Psicologia e Diversidade Sexual - CRP sp
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Saúde para pessoas LGBT<br />
Carmen Lucia Luiz<br />
Enfermeira, atuante na rede pública de saúde há mais de 25 anos. Possui e<strong>sp</strong>ecialização em Psiquiatria Social pela<br />
ENSP – Escola Nacional de Saúde Pública, e e<strong>sp</strong>ecializações em Saúde Pública pela UFSC/FioCruz, sendo também<br />
representante da Liga Brasileira de Lésbicas do Conselho Nacional de Saúde.<br />
Eu falo de um lugar que é a Liga Brasileira de Lésbicas<br />
(LBL) e que hoje é a representante do conjunto<br />
do movimento LGBT no Conselho Nacional de<br />
Saúde (CNS). Nosso assento no CNS não é de mulheres<br />
lésbicas, mas do conjunto do movimento. E<br />
é a primeira vez na história do controle social em<br />
saúde no Brasil, que este lugar existe e é ocupado.<br />
Em todos os e<strong>sp</strong>aços de atendimento na área<br />
da saúde, o momento do acolhimento é fundamental.<br />
É a hora da primeira impressão e o serviço<br />
de saúde precisa ser delicado neste inicial abraço<br />
ao seu usuário. E neste momento, o profissional<br />
precisa estar isento de juízos de valor e de<strong>sp</strong>ido<br />
de preconceitos. E para bem acolher determinado<br />
público é necessário conhecê-lo. Acho, então, que<br />
a primeira coisa que a gente tem que conversar,<br />
aqui é sobre quem são essas pessoas que compõem<br />
o movimento LGBT.<br />
Nosso assento no CNS não é de<br />
mulheres lésbicas, mas do conjunto<br />
do movimento. E é a primeira vez na<br />
história do controle social em saúde<br />
no Brasil, que este lugar existe e é<br />
ocupado.<br />
Um parêntese: Vocês estão percebendo que eu<br />
digo movimento LGBT e não movimento GLBT? É<br />
porque a mesma questão de gênero que está posta<br />
entre homens e mulheres no conjunto da sociedade<br />
está colocada também dentro do Movimento<br />
LGBT, então para visibilizar a busca da igualdade<br />
de gênero, eu sempre vou usar aqui o termo LGBT!<br />
Tentando caracterizar estas pessoas que compõem<br />
este coletivo LGBT, pergunto: quem são as<br />
lésbicas? São mulheres que se relacionam afetivamente<br />
e sexualmente com outras mulheres. Mas<br />
nós vamos ver também algumas que se relacionam<br />
afetivo-sexualmente com mulheres e que não têm<br />
a identidade lésbica. Vamos ver isto em alguns<br />
relacionamentos circunstanciais: mulheres em<br />
situação prisional, por exemplo, que por necessidade<br />
de proteção ou mesmo de afeto, acabam se<br />
relacionando com outra mesmo que nunca tenha<br />
vivido uma relação homossexual anteriormente.<br />
Ou profissionais do sexo, que fazem sexo com<br />
outras mulheres por dinheiro. São mulheres que,<br />
para nós da saúde, têm importância no sentido de<br />
que há uma relação sexual entre mulheres que precisa<br />
ser saudável do ponto de vista psicológico e<br />
físico. Por isso, requer ações de promoção da saúde<br />
e prevenção de agravos à saúde destas mulheres,<br />
que não têm a identidade lésbica.<br />
E os gays, quem são eles? São homens que<br />
se relacionam sexualmente e afetivamente com<br />
outros homens. Mas aqui também vamos ver relacionamentos<br />
circunstanciais de homens que se<br />
relacionam afetivo-sexualmente com outros, mas<br />
que não assumem identidade gay.<br />
Quem são essas pessoas que fazem a letrinha B<br />
desse GLBT? São bissexuais, homens que se relacionam<br />
sexual e afetivamente com homens e com<br />
mulheres e mulheres que se relacionam sexual e<br />
afetivamente com homens e mulheres.<br />
Sobre o T das e dos travestis: Quase sempre<br />
falamos as travestis, mas poderiam ser também os<br />
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CADERNOS TEMÁTICOS <strong>CRP</strong> SP <strong>Psicologia</strong> e diversidade sexual