A Felicidade Revisitada: Um estudo sobre o bem-estar - Instituto de ...
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1.1. A Psicologia Positiva<br />
Se por um lado, a evolução das más qualida<strong>de</strong>s parece claramente se justificar<br />
pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação a um ambiente hostil e por um instinto <strong>de</strong> auto-<br />
preservação, o mesmo não ocorre em relação às boas qualida<strong>de</strong>s do ser humano.<br />
Afinal, para quê ajudar o outro, se isto po<strong>de</strong> fortalecê-lo e fazer com que sejamos nós<br />
o elo mais fraco, cuja <strong>sobre</strong>vivência será ameaçada pelos mais aptos? Por muito<br />
tempo esta pergunta permaneceu sem resposta, contribuindo, talvez, para que apenas<br />
as más qualida<strong>de</strong>s humanas fossem consi<strong>de</strong>radas autênticas.<br />
No entanto, pesquisas recentes parecem, finalmente, ter encontrado um sentido<br />
para as emoções positivas (e por extensão, para as boas qualida<strong>de</strong>s) <strong>de</strong>ntro do<br />
processo evolutivo. De acordo com Fredrickson (2001), as emoções positivas<br />
fortalecem nossos repertórios físicos, sociais e intelectuais, criando recursos dos quais<br />
po<strong>de</strong>mos lançar mão quando uma oportunida<strong>de</strong> ou ameaça ambiental se apresentam.<br />
Além disso, esta autora afirma que o estado <strong>de</strong> espírito positivo <strong>de</strong>sperta a afetivida<strong>de</strong><br />
do outro, criando um ambiente favorável, além <strong>de</strong> contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da resiliência 1 psicológica que, por sua vez, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia uma espiral ascen<strong>de</strong>nte em<br />
direção à melhoria do <strong>bem</strong>-<strong>estar</strong> emocional. Isso nos leva a crer que, do ponto <strong>de</strong> vista<br />
do <strong>de</strong>senvolvimento humano, um funcionamento ótimo jamais po<strong>de</strong>ria prescindir das<br />
emoções positivas, <strong>sobre</strong>tudo se consi<strong>de</strong>rarmos o fato <strong>de</strong> hoje nos encontrarmos,<br />
graças aos avanços tecnológicos, cada vez mais expostos a culturas diferentes e por<br />
que não dizer, até mesmo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>las.<br />
1 De acordo com Reivich & Shatté, correspon<strong>de</strong> à “habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perseverar e se adaptar quando as coisas dão<br />
errado” (2002, p.1 [tradução livre]). Em outras palavras, po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>finir resiliência como sendo uma<br />
capacida<strong>de</strong> para tolerar frustrações, sem <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong> seus objetivos.<br />
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