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A Felicidade Revisitada: Um estudo sobre o bem-estar - Instituto de ...

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1.2. Virtu<strong>de</strong>, Caráter e Forças Pessoais<br />

sucumbir diante das forças <strong>de</strong> um meio ambiente nocivo.<br />

De acordo com Pinker (2004, p. 13), “a negação da natureza humana<br />

transbordou da aca<strong>de</strong>mia e provocou uma <strong>de</strong>sconexão entre a vida intelectual e o<br />

bom senso”. O único setor da Psicologia científica que manteve acesa a chama do<br />

caráter e da idéia da natureza humana, por todo o século XX, foi o <strong>estudo</strong> da<br />

personalida<strong>de</strong>. Não obstante isso, o termo caráter, <strong>de</strong>vido à sua conotação prescritiva,<br />

foi sendo substituído por personalida<strong>de</strong>, termo este <strong>de</strong> natureza mais <strong>de</strong>scritiva,<br />

exatamente como os termos científicos <strong>de</strong>vem ser (Seligman, 2004).<br />

De acordo com Peterson & Seligman (2004), foram três as razões pelas quais a<br />

Psicologia <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> lado a idéia do caráter: A primeira <strong>de</strong>las advém da crença <strong>de</strong> que<br />

o caráter, enquanto fenômeno, seria totalmente <strong>de</strong>rivado da experiência. Descobertas<br />

recentes <strong>sobre</strong> a condição <strong>de</strong> herança da personalida<strong>de</strong> (leia-se caráter) comprovam<br />

que “qualquer constituição do caráter não resulta apenas do ambiente, se é que o<br />

ambiente exerce alguma influência”(p. 149). A segunda razão seria a <strong>de</strong> que, por ter<br />

uma conotação prescritiva, o termo caráter não <strong>estar</strong>ia em conformida<strong>de</strong> com o<br />

pensamento científico que, por sua vez, <strong>de</strong>ve ser moralmente neutro. Seligman (2004)<br />

rebate essa idéia dizendo que a Psicologia Positiva não tem a função <strong>de</strong> recomendar<br />

às pessoas que sejam otimistas, bondosas, espirituais ou <strong>bem</strong>-humoradas, mas sim a<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>screver as conseqüências <strong>de</strong>ssas características para que cada um, <strong>de</strong> acordo<br />

com seus valores e objetivos, possa optar por <strong>de</strong>senvolver em si mesmo tais<br />

qualida<strong>de</strong>s. Ainda <strong>de</strong> acordo com Seligman (2004), a terceira razão que justificaria o<br />

abandono do caráter como objeto <strong>de</strong> <strong>estudo</strong> da Psicologia, seria o fato <strong>de</strong> o mesmo<br />

ser carregado <strong>de</strong> valor e <strong>estar</strong> ligado ao protestantismo vitoriano.<br />

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