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Psicologia e Diversidade Sexual - CRP sp

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as mulheres assumem pouco essa identidade<br />

travesti; embora muitas sejam extremamente<br />

masculinas, elas se entendem mais como lésbicas<br />

do que como travestis.<br />

Temos muitas outras demandas que são<br />

e<strong>sp</strong>ecíficas para algumas das letras somente. A<br />

principal demanda das lésbicas é a incorporação<br />

de todas as ações relativas às suas necessidades<br />

pelos programas de atenção à saúde da mulher.<br />

Precisamos de mais pesquisas, porque nós não<br />

sabemos quem são essas lésbicas, quantas são,<br />

de que sofrem, do que se alegram, do que vivem,<br />

como vivem, não temos essa noção. Os gays, por<br />

conta do enfrentamento da epidemia de HIV/Aids,<br />

conseguiram avançar muito na luta pela saúde,<br />

porém, muito e<strong>sp</strong>ecificamente, em relação as DST/<br />

Aids. Em relação a outras questões dos homens,<br />

avançou-se muito pouco.<br />

A fertilização assistida também é um tema<br />

importante, porque muitas lésbicas têm o desejo<br />

de exercer a maternidade, mas sem a relação sexual<br />

com o homem. O Ministério da Saúde já está<br />

entrando num novo plano nacional de saúde da<br />

mulher que não está totalmente construído. Nós<br />

ainda não o conhecemos totalmente, mas o Plano<br />

de Políticas de Saúde para Mulheres da Área Técnica<br />

da Saúde da Mulher no Ministério da Saúde,<br />

da gestão passada 2004-2007, traz a criação de um<br />

número X de centros de fertilização assistida para<br />

casais heterosexuais com discordância sorológica<br />

para HIV, para as mulheres que querem engravidar<br />

A fertilização assistida também é<br />

um tema importante, porque muitas<br />

lésbicas têm o desejo de exercer a<br />

maternidade, mas sem a relação<br />

sexual com o homem.<br />

dos seus companheiros, e os seus companheiros<br />

são soropositivos. Esses centros poderiam atender<br />

estes casais e lésbicas. O mesmo serviço pode<br />

atender ambas as demandas.<br />

Basicamente, se colocarmos a incorporação<br />

das demandas lésbicas dentro da Área Técnica<br />

de Saúde da Mulher, teremos aí todas as questões<br />

ligadas à doenças e agravos sexualmente transmitidos,<br />

todas as questões referentes à violência<br />

doméstica e sexual, enfim, toda atenção à saúde<br />

estará dentro desse lugar. É interessante dizer<br />

que as mulheres lésbicas, na sua grande maioria,<br />

incorporam a luta do movimento de mulheres.<br />

Muitas das lésbicas que hoje são liderança dentro<br />

do movimento lésbico se formaram no movimento<br />

feminista. Elas vêm de lá, de um tempo inclusive<br />

em que o movimento feminista não nos abraçava<br />

muito, porque talvez as feministas, nessa época,<br />

tivessem a pecha de mal amadas, de ter conflitos<br />

com os homens, e não quisessem acrescentar o<br />

estereótipo de “sapatão”.<br />

Havia um tempo que a gente não conseguia<br />

trazer para dentro do movimento feminista as<br />

demandas e<strong>sp</strong>ecíficas lésbica. Hoje, felizmente,<br />

isso está bastante mudado. Interessante que na<br />

XIII Conferência Nacional de Saúde, a proposta<br />

de descriminalização do aborto veio de São Paulo,<br />

saiu das propostas da Conferência Estadual de São<br />

Paulo e, na Conferência Estadual de São Paulo,<br />

essa proposta foi colocada por uma companheira<br />

da Liga Brasileira de Lésbicas. Acho que esta parceria<br />

entre o movimento feminista e o movimento<br />

de lésbicas tem se traduzido em atos concretos e<br />

em avanços para o conjunto do movimento social.<br />

Em relação aos gays, a principal demanda<br />

levantada neste seminário foi a prevenção do<br />

HIV, que ainda é uma coisa importante. Por um<br />

tempo, a infecção pelo HIV em homens estava<br />

retrocedendo. Hoje, se a gente for ver os dados<br />

epidemiológicos, está novamente crescendo. É<br />

um assunto que interessa de perto aos gays. Eles<br />

também pedem pesquisas de morbidade para<br />

poder levantar outras demandas, porque eles não<br />

sabem do que os gays adoecem, a não ser pelo HIV.<br />

A prevenção do câncer de próstata é outro tema<br />

sobre o qual precisamos debruçar mais, também<br />

do câncer de pênis; como não há estudos, isso<br />

acaba não aparecendo nos textos, fala-se pouco<br />

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CADERNOS TEMÁTICOS <strong>CRP</strong> SP <strong>Psicologia</strong> e diversidade sexual

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