderiam
dar-se sempre que o autocarro
estivesse cheio.
Esta proposta não chegou a ser posta
em prática na altura nem quando
foi construída na A5 a terceira faixa
de rodagem. Espero, sinceramente,
que venha a ser utilizada tantos anos
depois, pois continua válida.
2.2. Gestão dos semáforos
Os autocarros da CARRIS estão equipados
com emissores que são detectados
por circuitos eléctricos enterrados que,
ao detectarem a aproximação a um
semáforo podem prolongar o tempo
de verde de modo que o autocarro não
pare, contribuindo assim para a melhoria
da velocidade média, para a redução
do tempo de viagem e para a redução
do consumo de energia.
É, portanto, uma boa solução que deve
ser utilizada sempre que possível.
2.3.Taxa de cumprimento do serviço
De entre as várias componentes da
qualidade que um sistema de transporte
pode oferecer aos seus utilizadores, o
cumprimento do serviço é certamente
uma delas. Acontece, porém, que por
falta de autocarros, certas viagens não
são feitas, o que se traduz num grande
transtorno para os utilizadores.
As Autoridades de Transportes e as Autarquias
deverão estabelecer uma taxa
de cumprimento do serviço (TCS) que
contrataram. Essa taxa de serviço tem
como consequência que a Empresa de
Transporte tem de possuir uma frota de
reserva para suprir as falhas.
A quantidade de veículos que constituirá
a frota de reserva pode ser calculada
utilizando a Lei Binomial e tendo em
consideração a taxa de imobilização
média da frota envolvida na prestação
do contrato.
No exemplo que se apresenta, trata-
-se de um serviço que necessita de 50
autocarros que registam uma taxa de
imobilização (TI) anual de 10 %.
Se a Autoridade exigir uma TCS de 95
TABELA 4 – FROTA DE RESERVA PARA TCS = 95 %
R1 =
58 * 0,10 = 5,8
R2 = 8-5,8
= 2,2
50 frota necessária
8 reserva que
probabilisticamente
garante a colocação
de 50 autocarros ao
serviço
58 trota total
6 1ª reserva
50 + 6
= 56
frota nominal
2 2ª reserva
%, então a frota de reserva será de 8
autocarros:
GRÁFICO 8 – RELAÇÃO TCS E FROTA DE RESERVA
O Gráfico 8 mostra a relação entre a
TCS e a quantidade de autocarros que
constitui a frota de reserva.
Se a Autoridade for mais exigente,
por exemplo impondo TCS = 100 %,
os valores passarão a ser os seguintes
(Tabela 5).
TABELA 5 – FROTA DE RESERVA PARA TCS = 100 %
R1 =
66 * 0,10 = 6,6
R2 =16-6,6
= 9,4
50 frota necessária
16 reserva que
probabilisticamente
garante a colocação
de 50 autocarros ao
serviço
66 trota total
7 1ª reserva
50 + 7
= 57
frota nominal
9 2ª reserva
Pode concluir-se que seria necessário
aumentar a frota em 8 autocarros, o que
implica custos para a Empresa e para a
Autoridade.
Esta solução foi utilizada na CARRIS por
minha iniciativa. A frota de reserva era
constituída por uma parte da frota que, devido
à aquisição anual de novos autocarros,
era retirada do serviço. No ano seguinte
seria substituída por outra abatida.
Os autocarros da 2ª frota de reserva
são utilizados apenas quando a Taxa de
Imobilização num dado dia é superior à
média.
Membro Conselheiro da Ordem dos
Engenheiros e Especialista em Transportes.
Assistente no IST e Faculdade de Engenharia
de Lourenço Marques (1970/1980). Professor
Convidado no IST – Mestrado em Transportes
(1987(2001). Técnico da CARRIS (1974/1991).
Vogal do Conselho de Administração da
CARRIS (1997/2003).
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