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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Ação afirmativa no ensino superiorUma sociedade que apresenta a maior população negra fora daÁfrica, com aproximadamente 82 (oitenta e dois) milhões de indivíduosauto-identificados como do grupo racial <strong>negro</strong> (pretos e pardosconforme a nomenclatura do Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística – IBGE, responsável pelo Censo Oficial do Brasil, ano2000) 33 , pode, entretanto, não apresentar sequer 1% (um por cento)desse contingente <strong>na</strong>s esferas de poder político e/ou econômico dopaís, como pode mostrar que cada uma de suas maiores <strong>universidade</strong>snão apresenta cifra maior do que 2% (dois por cento) de seu contingentepertencente à categoria racial negra, para aquele ano, e ainda assim podenão ver abalada a crença <strong>na</strong> democracia e igualdade racial. Vale dizerque, nesse contexto, em meio às idéias e mentalidade da sociedade sejaela política, civil ou não organicamente representada, os brasileiros deambos os sexos, idade e condição social exercitam um olhar“<strong>na</strong>turalmente” não racializado para a realidade que, não somente éracializada, como também apresenta o maior nível de desigualdaderacial no planeta, conforme estudos e apreensões empíricas. 34O racismo brasileiro, fator de violência racial, apropria-se doscorpos e cérebros dos <strong>negro</strong>s, conforme Neusa Souza 35 : Assim é quepara afirmar-se ou para negar-se, o <strong>negro</strong> toma o branco como marco referencial.Jurandir Freire Costa 36 também identifica a violência psíquica contra oindivíduo vítima do racismo:A partir do momento em que o <strong>negro</strong> toma consciência do racismo,seu psiquismo é marcado com o selo da perseguição pelo corpo-33Fonte Censo Geral IBGE, 2000.34Como já explicitado <strong>na</strong> Introdução, algumas apreensões do cotidiano social brasileiroe das sociedades inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is não estão devidamente catalogados para a referênciapadronizada do trabalho científico, mas somente têm a possibilidade de seremmencio<strong>na</strong>das como constatação que, conquanto possam ser questio<strong>na</strong>dos essesresultados, também propõem ao leitor um olhar menos <strong>na</strong>turalizado pela ideologiaracista e mais comprometido com a desigualdade e exclusão de povos não-europeus.35SOUZA, Neusa Santos. Tor<strong>na</strong>r-se Negro. Rio de Janeiro: Graal. 1983, p. 27.36COSTA, Jurandir Freire. Violência e Psicanálise. 2 ed. Rio de Janeiro: Graal. 1986.73

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