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pequeno dicionário - CCHLA - Universidade Federal da Paraíba

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de Belém e, entre estes, publicou Traços a esmo<br />

utilizando o pseudônimo de Jayme Aroldo.<br />

Em A Província do Pará, ocupou o cargo de<br />

re<strong>da</strong>tor e diretor. No tempo em que morou<br />

no Recife, trabalhou no Jornal do Recife, e se<br />

formou, em 1912, Bacharel em Direito pela<br />

Facul<strong>da</strong>de do Recife. Também atuou como<br />

secretário na re<strong>da</strong>ção do Pernambuco, do<br />

professor Henrique Milet.<br />

Da época em que viveu em Recife, publicou<br />

o romance A Renega<strong>da</strong> (1908), sendo alvo de<br />

grande repulsa, em Pernambuco, <strong>Paraíba</strong> e<br />

no resto do Brasil, tendo em vista o caráter<br />

obsceno de algumas passagens <strong>da</strong> obra.<br />

Esse romance é de caráter realista, cujo<br />

tema é o adultério que leva a morte <strong>da</strong><br />

heroína por não se adequar na socie<strong>da</strong>de em<br />

que vive. Mas, nas primeiras páginas iniciais<br />

<strong>da</strong> obra, Carlos D. Fernandes transita pela<br />

área <strong>da</strong> educação. A narração <strong>da</strong> história é<br />

feita por uma personagem feminina<br />

chama<strong>da</strong> Helena que, no período de<br />

transição <strong>da</strong> sua infância para a<br />

adolescência, foi para um colégio interno<br />

junto com a sua irmã (Eulália) após a morte<br />

<strong>da</strong> mãe. Do momento em que viveu nesse<br />

colégio, Helena narra a sua relação com a<br />

leitura, com a diretora e professora Emília<br />

Campos – o que marca o caráter obsceno –,<br />

com os demais professores e com as formas<br />

de ensino deles.<br />

60<br />

Embora o romance trate do adultério, ele<br />

pode se configurar como a primeira<br />

aproximação de Carlos D. Fernandes com a<br />

temática <strong>da</strong> educação que, anos mais tarde,<br />

a pedido do governador do estado <strong>da</strong><br />

<strong>Paraíba</strong>, produziu um livro didático Escola<br />

Pitoresca.<br />

Em João Pessoa, no ano de 1913, a convite<br />

do seu amigo de infância, o governador<br />

Castro Pinto, dirigiu o jornal A União,<br />

imprensa oficial do estado <strong>da</strong> <strong>Paraíba</strong>,<br />

fun<strong>da</strong>do em 1891. Manteve-se por lá por<br />

sucessivas gestões, sendo demitido no ano<br />

de 1926. Nesse interstício, produziu uma<br />

obra extensiva e varia<strong>da</strong>, abarcando<br />

romances, discursos, poesias, monografia e<br />

livro didático. Isso lhe possibilitou estar<br />

cercado por grupos de intelectuais,<br />

exercendo uma intensa liderança intelectual<br />

na <strong>Paraíba</strong>, tanto como articulista, polemista<br />

e crítico literário.<br />

O livro publicado no período em que esteve<br />

na direção do periódico, Escola Pitoresca, sob<br />

encomen<strong>da</strong> do governandor Camillo de<br />

Hollan<strong>da</strong>, em 1918, para ser adotado nas<br />

escolas de primeiras letras na <strong>Paraíba</strong>,<br />

abor<strong>da</strong> o civismo, através de diversos<br />

gêneros narrativos, tais como contos, hinos,<br />

fábulas, poesias, narrativas históricas e<br />

canções, sendo destinado aos meninos<br />

brasileiros. A temática do civismo foi<br />

preponderante nos livros didáticos

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