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A Felicidade Revisitada: Um estudo sobre o bem-estar - Instituto de ...

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Já no século XX, mais especificamente falando, na década <strong>de</strong> 30, o filósofo<br />

Bertrand Russel acreditando na felicida<strong>de</strong> como um <strong>bem</strong> a ser conquistado e não<br />

como uma dádiva divina, aponta para a importância <strong>de</strong> o homem integrar-se com a<br />

socieda<strong>de</strong>, buscando a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outrem na mesma medida em que busca a sua<br />

própria (Russel, 2003).<br />

Em uma perspectiva mais contemporânea, temos a análise histórica <strong>de</strong><br />

Delumeau (1997) acerca da felicida<strong>de</strong>, através da qual afirma que os séculos XIX e<br />

XX foram invadidos por uma onda <strong>de</strong> pessimismo que, iniciada em Shopenhauer, foi<br />

disseminada através das idéias <strong>de</strong> Nietzsche e Freud, acabando por dominar boa<br />

parte do pensamento filosófico durante todo o século XX.<br />

A julgar por sua gran<strong>de</strong> influência no pensamento oci<strong>de</strong>ntal, talvez <strong>de</strong>vamos a<br />

Freud o abandono do que chamaríamos <strong>de</strong> projeto da felicida<strong>de</strong>. Em sua obra “Além<br />

do princípio do prazer” Freud (1998, [1920]) discorre <strong>sobre</strong> o que chamou <strong>de</strong> instinto<br />

<strong>de</strong> morte, contestando que o objetivo da vida pu<strong>de</strong>sse ser alcançar um estado que<br />

jamais fora alcançado antes. Acreditando na essência humana como algo<br />

eminentemente ruim, Freud con<strong>de</strong>nou o homem a uma angústia eterna, sofrendo<br />

numa luta igualmente eterna para manter sua essência sob controle.<br />

Ainda sob uma perspectiva histórica, po<strong>de</strong>mos observar que a concepção<br />

humana <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> esteve sempre baseada em dois tipos <strong>de</strong> premissas<br />

exclu<strong>de</strong>ntes: uma <strong>de</strong> natureza extrínseca e outra <strong>de</strong> natureza intrínseca. A premissa<br />

que crê na natureza extrínseca da felicida<strong>de</strong> leva o indivíduo a buscá-la para além <strong>de</strong><br />

si mesmo, não necessariamente <strong>de</strong> uma forma comodista mas, certamente, com a<br />

expectativa <strong>de</strong> encontrá-la em eventos ou conquistas externas a sua pessoa.<br />

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