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4º volume - União Neo-Teosófica

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Jakob Lorber<br />

106<br />

mento, podes estar certo de que não me teria dedicado ao tráfico de<br />

escravas! Sou cidadão de Roma e não existe lei que proíba tal negócio.<br />

Até aos judeus é permitida a compra de crianças quando eles não têm<br />

filhos; por que então não deveriam fazê-lo outros povos cultos, como os<br />

egípcios e persas?! Portanto, eram aquelas moças vendidas a povos mais<br />

cultos e era de se esperar destino melhor do que aquele, que lhes era<br />

reservado na própria pátria.<br />

2. Vai às zonas da Ásia Menor e encontrarás um mundo de gente,<br />

mormente crianças, que te levam a indagar como podem subsistir sem se<br />

tornarem antropófagos! Asseguro-te que, de cada vez que lá cheguei, fui<br />

verdadeiramente assaltado pelos habitantes, que por alguns pães me entregavam<br />

um ou dois filhos, encantados com a minha vinda. Se eu comprasse<br />

cem meninas, era ainda agraciado, com mais quarenta ou cinqüenta.<br />

Muitas, eu vendi aos essênios, que também prezavam os garotos.<br />

Os egípcios preferiam as mocinhas, em parte para o trabalho, e em parte<br />

para sua própria satisfação. Não duvido houvesse entre eles alguns obscenos<br />

que maltratassem as escravas, mas não eram muitos.<br />

3. Para a Pérsia foram poucas, e lá geralmente eram compradas por<br />

comerciantes e artistas, onde, por certo, tiveram oportunidade para instruir-se.<br />

Além disto, vigora lá uma lei pela qual os escravos conseguem<br />

sua liberdade, após dez anos de boa conduta. Essas, portanto, não podem<br />

falar de desgraça. Como já disse, talvez no Egito não passem tão bem;<br />

todavia, sua vida no lar em nada era melhor, pois sua miséria era tão<br />

cruenta, que se alimentavam de raízes e, por falta de roupas, andavam<br />

completamente nuas.<br />

4. Desses nômades, chamados zíngaros na região do Pontus, eu e meu<br />

sócio, compramos a maior parte de escravos. São verdadeiras hordas sem<br />

pouso; habitam em cavernas e árvores, e pergunto-te se já não é caridade<br />

aliviá-los do peso de sua prole, dando-lhes em troca alimento e roupas?!<br />

5. Considerando o fato de eu ter livrado grande número de pessoas da<br />

escravidão e da miséria para lhes facultar vida ordenada, facilmente se concluirá,<br />

que a desdita por ti mencionada não foi tão grande. Ainda assim,<br />

não teria agido dessa maneira se tivesse tido a compreensão de hoje.

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