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A Felicidade Revisitada: Um estudo sobre o bem-estar - Instituto de ...

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1.2. Virtu<strong>de</strong>, Caráter e Forças Pessoais<br />

A ênfase nessa forma <strong>de</strong> explicar o comportamento humano a qual po<strong>de</strong>mos<br />

chamar <strong>de</strong> ambientalismo, <strong>de</strong>u origem à idéia <strong>de</strong> que o ser humano, ao nascer, seria<br />

como uma “tabula rasa” <strong>sobre</strong> a qual seriam escritos os contornos <strong>de</strong> sua<br />

personalida<strong>de</strong>, estes <strong>de</strong>terminados por sua interação com o ambiente. De acordo<br />

com Pinker (2004), a doutrina da “tabula rasa”, cujo mal maior foi a negação da<br />

natureza humana, norteou, durante todo o século XX, a maioria dos trabalhos nas<br />

chamadas ciências humanas, servindo <strong>de</strong> base para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> crenças<br />

políticas e éticas.<br />

É importante ressaltar que a reação contra as explicações do comportamento<br />

baseadas no caráter, encontraram importantes respaldos nos pensamentos <strong>de</strong> Marx,<br />

Freud e Darwin (Seligman, 2004). De acordo com o pensamento marxista, os<br />

trabalhadores não podiam ser responsabilizados e acusados individualmente pelas<br />

greves, ações ilegais e tumultos que acompanhavam as ações operárias, uma vez<br />

que esses nada mais eram do que conseqüência da dissociação entre trabalho e mão-<br />

<strong>de</strong>-obra, ou da chamada luta <strong>de</strong> classes (I<strong>de</strong>m, 2004). A partir <strong>de</strong> sua idéia <strong>de</strong><br />

inconsciente, Freud dizia que indivíduos emocionalmente perturbados não po<strong>de</strong>riam<br />

ser responsabilizados por seus atos <strong>de</strong>strutivos, na medida em estes eram causados<br />

por forças incontroláveis <strong>de</strong> seus conflitos inconscientes (Ibi<strong>de</strong>m, 2004). Seligman<br />

(2004) nos lembra ainda que “Darwin é visto por alguns como justificativa para não<br />

acusar indivíduos pela cobiça e pelos males da competição <strong>de</strong>senfreada, já que eles<br />

estão simplesmente à mercê da inevitável força da seleção natural”(p. 147). Como<br />

vimos, a ênfase no ambiente foi, aos poucos, enfraquecendo a idéia (ou a<br />

importância) do caráter, visto que, em última instância, este seria passível <strong>de</strong><br />

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